Capítulo 47 - Grandes revelações

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Corina: Sim, não posso negar. Eu sou lésbica.

*Alameda começa a lacrimejar e abraça Corina*

Alameda: Eu te aceitarei do jeito que você for.

Corina: Sério pai? Você me aceitará mesmo assim?

Alameda: Sim, eu te amo, você é minha filha querida e sempre será!

*Alameda e Corina choram abraçados*

Corina: Papai, me ampare.

Alameda: Vou te aparar sempre que puder.

*Na casa de João Diego*

João Diego: A vida tem que seguir, não importa o que aconteça, pra tudo há solução enquanto estivermos vivos.

Fúlvio: Eu sonhei que fiquei com medo da morte.

João Diego: Todos vão morrer, os ricos, os pobres, os feios, os bonitos, os homens, as mulheres, o cachorro, o gato e até as plantas vão morrer.

Fúlvio: Eu não quero morrer.

João Diego: Se acalma que você ainda tem pelo menos uns 30 anos.

Fúlvio: Mas em um piscar de olhos chega.

Estúrio: Viver é uma angústia porque você sabe que um dia vai morrer.

João Diego: É só pensar que a morte não é um lugar tão ruim.

Fúlvio: Quando eu era criança eu achava que a gente ia pro céu, mas hoje eu acho que a gente fica em estado de sonolência, não respira, não ouve nada, não enxerga nada e perdemos a consciência e ficamos presos em um limbo eterno.

João Diego: Falando assim até me arrepiou.

Estúrio: Aproveita o hoje, a morte é futuro, se ficar o tempo todo pensando na morte vai perder seu tempo.

João Diego: Você gosta de viver?

Fúlvio: Eu gosto da minha vida.

João Diego: E você?

Estúrio: Eu não amo muito minha vida, mas prefiro viver do que morrer.

Fúlvio: Não era você que disse que ia morrer em breve?

Estúrio: Eu estou sendo realista, mas se eu pudesse escolher viveria mais.

João Diego: A vida pode não ter razão sempre do que faz, mas coloca a gente onde pode.

Fúlvio: Eu vou sentir falta de tudo isso aqui, eu posso não ter virado rico, vivido em um paraíso, mas consegui ser feliz na simplicidade.

João Diego: O mundo tem tanta coisa pra curtir.

Fúlvio: O mundo nos deu lugares lindos, impressionantes e eu não consegui nem sair desse país.

Estúrio: Ficamos presos neste país a vida toda, só vimos o resto do mundo pela televisão.

João Diego: Você assistia televisão, não assistia?

Estúrio: Quando eu nasci já existia televisão, mas eu era pobre, no máximo assistir televisão no vizinho. Como um televizinho.

João Diego: Eu já nasci com qualidades melhores, mas a alegria da infância é a mesma.

Estúrio: Eu tenho 63 anos e me lembro da infância, você tem a metade da minha idade e também se lembra da infância assim como eu, então tem fases da vida que são tão marcantes que mesmo ao longo dos 80 e 90 anos nós lembramos.

João Diego: Se a vida nos uniu para morarmos na mesma casa é porque deu certo.

Estúrio: Eu posso até brigar com você, mas eu tenho boas conversas, você é sábio, é inteligente, é uma boa pessoa, apesar de chato.

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