Ela é minha!

Festividades

- De jeito nenhum! Você não pode ir assim. - Anne reclamava pela terceira vez ao avistar o look de Ella.

- Ele disse: "Vá informal".

- Nem pensar! Essa é a primeira festa do ano e fomos convidadas, Ella. Devemos caprichar mais.

Ao comentar sobre o convite - ordem - de Pablo, sua amiga revelou que tanto ela quanto James haviam sido convidados também. Poderia estar enganada, mas Pablo talvez os tivesse convidado para não deixá-la sozinha. Quem diria que o Diabo pudesse ser gentil, pensava. Anne estava extasiada, era a primeira festa dela também e o maior sonho dela, além de ser uma artista, era ter um ensino médio igual aos filmes. Festas, um romance, talvez um carro de presente.

Ella estava um tanto arrependida. Acatar a "ordem" era como submeter-se às vontades dele. O que achariam? A excluída ao lado do dono da escola. Os alunos ficariam surpresos, as patricinhas iriam matá-la e o pior, talvez fosse uma armadilha. Para que fosse humilhada perante a todos, como Carrie em "Carrie, a estranha". James estava no andar de baixo com sua mãe e Anne a ajudava com um look.

- Não quero impressionar ninguém, vou desse jeito.

[...]

Pablo estava tão nervoso.

Esteve aguardando ansiosamente pelo sábado. Levi seria o anfitrião e já haviam planejado tudo para a diversão de todos. Havia tomado banho cedo, colocado a roupa mais despojada que tinha, o que constituía em uma calça jeans escura e sua jaqueta de couro. Um belo par de sapatos e muito perfume para impressioná-la. Nas mãos, uma única rosa. Ele a conhecia o suficiente para saber que a quantidade não a impressionava.

De tanta ansiedade, saiu do carro e começou a caminhar até a porta dela. Não esperava que fosse conhecer a mãe de Ella sem antes estarem juntos oficialmente, mas era uma boa para passar a impressão certa. Ao bater, ouviu passos, vários. Os amigos dela haviam sido convidados para lhe fazerem companhia, pois eram os únicos que a tinham como amiga. Espero que ela não se sinta sozinha, pensava consigo mesmo. Ouviu o tombo de alguém e a preocupação que pudesse ser Ella desapareceu tão rápido ao ter a porta aberta pela mesma.

- Wow!

Ela estava linda. Não exagerada, mas muito bonita. A calça jeans marcava seu quadril e pernas, a camisa rosa combinava com a sua própria. Por cima, uma camisa xadrez e o cabelo loiro estava perfeitamente liso e solto. Nada de maquiagem ou acessórios, apenas ela mesma. Não podia estar mais satisfeito de amar aquela mulher.

- Você está incrível, realmente. - não esperou que respondesse antes de lhe aplicar um beijo estalado em sua bochecha. A mãe dela - e futura sogra - estava atrás, ao pé da escada observando - Olá, sou Pablo, é um prazer conhecer a senhora. - Convite? Não esperou e foi entrando para cumprimentar a senhora com dois beijinhos.

- Que menino bonito, minha filha. - a mãe de Ella era brincalhona e Pablo tinha certeza que seriam muito próximos.

- Estamos indo, mãe. Não voltarei tarde...

- Bobagem, menina. Quero que divirta-se.

[...]

Todos foram no carro de Pablo, para a infelicidade do mesmo. Queria passar um tempo com sua menina antes de entrarem na festa. Seria definitivamente um babaca naquela noite, mas não deixaria que Ella fugisse mais. Estava claro como água que eles eram mais que inimigos e essa seria a noite oficial para ambos. Os alunos aprenderiam que não podiam mais desrespeitá-la, mostraria que não estava disponível e que Ella Summers era sua, total e completamente sua.

- Chegamos...

Despertou de seus pensamentos ao ouvir sua bela voz. Estava tão concentrado em convencer a si mesmo de sua loucura. Os amigos dela pularam porta afora, entusiasmados com a agitação vinda de dentro da mansão de Levi. Ele percebeu os olhos brilhando de Anne e achou graça da inocência de pensar que o convite à ela foi dado por si. Obviamente que fora Levi. Não fazia muito tempo que o amigo mostrara interesse pela menina transferida, mas esse era o primeiro passo dele também. Eu não era o único covarde, riu.