Capítulo 1

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Katherine

Eu ouvi um cantarolar e me encolhi no sofá, fechando o meu livro que eu estava lendo.

Ouvindo um arrastar de correntes.

A porta se abriu e eu encarei Pedro entrar em casa, arrastando correntes pesadas para dentro, que poucas caíam para fora de sua mochila.

Eu engoli em seco.

- O almoço está pronto? -ele questionou.

- Sim, está na mesa. -sussurrei.

Não faça contato visual, não olhe para ele, e tudo ficará bem.

Ele deixou a mochila ir ao chão, o som alto e forte das correntes se chocando contra o piso me fizeram me encolher ainda mais no sofá.

- Ótimo. -ele disse ríspido.

Eu puxei minhas pernas para o sofá, abraçando meus joelhos, encarando as duas montanhas com três estrelas tatuadas em meus pulsos, que escondiam as grandes cicatrizes que havia por baixo.

Faz apenas dois meses desde que isso aconteceu, Pedro chegou em casa bêbado, ele quebrou quase tudo, eu estava fazendo o jantar, ele jogou a comida no chão, ele pegou a faca que eu usava para cortar a carne, e cortou os meus pulsos.

O objetivo era decepar as minhas mãos, ele alegou que... Um de meus professores foi debater com ele, diante de que viu ematomas em meus braços, e ele... Matou o professor.

Ele me tirou da escola, ou melhor, apenas me fez não ir mais, me trancando em casa.

Eu convivo com ele, desde sempre.

Nossos pais morreram em um acidente de avião, e ficamos apenas os dois, Pedro tem.. problemas psicóticos, ele já foi posto em um sanatório mas... Ele fugiu uma semana depois e me arrastou para outro país, estamos morando em Londres, há oito anos.

Percebi, pelo o reflexo da TV, ele estava sorrindo.

- Não vai perguntar por que estou tão feliz? Katherine. -ele questionou.

Eu me encolhi.

- Não vai perguntar??? -sua voz pesou um no tom.

- P-por que e-está feliz? -sussurrei um gaguejo.

- Que bom que perguntou. -ele disse.

- Natália, a minha mais nova namorada, virá hoje. -ele disse.

Eu me encolhi mais ainda no sofá.

Outra não, outra não..

Ele sempre trazia namoradas para cá, e já não consigo nem mais dormir a noite pensando que mês passado, duas de suas namoradas estavam dentro do freezer no porão.

Não houve gritos, não houve nenhum som, ele sempre as matava de forma silenciosa.

Ele suspirou, soltando uma risada.

- Você vai gostar dela, pelo menos nas próximas horas. -ele disse.

Ele provou a comida, e então empurrou o prato.

- Mas que merda! Você sempre faz comidas sem gosto algum! -ele gritou.

- Você tomou muitos remédios sem receita, eles fizeram você perder o paladar, vai passar até a noite. -sussurrei.

- Eu pedi para você falar?? -ele elevou a voz.

Eu me encolhi e ele se ergueu de sua cadeira, então tossiu, tomando para frente, eu saí do sofá, correndo até ele.

Corte de Estrelas e EsperançaOnde histórias criam vida. Descubra agora