16 - Tinta

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Noah Urrea On

"E que isso não se repita, Sr. Urrea." o diretor fala com um tom de sermão, me acompanhando para fora da sala. "Fique contente por ter sido apenas uma advertência e o castigo." revirei os olhos, aproveitando que meu rosto não estava no campo de visão dele. "Sabe que foi sério, não sabe? Você quebrou o nariz do May."

"Eu sei, eu sei." suspirei. "Estou muito arrependido." não estou, não.

"Quero ver melhoria." apontou o dedo e disse, antes de entrar novamente em sua sala, fechando a porta a seguir.

Certo, meu castigo não era tão ruim assim. Poderia ser pior de várias maneiras. Eu só precisava ajudar com a preparação do cenário para o musical da escola. Bom, eu fui ao Grease e voltei, ninguém melhor que eu para ajudar no cenário, certo?

Errado. Eu não sei sem pintar dentro da margem.

Releio o papel pequeno em minha mão, já que pareço esquecer repetidas vezes. Salão C. No caminho, passo pela enfermaria, cuja é revestida com vidro, sendo possível ver a maioria das coisas lá dentro - havia cortinas também para quando o aluno ou aluna
necessitado precisasse de privacidade. Consegui ver a enfermeira cuidado do ferimento de Bailey no nariz, colocando um grande curativo de gaze depois. Me senti mal por alguns instantes, até me lembrar de tudo ruim que Bailey já fez para Josh, aí não pude evitar um sorrisinho de lado, continuando meu caminho.

Okay, eu também já fiz muito mal ao Josh, mas me arrependo profundamente e quero mudar a situação. Já Bailey, não se arrepende e provavelmente pretende continuar e fazer algo ainda pior.

Ao chegar em um porta dupla grande e amarela mostarda, li a placa de metal ao lado da porta: Salão C. Espalmei a mão na parte de metal da porta, feita para empurrar, e, antes de abrir totalmente, ouvi uma música em som bem baixo tocar lá dentro.

Damn all these beautiful girls
They only wanna do your dirt
They'll have you suicidal, suicidal
When they say it's over
See it started at the park
Used to chill at the dark
Oh when you took my heart

Ouvi um murmulho junto a música, como alguém cantarolando sem a voz. Sorri ao reconhecer aquele timbre. Abri a porta totalmente, tentando não fazer barulho para não atrapalhar a cantoria.

Meu sorriso aumentou ao ver os tênis Vans na ponta do pé, enquanto Josh se esticava para pintar a parte alta do que parecia ser uma estrutura de parte do cenário. Ele usava uma uma jardineira jeans com uma camiseta branca por baixo.

Me aproximei devagar, mas quando ele sentiu minha presença e virou, quase pulou para o lado com susto.

"Meu Deus..." ele colocou a mão no peito, dramaticamente. "Que susto! Parece até assombração." revirou os olhos, voltando a pintar.

"O que faz aqui?" questiono curioso, com um sorriso grande, cujo tirei do rosto quando Josh olhou para trás de novo. Eu estava tentando não parecer tão obcecado por ele quanto estou.

"Ahn... eu quem deveria perguntar." me olhou de cima a baixo, com um olhar de desdém.

"Esse é meu castigo por bater no May." levantei o papel em minha mão para que ele possa ler rápido. "Não sabia que estava aqui... está de castigo?"

"Não, não estou." disse seco, sem nenhuma emoção na voz, agachando para deixar o pincel com tinta vermelha jogado em meios aos jornais velhos, cobrindo uma boa parte do chão, e pegar o pincel com tinta amarela. "Quero apenas contribuir com algo para o musical. Só não sabia que o diretor iria colocar repetentes para trabalhar comigo.." bufou em seguida.

Grease? || N.B Onde histórias criam vida. Descubra agora