𝐕. Irmã.

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BANCO DE MADRI , 18;03

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BANCO DE MADRI , 18;03.



── Ei...está tudo bem?

Eu murmurei enquanto caminhava em passos lentos em direção á Rio. Ele estava deitado no sofá, os pés saíam para fora pelo seu tamanho maior e os braços estavam dobrados para trás da cabeça. Mas seus olhos, entretanto, estavam abertos. Ele estava divagando e encarando o teto.

── Não.

── Essa não era a resposta que eu esperava. ─ Deixei meu bastão encostado na parede enquanto sentava na poltrona de veludo vermelha em frente ao sofá. ─ Já te disseram que a cirurgia foi um sucesso?

── Sim...sim, claro. ─ Ele não desviou seu olhar do teto por nenhum segundo sequer para me olhar.

── Por que está assim, Rio? ─ Ergui uma sobrancelha. ─ Já se cansou daqui? Bom, pode ter certeza que eu também já.

Um silêncio se instalou. Eu não tive outro lugar para encarar a não ser a carranca de Rio. Depois de um tempo, percebi que ele não abriria a boca para falar nada de nenhuma maneira, então insisti com perguntas casuais.

── Você ainda está triste, Rio? Me conte, tem saudades dos seus pais ou sua vida antes disso tudo? Por que...

── Tokyo terminou comigo...─ Ele se sentou no sofá abruptamente, elevando seu tom de voz. ─ É isso que está rolando.

Merda. Eu tinha esquecido o quanto Rio era emocionado quando o assunto era amor. E ele nunca admitiria isso, nem mesmo Tokyo, mas eu podia sentir uma leve dependência emocional palpável entre os dois e aquilo me preocupava algumas vezes. Eu me perguntava como seria se eles terminassem, e aqui está a resposta, bem na minha frente.
── Eu amava muito ela...

── Por que ela terminou? ─ Aquilo não me fazia sentido. Tokyo estava ali para resgatar Rio, por que ela terminaria com ele no dia em que ele voltasse para nós..

── Fui eu que terminei.

── O quê?

── Eu terminei...com ela! ─ Rio desviou seu olhar para o chão e começou a brincar com os dedos, entrelaçando as mãos nervosas. ─ Tive que fazer isso...eu senti que precisava fazer isso.

Rio não olhou para o meu rosto em momento algum. Na verdade, seus olhos ficaram fixos no chão permanentemente, e sem poder vê-los, eu sabia que seu olhar era de tristeza e melancolia. Eu não esperava mais, Rio tinha tido os piores dois meses de toda a sua vida, sendo torturado cruelmente e sem o conhecimento público, eu também estaria melancólica depois de tudo, e não queria nem imaginar como estava o psicológico de Rio.

𝐕𝐄𝐍𝐄𝐙𝐀 | La Casa De PapelOnde histórias criam vida. Descubra agora