Capítulo 2

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Fico conversando com Alex por um bom tempo, ele é um cara legal e me sinto a vontade com ele, é um tipo estranho de conforto mas deve ser porque não conheço direito ainda.

- Eu sei que a festa lá tá um saco gigantesco, mas porque estava aqui bebendo sozinho? - ele pergunta.

- Ah, é bobagem, uma "briga" com meus pais - faço aspas com a mão.

- O que aconteceu? - eu deveria falar para ele?

- Tipo não é nada muito grave, sabe? Eles estão sendo muito estranhos ultimamente, eu consigo um estágio na Hudson e...

- Advocacia Hudson? Meus parabéns - ele diz me empurrando de leve com o ombro.

- Está vendo? Isso é uma reação normal, mas eles estão meio que surtando para que eu não vá - solto um suspiro.

- Bem eu não posso te ajudar, seus pais parecem do tipo com quem você conversa sobre essas coisas, os meus não se metem em nada a não ser que atrapalhe a vida ou imagem deles - ele diz.

- É por causa disso que estava prestes a cair no choro quando chegou? - pergunto, talvez um pouco direto demais.

- Sem essa, eu não ia chorar! - ele diz olhando pro lado - mas... não era por causa deles, é mais sobre o que eles podem ou não fazer, meio que estou esperando uma reação ruim para algo que preciso dizer a eles.

- Entendo...- coloco uma mão em seu ombro - não tente controlar algo que ainda não aconteceu, sofrer por antecipação não vale a pena e da dor de cabeça, eu sempre que tenho receio de fazer algo eu digo para mim mesmo "o que tiver pra ser será".

- Você está completamente certo, só que é mais difícil falar do que fazer- eu solto uma risada - então você não vai fazer o estágio? - ele pergunta.

- Ao inferno que não vou é a Hudson, eu amo e respeito meus pais mas tem limite no que eles podem mandar na minha vida - digo muito seguro.

- É assim que se fala - ele põe uma mão no meu ombro e me passa a garrafa que já está quase vazia, tomo mais um gole e devolvo para ele que toma o resto.

- Você é legal... Quer dizer só um pouquinho - solto uma risada.

- Só um pouquinho? - ele arqueia a sombrancelha e se aproxima de mim.

- É só um pouquinho, não gosto de gente que fuma - ele está muito próximo, eu poderia ver cada poró de seu rosto se não tivesse com o olhar preso nos seus olhos azuis, sinto uma acelerada no meu coração (assumi que é apenas por conta do tanto que bebi hoje), me afasto primeiro sentindo minha respiração irregular.

Vejo as horas no meu celular e tento me levantar do degrau, mas não consigo, meu corpo está tão pesado, Alex começa a rir.

- O que você está fazendo? - ele me pergunta entre risos.

- Tenho que descer já está no horário - digo apontando para baixo.

- Claro, não consegue nem ficar em pé - ele continua rindo da minha situação deplorável, mas se levanta e estica a mão em minha direção - vem eu te ajudo.

- Para de rir de mim - falo enquanto pego sua mão e ele me puxa fazendo eu ficar de pé.

- Eu não consigo evitar - ele da de ombros - antes de ir acho que deveria me passar seu número.

- Nem te conheço, pra que quer meu número? - pergunto se ele não tivesse pedido eu teria. Minha cabeça está meio zonza agora que levantei.

- Estamos conversando a quase uma hora, nos conhecemos o bastante e se me passar seu número te mostro um jeito melhor de sair daqui sem que te vejam assim, e não será preciso dever trinta andares de escada - eu o encaro por alguns estantes me fazendo de difícil.

My Precious: I Love YouOnde histórias criam vida. Descubra agora