Pela Lâmina Da Espada

O começo de um ciclo

Isto começa muito antes, do que se vê a seguir.
Retornamos ao um certo tempo no passado, quando um homem assustado se vê encorajado a ir embora de sua casa e seu reino, com sua filha ainda prematura em seus braços.
Este a cria em meio ao ambiente hostil de uma floresta, construindo uma casa na árvore onde os dois viveríamos ao longo de suas vidas.
No decorrer dos anos ensina a menina a andar, falar, se vestir. Porém o mais importante, a caçar, manusear facas e espadas, arcos e flechas, além de luta e uma devasta cultura em história, matemática, ciências e alquimia. Este a chamou de Luna, em homenagem a aquilo que a fazia parar de chorar durante as noites, quando chamava sua atenção para olhar para o que mais brilhava no céu, a Lua.
Dezesseis anos depois o homem chamado Javier, se viu obrigado a deixar sua filha e o ambiente que viviam ao ser convocado para a guerra contra o reino inimigo de Castille, Andora.
Sem a vasta promessa de um retorno ele aconselhou sua menina
" Veja bem, Luna tudo se comportar para que haja vida, porém a morte é a beleza da nossa mortalidade, eu não posso prometer que irei retornar, mas não importa o que o destino reserva para mim, a única promessa que posso fazer é que meu amor por você é eterno"
Com estas palavras Javier seguiu rumo a Castille de onde jamais retornou.
Cerca de seis meses após a ida permanente de seu pai, Luna não se via completamente sozinha, Fumaça era o filhote de cão a qual tinha achado e liderava seus dias.
Em um final de tarde, ela ouve vozes distantes vinda em meio aos arbustos, na esperança que seja seu pai ela caminha até o barulho, mas seu sorriso logo se desfaz quando o sotaque das falas apresenta diferenças e há um menino amarrado em meio há três homens robustos com armaduras diferentes da qual ela havia visto seu pai colocar.
O menino estava extremamente assustado, e os homens gritavam com ele a todo momento com tons de ameaça, ela não poderia simplesmente ignorar. Foi quando ela traçou seu plano, os seguindo e esperando anoitecer para que quando menos esperassem viria o ataque.
Com a lua já brilhanto no céu limpo, ela os observou terminar a refeição que faziam, e se deitarem no meio tempo, subiu até uma parte média da árvore que usava de abrigo, enquanto Fumaça ficava em meio a escuridão, com seu rabo abanando sem dar um latido.
A primeira fecha atingiu o pescoço de um que se ajoelhou aos berros engasgando no próprio sangue, os outros dois levantaram assustados, a segunda atingiu o peito de um que caiu sobre a fogueira, enquanto o terceiro olhava para os companheiros atordoado, ela desceu da árvore, ao chegar perto ele se virou e levou uma flecha em um de seus olhos.
O menino assustado viu ela se aproximar e começou a gritar, ela o acalmou dizendo que era ajuda, rindo de sua cara e o desamarrou. Ele ainda engasgado nas palavras perguntou seu nome, e assim ela fez o mesmo
- " Kaio" ele a disse.
Caminhando longe dali, ela o guiou até o reino de Castille, mas antes de ir ela perguntou
- O que eles queriam com você?
- Meu pai é importante para o reino e para o rei!
- Entendo.
- Ele não liga muito para mim, mas posso dizer o que fez e você pode ganhar dinheiro!
- Não, não! Não preciso de dinheiro
- Todos precisam! Ele riu
- Eu não. Nesse momento Fumaça apareceu pedindo por carícias.
- Seu cão? Olha só, ele é uma graça!
- É melhor você ir, aproveitar a lua te iluminando.
- Claro, claro. Obrigado, Luna! Ele disse, alterando a voz em seu nome com um tom grave.
- Boa sorte, Kaio! Ela fez o mesmo.
Com Fumaça nos braços, Luna caminhou de volta ao seu lugar, admirando as estrelas no céu.