Vou poupar você dos detalhes.Levou anos de trabalho árduo e pesquisa, 50 anos para ser exato. É irônico que mais 50 anos separem os dois. Exatamente 100 anos desde aquele dia em 1970 quando Dream chamou aquele "número errado" pela primeira vez.
George envelhecera exatamente como o tempo pretendia; ele agora era um homem velho. Um velho como aquele que ele lembrava de ter visto no hospital, ligado a máquinas. Aquele com quem ele falou ao telefone e chamou de velho na brincadeira. Aquele que ele amava.
George finalmente estava pronto. Pronto para corrigir o erro que o tempo fez. Wilbur e sua família tentaram mudar a opinião de George quando tudo começou, tantos anos atrás, mas George não se deixou influenciar. Ele iria conseguir isso, não importava o que custasse. Ele havia prometido ao velho Dream que encontraria um caminho e pretendia cumprir essa promessa.
Eventualmente, Wilbur e sua família mudaram de ideia. Eles viram como George estava miserável e, mesmo que fosse errado, Wilbur queria seu pai de volta; queria vê-lo uma última vez. Então ele ajudou. Ele ajudou por quase 5 décadas antes de falecer repentinamente, quase tão repentinamente quanto Dream. Aquilo abalou George em seu âmago, não apenas ele havia perdido o Dream, mas também o filho de Dream. Foi demais. Na confusão cheia de pesar que a morte de Wilbur causou, George escapuliu. Longe do Techno, que sentia muita falta do irmão. Longe de Tommy, que agora não só perdera a mãe, mas também o pai. Longe do caos que o tempo criou.
No aniversário daquele primeiro telefonema, George estava pronto. A pequena máquina do tempo que ele havia passado décadas construindo Wilbur estava pronta. Respirando profundamente, instável, ele invocou o poder do espaço e do tempo. Ele atrasou o relógio 50 anos e esperou.
A princípio, nada aconteceu e o coração de George quase se partiu no local. Mas, quando ele estava prestes a perder as esperanças e desligar a máquina, ele foi levado embora. Para onde, ele nunca saberá. Ele sabe que estava flutuando. George não conseguia ver nada além de um redemoinho infinito de cores diante dele. Talvez fosse um portal para o passado, ou um vazio onde o tempo deixou de existir.
Talvez ele tenha acabado nos confins do espaço, para nunca mais ser visto. Mas assim que ele estava começando a questionar onde exatamente ele estava, ele se viu sendo puxado. Puxado em todas as direções, parecia. Ele não sabia o que fazer, então apenas fechou os olhos e deixou acontecer. Quando se sentiu como se estivesse novamente em solo firme, ele abriu os olhos. Ele se viu de volta onde estava antes, em seu quarto; O antigo quarto de Dream. Ele se pegou procurando em sua mesa a pequena máquina do tempo, mas ela não estava lá. Isso estava bem, ele não precisava mais disso. Ele se virou para ter certeza de que tinha ido ao lugar certo a tempo, e ele tinha; o telefone antigo ainda estava lá, mas o cabo ainda estava totalmente intacto. Isso significava que não era tarde demais. Ele ainda poderia consertar isso. Então ele esperou. Ele esperou que seu eu do passado chegasse em casa.
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Foi um bom dia para George. Ele havia terminado seu trabalho mais cedo e decidiu dar um passeio no parque. Enquanto estava lá, ele encontrou Wilbur e sua família novamente. Eles os visitaram por um tempo até que o pai de Wilbur ligou, e a família disse que eles deveriam voltar para casa.
George despediu-se deles e começou a curta caminhada para casa. Ele estava tentando pensar em como se ocupar durante a noite, já que Dream estava visitando sua irmã e não seria capaz de ligar naquela noite. Enquanto destrancava a porta da frente, ele ainda estava pensando. Talvez ele fizesse pipoca e assistisse a um filme para se distrair. Sim, isso soou bem.
Ele decidiu subir para seu quarto para que pudesse se trocar por algo mais confortável, mas parou antes de chegar à porta.
Sentado ali, em sua cama, estava um homem velho.
George deu um pulo de choque, mas o velho apenas ficou sentado, esperando, ao que parecia.
"Alô?" George perguntou timidamente enquanto começava a se aproximar do homem.
Ele estava tão confuso, por que havia um velho aleatório em sua casa. George não conseguia pensar em nenhuma explicação lógica para isso.
Mas então ele percebeu.
"Dream?" Ele perguntou, "É você?"
O homem velho ficou sentado por um segundo, antes de começar a rir. "Infelizmente, não meu querido menino."
"Então quem és tu?" George perguntou. Se esse velho não era o Dream, quem poderia ser. Ele poderia estar perdido? Ele entrou na casa errada ou algo assim?
"Sente-se garoto, eu não vou te machucar", o velho gesticulou para a cama de George onde ele estava sentado, antes de dar um tapinha no lugar ao lado dele. George não sabia por quê, mas em vez de ficar cansado ou com medo (algo que as pessoas geralmente ficam quando um estranho está em sua casa), George se viu se aproximando.
Ele sentou-se ao lado do velho e esperou que ele falasse novamente. Mas o velho se virou para olhá-lo e o encarou, observando todas as suas feições. Um silêncio meio constrangedor se estendeu por um ou dois minutos enquanto George apenas ficava sentado ali, deixando o velho estudá-lo. Finalmente o velho se virou, rindo levemente.
"O que é tão engraçado?" George perguntou, confuso com razão.
"Oh, nada", disse o velho, "Simplesmente não consigo acreditar como fui jovem."
Os olhos de George se arregalaram. "Você é... eu?"
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Flowers From 2020
AcakEsta história é uma versão de um final alternativo de "Flowers From 1970" por Astr0nomika. Versão original feita por pmccall2 no wattpad, só estou apenas traduzindo ela.