EPÍLOGO

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É isso, meu povo. Para mais histórias, basta me seguir e acompanhar o perfil!



SHAWN

Nunca, nem em uma porra de milhão de anos imaginei que minha vida seria assim. Juro que, se tivesse perguntado à minha versão de quinze anos transbordando de hormônios onde eu gostaria de estar em uma década, ela provavelmente teria respondido: "Em uma ilha com a Tapa". Acho que algumas coisas nunca mudam, porque essa seria minha resposta hoje.

Naquela época, isso era como um sonho inatingível, mas hoje essa é minha realidade.

Vendo Camila brincar com Bea na beira do mar, pensei na evolução dos papéis que ela havia representado em minha vida.

A menina misteriosa com o tampão no olho.

A melhor amiga.

A fantasia adolescente.

A garota que roubou meu coração, o partiu e levou os pedaços com ela quando foi embora.

A amiga ausente.

A roommate proibida pra mim.

A namorada.

A mãe dos meus bebês.

Ela nunca esteve mais sexy que agora.

Camila começou a exibir os sinais dos quatro meses de gravidez, principalmente nos seios e na bunda. Eu a pedi em casamento há um ano, no dia 26 de julho, alguns meses depois de voltar da turnê. Ia esperar, mas decidi que tinha que fazer o pedido naquele dia e que nos casaríamos exatamente um ano depois.

Essa data tinha um grande significado para mim, porque 2607 era a última sequência de números da minha tatuagem de código de barras e representava o dia em que ela foi embora, uma década atrás.

Eu estava determinado a redefinir o significado daqueles números.

Agora, aquela data, hoje, seria, pra sempre, o dia em que ela se tornou minha mulher.

Não queríamos um casamento chique, só uma cerimônia privada com nós três na praia. Nos casaríamos ao pôr do sol e comeríamos a comida favorita de Camila, caranguejos, aquela coisa fedida, e lagosta.

Descobrimos que Michael, nosso vizinho, havia sido ordenado fazia alguns anos e podia realizar a cerimônia. Por uma dessas ironias, Michael Pegador agora era meu amigo, embora eu não perdesse uma chance de irritá-lo.

Gaivotas alçaram voo quando Bea correu em minha direção. Com o vestido molhado, ela me deu uma conchinha.

- Papai! Azul!

- O que tem para mim, Beatrice Mendes?

Camila limpou a areia da saia de Bea e explicou:

- Estávamos procurando uma coisa velha, uma coisa nova, uma coisa emprestada e uma coisa azul para a cerimônia de casamento. E encontramos essa conchinha azul.

- É perfeita, Abelhão - falei, devolvendo a conchinha para ela.

- Falta o resto - avisou Camila, tirando alguma coisa do bolso para dar a Bea. - Temos uma coisa nova, mas é sua, não minha. Bea, dá para o papai.

Minha filha me entregou uma caixinha. Dentro, havia uma palheta com a inscrição: "Obrigada por ter me escolhido".

Eu a abracei e murmurei:

Little Bee - ShawmilaOnde histórias criam vida. Descubra agora