''Se um dia eu quis um final feliz, hoje eu desejo vingança. ''
Um assassino de aluguel cansado dos riscos do seu estilo de vida, aceita um último trabalho que daria todo o conforto para cair fora. O que ele não contava era que as dificuldades de r...
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"Eu nasci para fazer história Algo melhor algo maior Nada vai parar esse fogo É a realidade simples que nasci para ser Algo melhor algo maior"
- Chosen One, Valley of Wolves
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Sabe quando você sente como se estivesse fora de si? Como se, na realidade, você fosse uma pequena minhoca dentro da sua própria cabeça, vendo um filme que é a sua vida? Suas ações, palavras, atitudes, é como se estivessem em um modo automático e você apenas pode assistir.
Sempre me senti assim, acho que em grande parte da minha vida, e não sei descrever de outra forma que não essa: não importa o quanto eu tentasse, meu corpo não é meu e minha vida não é minha. Eu apenas assisto e vou de acordo com a maré. Então por que eu me senti viva apertando aquele gatilho? A culpa me inundava, obviamente. Mas eu estava tão cansada da dor, do medo. Estava com tanta raiva do que havia se tornado minha vida, sobre não fazer ideia de onde eu estava, com quem eu estava, sem saber se minha mãe e irmã estavam bem, sem saber se voltaria para casa. Até que entendi que, apesar dessa situação parecer tão sem controle, minha vida inteira foi assim. Presa às vontades dos outros, e eu cansei.
Então olhei para Chaol, seu corpo ferido, olhei para a arma e me senti poderosa, como nunca antes. E uma parte de mim formigou para desistir, para voltar a ser a garota que se deixava ser defendida, como foi minha vida inteira, mas então eu apertei o gatilho. E foi como se finalmente, eu estivesse tomando as decisões, apenas para ter essa sensação arrancada do meu peito quando me senti sendo puxada novamente para aquele lugarzinho no fundo da minha mente, voltando a ser aquela minhoca dentro da minha própria cabeça, e apenas existi. Sem controle algum.
Uma batida soou na porta, sequer me mexi. Eu estava sentada em uma poltrona voltada para a janela, observando um vasto verde. Não era um campo lindo como em casa, era um pequeno bosque com grama florida ao lado...
— Trouxe um pouco de comida para você. — Uma voz irrompeu meus pensamentos. Ainda que o aroma enchesse o quarto, não mexi um músculo sequer.
Quando Chaol percebeu que eu não comeria, ele se aproximou, deixando a bandeja com um hambúrguer e batatas fritas diante de mim. Observei pelo canto do olho, ele não estava mais coberto de sangue, ao contrário de mim. Assim que cheguei nessa casa no meio do nada com esses desconhecidos que, por alguma razão, salvaram minha vida enquanto ainda se decidiam sobre mim, corri para um dos quartos e me sentei nessa poltrona, não parei de olhar para a janela desde então. Nem mesmo me mexi em... deve fazer quanto tempo mesmo? Não é como se isso importasse. Não é como se nada importasse uma vez que minha vida claramente era apenas um grão de areia sendo arrastado por um tsunami.