Jung Wooyoung passou maior parte da sua vida sendo humilhado e subjugado, por ser um ômega. Recebeu olhares tortos e inúmeras vezes fizeram de tudo para destruir cada resto de ânimo que tinha.
Entretanto, o jovem acabou encontrando calmaria onde nun...
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Corri em sua direção na intenção de conforta-lo.
- Hyung – me ajoelhei ao seu lado, mas ele me empurrou
- Sai daqui, Wooyoung – falou baixo, quase rosnando
- Nem pensar – neguei e voltei para seu lado – O que você está sentindo?
- Sai logo, Wooyoung – falou mais alto para mim
- Cala a boca, Yeosang. Me diz logo o que você ta sentindo. Eu vou te ajudar – ele levantou o rosto e eu vi seus olhos brilharem em vermelho – Ai meu Deus!!!
- Você não pode ajudar – rosnou baixo – Sai logo de perto de mim
- Onde estão seus remédios? – perguntei ainda me mantendo perto dele
Yeosang acabara de entrar no período do cio.
- Eu não comprei – terminando a frase ele soltou outro gemido e se contorceu - Eu esqueci
- Vou te levar pra casa. Eu tenho remédios – me forcei para ajudá-lo a se levantar
O que não foi muito difícil, já que Yeosang é mais leve que eu.
Enquanto caminhávamos, eu mandei mensagem para Yunho informando que teria que levar Yeosang pra casa por conta do cio. O beta respondeu alguns minutos depois, dizendo que Mingi nos levaria de carro. Eu tentei protestar, mas Yeosang se contorcia ao meu lado e concluí que ele não aguentaria andar até minha casa.
O cheiro do alfa estava ficando mais forte e por sorte não tinha ninguém por perto. Seu cheiro me afetava, mas eu tentava me controlar. Pouco tempo depois Yunho chegou acompanhado de Mingi e imediatamente ele foi afetado pelo cheiro do alfa, porém por ser beta a influência não era tão forte.
Enquanto isso, eu estava quase pulando em seu pescoço.
- Vocês dois, vão no banco de trás – Mingi falou para Yunho e eu
Nós assentimos e entramos no carro.
Mingi deu partida e arrastou o carro, fazendo com o impulso empurrasse Yunho e eu para trás. Conseguimos recuperar um pouco da sanidade e prendemos o cinto de segurança.
Eu estava enlouquecendo, Yeosang gemia de dor e meu corpo fervia ansiando com em satisfazer o alfa. Pensamento que nunca tive, sua influência me obrigou a ter. Afinal, satisfazer um alfa no cio era o dever de um ômega.
- Me deixe sair – o alfa rosnou no banco do carona
- Fica quieto aí – Mingi, que também era alfa, rosnou de volta
Minha cabeça estava tão enevoada, que nem percebi quando Yeosang parou de se remexer e ficou quieto, no banco da frente.
- Passou? – Mingi perguntou
- Por enquanto – falou abaixando a cabeça – Tenho um tempo antes de tudo voltar
- Vou te deixar em casa o mais rápido possível
- Ele vai para minha casa - interferi – Lá tem remédios...
- Remédios? – Mingi me cortou – Vocês usam inibidores?
- Sim, mas esqueci de comprar dessa vez – Yeo respondeu se virando agora para o mais alto que estava no volante
- Vocês são malucos? – o alfa de voz grossa questionou incrédulo – Yeosang é um alfa. Um alfa precisa de um parceiro quando está no cio. Remédios podem trazer muitos problemas
- Mas eu nunca senti nada – meu amigo respondeu
- Suas dores aumentaram com o tempo? – o outro perguntou e eu vi Yeosang confirmar com a cabeça – Está vendo só? Você precisa de um ômega
- Você passa os seus com ômegas, Mingi? – Yunho falou pela primeira vez, depois de tanto tempo
- Claro que sim – imediatamente o beta virou sua atenção para o lado de fora do carro
Ai meu Deus, Yunho estava a fim do Mingi.
Um beta, apaixonado por um alfa. Isso não tem como dar certo.
- Pensei que seu ômega fosse te ajudar nisso – ele questionou
Hahahaha. Sabe de bada.
- Nós não somos um casal de verdade – respondi, esclarecendo tudo – Só fizemos isso, para o San nos deixar em paz, mas não deu muito certo
- Bom, por essa eu não esperava – Mingi comentou – Vocês sempre foram tão próximos, pensei que fosse real
O carro ficou em silencio. Yunho ainda olhava desanimado pela janela, Yeosang mantinha os olhos fixos na pista e eu ainda pensava nele.
- Eu conheço algumas ômegas que podem te ajudar – Mingi voltou a falar – Não vou deixar um alfa passar tanto sofrimento no cio
Eu senti uma pontada forte no meu peito
- Poupe seu tempo – Yeosang rebateu – Não vou passar esse período com nenhuma ômega
- Você não pode se negar a isso. Essas dores só vão piorar – Mingi continuava em seu discurso – Meu primo morreu por causa disso
Morrer? Que?
- Prefiro, mas não passo com nenhuma ômega daquela escola – Yeosang era tão cabeça dura
- Eu passo com você – uma decisão precipitada? Sim, mas era melhor que deixar Yeosang correr risco
- Nem pensar – ele falou – Você não vai passar por isso
- Quem tem que escolher sou eu, não você – rebati com um pouco de raiva
- Quem está no cio, sou eu. E você não vai fazer nada – sabe aquelas horas que você tem vontade de matar seu melhor amigo? Pois é, eu estava com ela naquele momento
Mingi continuou dirigindo até que chegou na frente da minha casa. Ele estacionou e nós descemos correndo, levando Yeosang direto para o meu quarto. Eu corri para a maleta de remédios e peguei o que precisava, logo em seguida para Yeosang.
[...]
Yeosang estava no banheiro tomando banho, suas dores haviam passado e agora só bastava ministrar o remédio nos horários certos.
Eu acompanhei os outros dois até a porta, para que ambos pudessem ir embora.
- Você tem certeza que não quer carona? – Mingi perguntou para Yunho
- Tenho. Eu já chamei um taxi – Yunho respondeu de forma seca
- Eu poderia te levar em casa – Mingi ainda insistia
- Eu já disse que não precisa – eu estava vendo a hora de Yunho dar um soco no alfa
- Ele vai me ajudar com umas coisas aqui, antes de ir – precisei me intrometer, antes que eles saíssem na agressão
- Tudo bem – o alfa deu de ombros – Te vejo segunda? – perguntou para Yunho
- Tenho que ir pra aula – e Yunho estava puto
O alfa se despediu e entrou no carro, partindo para sua residência
- Eu sei que você não chamou taxi nenhum – falei para o beta – Gosta dele, não é?
- Desde o primeiro dia – não fez questão de ocultar – Mas ele é um alfa e eu um beta. Não tem como dar certo
- Hey, quem falou isso? Se você gosta dele, dê uma chance – falei, mesmo sabendo que ele estava certo
- Você o ouviu dizer que passa o cio com as ômegas do colégio – seu tom era fraco – eu não posso satisfazer um alfa
- Porque não fica com ele, e deixa as coisas acontecerem naturalmente? Depois vocês resolvem como fica isso – continuei o incentivando
- Eu acho melhor, não – ele era irredutível
- Quer ficar aqui? Minha mãe está de plantão até segunda e o Yeo está nesse estado – dei um leve sorriso e ele assentiu logo em seguida – Vou arrumar algo para você
[...]
Arrumei o sofá-cama para Yunho e eu iria dormir com o Yeosang. O beta já dormia, quando senti algo tocar meu rosto. Virei e vi meu melhor amigo sorrindo pra mim.
- o que foi? – sussurrei para não acordar Yunho
- Achei que ele fosse ficar com o Mingi – respondeu
- Ele acha que um relacionamento entre beta e alfa, não pode dar certo – respondi
- Coitadinho! Eles seriam um belo casal
Continuamos em silencio por um tempo até que ele voltou a falar.
- Você iria mesmo passar meu cio, comigo? – perguntou
- Claro que sim, eu não posso perder você – minha resposta o deixou quieto
Meus lábios foram tomados de forma tão rápida que eu nem percebi, apenas pude me permitir sentir a macies dos lábios de Yeosang. Sentir mais uma vez.
- Obrigado – falou, após encerrar – Você é tudo pra mim
Ele puxou minha cabeça para seu peito, me obrigando a deitar ali.
Eu sou tudo pra ele?
Porque isso me deixava tão estranho?
Percebi um sorriso se formar na minha cara, e assim a força do sono se fez mais forte. Agarrei seu corpo com força e me permitir relaxar.
- Durma bem, meu ômega – ainda consegui ouvir sua voz doce me desejar bons sonhos
