CAPÍTULO III

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Indo para Malta o meu celular conseguia ser ele mesmo. Receber mensagens, ligações e eu finalmente poderia me comunicar com a Srta. Hong.

Mas tinha uma vírgula. Pensava no melhor momento para isso, pois não bastava eu estar em um bom momento para telefonar, a Srta. Hong precisava estar alinhada com as despreocupações da vida cotidiana. Não queria atrapalhá-la, estando tanto tempo longe. Não precisava estar próximo para ter a certeza que estava ocupada com os processos, com o escritório, com novos relacionamentos... - Esse pensamento em específico fez Vincenzo fechar o punho e prender a mandíbula, por ser uma hipótese de desagrado. - Gostaria de estar próximo, mas eu não poderia mais voltar para Coreia. Como um bom vilão eu seria capaz de me comprometer para ajudar alguém astuta, inteligente e linda como Hong Cha Young, mas para o momento talvez seria arriscar-se demais podendo gerar grandes problemas para ela, algo que eu não queria.

Estava determinado em telefonar. Precisava desse contato direto para saber como está e principalmente, dizer que agora era o momento e que ela poderia vir para Malta descansar comigo. Isso sim, me fez sorrir involuntariamente, enquanto olhava para a tela de proteção do celular que estava com a foto que tiramos junto da minha mãe que em paz descansa.

O helicóptero que me levava para Malta tinha aterrissado para abastecer. O fuso da Coréia, não favorecia a minha ânsia de comunicação com a Srta. Hong, então, aguentaria um pouco para isso e me concentraria em tranquilizar os meus pensamentos e descansar.

Aproveito e por meio de um aplicativo super tecnológico que tinha em meu celular, olho as câmeras no entorno do meu prédio na Itália e não tinha nenhum problema aparente. Isso me fez respirar mais aliviado.


~~


Era de manhã, tinha acabado de tomar o meu café. Não tinha tirado o pijama do corpo e estava escrevendo a carta que enviaria para senhorita Hong, quando tive a impressão imediata de um barulho estranho muito próximo. Seguro a carta em minhas mãos e vou em busca de descobrir do que se tratava o som.

Se intensificou quando cheguei a sala. Larguei a carta em uma mesinha próxima porque sabia que teria que me defender. Tinha alguém tentando invadir, então me apressei em pegar a faca que tinha em um esconderijo secreto atrás de um quadro na sala. O coloquei no meu bolso interno do pijama sentei no sofá para esperar o amadorismo do bandido conseguir finalmente desfazer as trancas da porta principal que levava a minha sala. A tampa do meu isqueiro dourado subia e descia entre a minha mão esquerda. Isso me concentrava para qualquer situação a ponto até de conseguir constatar que o bandido era amador.

Com a demora não consegui ficar sentado. Assim que escuto a última tranca se desfazendo levanto-me rapidamente. A porta abre de supetão e isso não me impressiona. Ouço os passos da pessoa adentrando a minha sala.

- Achei que seria mais rápido. - Me viro despreocupadamente para ele. - Além de lento é um GRANDE amador. - O meliante me observa atento, parecia muito calmo realmente, mas via uma ira muito grande em seus olhos. Um rapaz jovem, parecia ter a minha idade ou mais novo, certamente não precisava partir por estes meios para poder se dar bem. - O que quer aqui?

- Amador? Quem você pensa que é? - Ele dá dois passos avançando para mais próximo de mim.

- Eu não penso, Eu Sou Vincenzo Cassano!! - o isqueiro fecha causando um barulho prazerosamente instigante para mim.

- Que ridículo!! Então é você que é rico e poderoso e faz a minha mãe trabalhar!!

- Ela trabalha por livre e espontânea vontade e porque quer estar aqui. - Começo caminhar, com o isqueiro sempre em ação. Continuo. - Infelizmente, teve o desprazer de ter um filho que a machuca e não se importa com ela. - Disparo.

Vincenzo IIOnde histórias criam vida. Descubra agora