2. ÜBerlin

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Ei, agora apanhe o U-Bahn, cinco paradas, mude de estação. Ei, agora, não se esqueça que a mudança vai lhe salvar. Ei, agora, conte milhares de milhões de pessoas, isso é incrível, perseguindo, pela cidade com suas estrelas brilhantes.

 Ei, agora, conte milhares de milhões de pessoas, isso é incrível, perseguindo, pela cidade com suas estrelas brilhantes

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Respiro fundo quando eu e Joshua saímos do Aeroporto de Berlim. Enquanto ele solicitava um Uber para nós, fico observando os detalhes que há tanto tempo não via, me lembrando de tudo que deixei para trás. Eu não odiava a Alemanha, não de verdade, e apenas observar as pessoas, escutar as vozes falando em alemão, me faz lembrar disso. Era isso que eu iria focar, lembrar que aqui eu tinha pessoas que me amavam, e não só uma experiência ruim. Por estar tão absorta em meus pensamentos, e apenas por eu ser eu, esbarrei em alguém que passava por ali. Alguém talvez seja um eufemismo e gigante case melhor na descrição do ser a minha frente.

― Desculpe ― falo por instinto, usando meu inglês habitual, esquecendo por um momento que estava na Alemanha, sem falar que estava completamente absorta na vista. Eu nunca me senti tão pequena na minha vida, não é algo que uma mulher de 1,79m se sinta com frequência, isso porque meu ex tinha 1,92m. ― Entschuldigung ― acrescento em seguida. Provavelmente me passando por turista que decorou meia dúzia de palavras em alemão apenas para essa viagem.

Ich hassen Touristen ― fala com desdém, sem se dar ao trabalho de olhar duas vezes para mim.

― Uau ― bufo chegando ao lado de Joshua que colocava as malas no porta-malas do carro.

― O que foi? ― ele pergunta depois entrar no carro.

― Um alemão acabou de falar para mim que odeia turistas ― falo dando os ombros. ― Não acho que ele sabia que sou metade alemã e provavelmente nem sabia que eu entendo perfeitamente alemão. Mas mesmo assim...

― Sarah, por favor, não começa a odiar a viagem, não saímos nem uma vez ainda, trate de trabalhar no seu bom humor.

Reviro os olhos para ele, tentando ignorar a sensação estranha que habitava dentro de mim. Eu deveria fazer o melhor proveito dessa viagem, e deixar minhas controvérsias com a Alemanha de lado, foca Sarah, você acabou de lembrar que gosta da Alemanha, foca nisso. Eu precisava fazer a melhor cobertura da história se quisesse cobrir as Olimpíadas.

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Quando chegamos ao hotel que a produção reservou para nós, tudo o que eu queria era me afundar na cama e dormir até o dia seguinte, acordando apenas para o almoço com meu pai, já que no primeiro dia não teríamos nenhuma cobertura para fazer, apenas um breve momento de descanso antes da correria começar. Porém, eu tinha certeza de que Joshua não permitiria isso. Ele já tinha escolhido o clube da noite e falava animadamente sobre seus planos.

— Você tem certeza de que não quer ir sozinho? ― pergunto me jogando na cama, que era tão macia que parecia me abraçar.

— E não entender nada do que estão falando? ― ele fala com uma risada.

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