Depois do que houve naquele ano muitas pessoas saíram da escola afirmando se sentirem perseguidas e observadas ao adentrarem na escola.
Após algumas décadas o evento foi completamente esquecido e tudo continuou acontecendo normalmente... ou não?Boatos começaram a rondar os corredores, diziam que "caçadores de fantasmas" iriam entrar na escola, não sabiam suas idades e gêneros, muito menos qual eram seus propósitos dentro da escola, só sabiam que causariam grandes escândalos...
{Luiza}
- Se você não sair desse quarto agora eu juro que vou quebrar essa porta! Estamos atrasadas e você sabe que eu odeio chegar atrasada nos lugares! - grito batendo sem paciência na porta, quase derrubando-a - Você está me ouvindo? - digo pois sua caixinha de som está ligada.
- Eu já vou! - desligou seu som e começou a reclamar baixinho até abrir a porta - Você é muita chata com essa coisa de horário, sem contar que é o nosso primeiro dia, nada pode dar muito errado - diz descendo as escadas com a mochila nas costas.
- Tudo pode dar errado Moon, você conhece nossa sorte. - falo descendo com ela.
- Conheço muito bem - pega um pedaço de pão com manteiga e abre a porta da frente - que belo dia ensolarado... vamos nessa!
Pego minha mochila no sofá e saio de casa trancando a porta.
Começo a andar na frente puxando o braço de Moon.- Aí meu braço, poderia soltar, por favor? - ela perguntou me encarando - E poderia andar mais devagar? Já estou me cansando.
- É claro... - uma faísca de sorriso aparece no rosto de minha amiga - que não! Você me atrasou, merece muito, muito mais que isso. - sua alegria se desmonta.
- Calma Luiza, você anda muito nervosa... e você me conhece, sou muito perdida, sempre perco o horário - soltou uma leve risada sem graça - desculpa, não fiz por mal - acrescentou baixinho.
- Não se preocupe, estou muito calma e... o que disse no final? Não entendi, desculpe. - perguntei sorrindo, adorava ouvir Moon me pedindo desculpas.
- Pode parar de graça, sei que me escutou perfeitamente, sua audição é maravilhosa.
Ela tinha razão, às vezes eu escutava até demais.
- Está bem, você venceu, agora vamos entrar. - Falei olhando para escola. Moon me olhava confusa, não tinha percebido a escola na nossa frente. - A escola, olha pra frente!
- Verdade, não tinha percebido - ela sorriu sem graça ao perceber o lugar.
- Novidade você não perceber as coisas - sorrio e puxo seu braço.
Ao entrarmos no portão da frente milhares de pessoas começaram a cochichar, nos lançando olhares curiosos.
Sem termos tempos de conhecer o local uma senhora na casa dos 40, de estatura média, cabelos pretos ralos, amarrados em um rabo de cavalo baixo começa a conversar conosco.
- Olá meninas, eu sou Valquíria, a coordenadora! Vim desejar um bom início de aulas, espero que se ajustem rápido. Qual era a escola anterior de vocês? Talvez eu possa ajudar, sabendo o ritmo da última escola que estudaram - a mais velha disse com um sorriso desconfortável no rosto.
- Olá D. Valquíria! É um prazer conhecer a senhora. Acredito que iremos nos ajustar rapidamente, já estamos acostumadas com essas mudanças de escolas - minha amiga respondeu com um sorriso amigável.
- Claro, claro. Bom, agora eu preciso ir, se precisarem de qualquer coisa é só mandar me chamar na secretária, combinado?
Moon e eu concordamos com a cabeça.
- Perfeito! Até mais.
A mulher se retira rapidamente, como se fosse um esforço enorme se manter no mesmo local que nós.
Moon aperta fortemente meu pulso e logo solta, anda alguns passos para trás, como se estivesse atordoada e logo volta ao normal piscando seus olhos.
- Vamos sair daqui - ela diz e anda rapidamente até um canto perto de um bebedouro, respira fundo e toma alguns goles de água.
- Moon? Aconteceu alguma coisa? - pergunto curiosa, ela tinha ficado estranha do nada.
- Muitas energias em um único local, desacostumei, o último lugar que estivermos tinha pouca pessoas.- responde me olhando seriamente.
- Você está muito sensitiva ultimamente... está certo que eu senti um desconforto ali, mas não ao ponto de passar mal - digo a olhando com piedade.
- Não me olhe com essa cara, sabe que não preciso de piedade, sei lidar muito bem com meus problemas - faz uma pausa e bebe mais água - sem contar que sua mediunidade é mais avançada que a minha, isso só deve ser algo momentâneo - acrescentou com amargura.
- Tudo bem, vamos para sala de aula? Podemos nos perder no caminho e atrasar - digo devagar vendo se Moon ficaria nervosa de novo.
- Está bem - como se um espírito ruim tivesse saído de Moon, ela respira fundo e sorri - bateu um sono agora.
- Vamos logo! - digo rindo de sua mudança de humor. Por fora estava rindo, mas por dentro estava preocupada com ela.
Seguimos para aula e tudo estava seguindo normalmente, nenhum professor ousou tocar em nossos nomes, achei estranho mas não comentei.
Logo o sinal bateu e rapidamente a sala esvaziou.- E aí? - Moon perguntou vindo em minha direção - alguma vibração diferente? Sinceramente, só vi adolescentes de 14 e 15 anos - comentou desanimada.
- Você diz como se não fossemos isso... - soltei uma risada nasal - mas, não senti nada. Não vamos perder as esperanças, ok? Tem que ter alguma coisa aqui, é o que o jornal disse.
- Sim, sim. Um jornal de pelo menos 50 anos atrás... Sabe o que eu acho? Temos que encontrar algum aluno que teve um parente que já estudou aqui - diz pensativa.
- Tem razão. Será que alguém da nossa sala tem esse parente? Preguiça de procurar em outros lugares.
- Talvez, nunca se sabe... mas se realmente tiver precisamos usar esse curto tempo do recreio pra descobrir algo - diz lentamente, com rosto de pensativa.
- É mesmo, estamos no recreio, tinha me esquecido completamente. Quanto tempo temos?
- Meia hora. - tira seu celular do bolso da calça e o liga - E já se passaram 3 minutos.
- Ótimo, vamos!
Moon guardou o celular e soltou um largo sorriso. Se virou e foi em pulinhos até a saída da sala.
- Vem ou não? - disse me olhando quando parou no batente da porta.
14/11/21
23/02/23
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A Alma Perdida
ParanormalNo ano de 1877 um suposto suicídio acontece com um menino do fundamental, que assusta toda a cidade. Porém havia muitas dúvidas sobre o que tiverá acontecido, o menino sempre foi muito alegre e cercado de amigos. Depois de algum tempo as investigaçõ...