Capítulo 2

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❝Estar sozinho nunca foi um problema para mim. Mas sentir-me sozinho em meio à multidão, isso sim me atormentava.❞
— Fiódor Dostoiévski

HOPE ENTROU pela porta da sala com um passo apressado, o som de suas coturnas batendo contra o piso ecoando mais alto do que gostaria

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HOPE ENTROU pela porta da sala com um passo apressado, o som de suas coturnas batendo contra o piso ecoando mais alto do que gostaria. Seu coração estava acelerado, e ela podia sentir a pressão do nervosismo subindo como uma onda. As conversas abafadas dos outros alunos silenciaram instantaneamente, e os olhares curiosos caíram sobre ela, fazendo-a se sentir ainda mais exposta.

O professor, que estava de costas escrevendo na lousa, se virou lentamente. Seus olhos atravessaram Hope com uma frieza que a fez engolir em seco. Ela sabia que estava atrasada, mas a situação parecia ainda mais piorada pelo silêncio desconfortável da sala. Sentiu o calor subindo até seu rosto, um rubor que ela tentou conter, mas não conseguiu. A sensação de todos os olhares sobre ela era opressiva, como se estivesse sendo observada de cada ângulo.

— Srta. Mikaelson, eu presumo? — O tom do professor foi direto, sem nenhum vestígio de simpatia. Ele se manteve imponente, como se esperasse algo mais de sua chegada. — Isso é um pouco mais do que uma simples "demora", não acha?

Hope engoliu a palavra que estava prestes a sair. Seu corpo parecia em choque, paralisado por um segundo. Seus dedos estavam gelados, e ela teve que se segurar na maçaneta da porta para não parecer que estava prestes a desabar. o olhar do professor era como um peso enorme sobre seus ombros.

Ela tentou formar uma frase, mas as palavras ficaram presas na garganta. Seu cérebro estava a mil, tentando encontrar uma explicação plausível, mas tudo que ela conseguia sentir era uma mistura de vergonha e frustração.

— Desculpe, professor... Eu me perdi... — Foi tudo o que conseguiu dizer, a voz fraca e trêmula, como se a pressão tivesse sufocado qualquer traço de confiança que ainda restava.

O professor a avaliou por um momento, sem pressa de oferecer qualquer tipo de alívio. Ele passou a mão pelos óculos, ajeitando-os com um suspiro entediado.

— Pois, no futuro, espero que as "perdas" sejam menos frequentes, Srta. Mikaelson. Temos um cronograma a seguir. — Sua voz, apesar de impessoal, carregava uma leve irritação. — Encontre seu lugar e seja breve.

Aquelas palavras caíram sobre Hope como uma sentença. Ela mordeu o interior da bochecha, tentando controlar a sensação de impotência que tomou conta de seu peito. Suas mãos estavam geladas, e ela sentiu o calor subir para o rosto, como se pudesse afundar no chão e desaparecer. Não era só o atraso, mas o fato de estar ali, sozinha, em um lugar novo, com todo mundo a observando como se ela fosse uma estranha. A ansiedade consumiu cada parte de sua pequena confiança.

Ela olhou ao redor da sala, o olhar fugindo das pessoas. Não queria mais ser o centro das atenções. Encontrou rapidamente a primeira carteira livre e se encaminhou para lá, suas pernas quase tremendo sob o peso da vergonha. Cada passo parecia uma eternidade, e ao se sentar, o peso do olhar do professor ainda pesava sobre ela.

𝐒𝐘𝐌𝐏𝐇𝐎𝐍𝐘 𝐎𝐅 𝐂𝐇𝐀𝐎𝐒 •𝐻𝑜𝑝𝑒 𝑀𝑖𝑘𝑎𝑒𝑙𝑠𝑜𝑛Onde histórias criam vida. Descubra agora