Capítulo IV

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PIRATARIA  É  CRIME! - Fique atento.

-- NÃO  AO  ROUBO  AOS  DIREITOS  AUTORAIS! --

IV

Figueira, em casa, co’as fotos sobre a mesa da sala, procurou novamente, então mais tranquilo, o padrão que parecia nelas haver. Tendo saído mais cedo da delegacia, objetivo era único e claro: entender as mensagens que as fotos transmitiam.

Espalhou-as sobre a mesa de forma aleatória; a posição dos corpos, talvez – pensou; não faz sentido – disse de si para si. Viesse a ser quem fosse, quem as matara dera uma boa dica de quem era, mas faltava peças, ‘inda – só se

vingança não foi motivo.

  Ϟ  –

Fifi, querida. Onde você esteve? Mamãe estava com saudades. Dá um abraço, amorzinho. Que gostoso. Ficou bem enquanto estive fora? Bonitona da mamãe. Beijos, beijos, beijos. Agora vai brincar. Mamãe tem algumas coisas a serem resolvidas.

Quando a cadela saíra da sala, Patrícia pôs-se a externar seus pensamentos-sentimentos.

Paola declarara seu amor por ela. Nunca se imaginava num relacionamento homoafetivo. Até já levara cantada d’outras mulheres, agradecera e ponto. Estava fragilizada. A vida, não obstante, começava a mudar, e parecia cedo para qualquer conclusão; havia a separação de Otávio para ser oficializada, e qualquer coisa que viesse ocorrer, mexeria demais nos trilhos.

Mas não podia negar –

mexeu comigo.

  Ϟ  –

Figueira de chofre pegou o celular. Um toque, número da agenda, outro, a ligar.

Diga lá, Inspetor.

Lembra do favor que me deve?

A todo instante.

É hora de me pagar.

  Ϟ  –

Na mesa de Otávio, alguns papéis manuscritos; os do divórcio já não estavam mais com ele; neles sua declaração de descontentamento que logo digitaria-imprimiria. Fora sugestão do advogado aquela carta (manuscrevera porque era hábito fazer primeiro à mão algumas coisas). Junto deles –

­acho que sei bem o que fazer

plano mais-que-perfeito para tirar Patrícia do jogo.

É, meu bem. Sei mesmo o que fazer. E dinheiro não é o problema.

  Ϟ  –

Fábio sentia-se meio inseguro. Dia não fora produtivo em hipótese alguma. Martelava na cabeça lembrança de Paola, beijos molhados, sorriso maravilhoso, perguntava-se se havia um porquê para o casamento ruir. Apesar de o trabalho não ter sido afetado, sua vida pessoal ruía junto. Garrafa de conhaque pela metade (comprara logo cedo pela manhã, antes de ir ao trabalho), copo {terceiro, achava} cheio. Bebera numa tacada só. Reparara celular em mãos só quando o barulho da chamada fora produzida.

Cachorra de MadameOnde histórias criam vida. Descubra agora