Obstinado.

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As modernas e pesadas portas de correr foram abertas com um empurrão só, passando por elas a figura enraivecida de Sejun, sendo seguido por alguns seguranças. Shuhua não evitou olhar nos olhos de qualquer pessoa daquela sala, sabia muito bem que o clima não era dos melhores e sentia leves arrepios em sua nuca toda vez que as imagens de Soojin desacordada em seu colo invadia seus pensamentos.

- O que diabos aconteceu?! - Sejun cuspiu irritado, virando o rosto de Seungsik para Hanse. - É o seu trabalho cuidar de minha irmã, onde é que você estava, seu incompetente?

Hanse nada disse, seu olhar impenetrável continuava o mesmo. Desde que encontrara Soojin desacordada no meio do salão da mansão no colo de Shuhua, não pôde deixar de se sentir culpado por não ter ficado ao lado da mulher o tempo inteiro, mesmo que aquela não fosse sua vontade.

- Acalme-se, Sejun! - repreendeu Seungsik. - Você sabe muito bem que somos perseguidos em qualquer lugar que formos. Fazer a festa era sim um risco, e mesmo assim, o fizemos. A culpa não é de Hanse quando Soojin visivelmente visa mais pela segurança de todos nós do que a si própria.

Sejun segurou os fios loiros entre as mãos, parecia desesperado com toda situação e era visível para qualquer um naquela sala.

- Nicha, Subin e Sana
estão lá em cima agora, estão com ela. - Seungsik cruzou os braços. - Soojin está bem, não é nada fora do normal.

- O que aconteceu com ela? - Seungwoo perguntou confuso.

- Ainda não sabemos exatamente o que aconteceu. - declarou ele. - Tudo o que se sabe é que ela respira, está recebendo os atendimentos necessários. Ainda inconsciente, mas está bem. O que nos resta é esperar.

Os olhos frios de Sejun curvaram-se para Shuhua que permanecia calada em sua cadeira, os pensamentos correndo longe e o assombro de ter aquela mulher desacordada em seus braços há poucas horas atrás.

- E o que ela faz aqui? - perguntou baixo.

- Shuhua estava com Soojin quando tudo aconteceu, foi ela quem convocou Hanse.

O loiro avançou, completamente furioso com o pensamento de que estava ali uma traidora que possuía a intenção de retirar a vida de sua irmã. Fora impedido pelos braços fortes de Seungwoo o segurando pelos ombros.

- Solte-me!

- Peço que se acalme, Sejun! O que há com você? - Seungsik se aproximou do rosto do irmão, completamente estressado com a atitude sem cabimento do homem.

- Vocês estão abrigando uma traidora e querem que eu tenha calma? - gritou irritado, debatendo-se dos braços fortes de Seungwoo.

Os olhos de Shuhua saltaram de seu rosto, estava assustada. Como a consideravam suspeita mesmo depois de ter procurado por auxílio? Não fazia sentido algum!

- Por quê eu faria isso? - sua voz ergueu, o semblante confuso e temeroso ao mesmo tempo. - Por quê eu tentaria algo contra sua irmã?

- Por quê não tentaria? - rebateu ele. - Pelo que eu saiba, muitos estão tentando matá-la faz um tempo.

Sentindo-se ofendida com aquelas acusações sem sentido, levantou da cadeira com brutalidade.

- Eu não fiz nada, está bem? - apontou irritada. - Posso ser desastrada, desbocada e inconsequente em alguns assuntos, mas eu nunca tentaria contra a vida de alguém. Antes de pisar em Chungcheong eu nem ao menos conhecia sobre sua família. Não consigo fazer mal a uma mosca, acha mesmo que eu tentaria contra uma mulher que, muito provavelmente guarda milhões e ainda por cima é cercada por seguranças? - crispou os lábios. - Novamente, posso ser inconsequente, mas não sou burra!

O Conto De Meretseger (SOOSHU)Onde histórias criam vida. Descubra agora