TODA CANÇÃO FALA DE AMOR

MAIS QUE UM AMIGO

( Na mídia a canção Contramão- Gustavo Mioto)

Acordei com o barulho de Tati entrando no quarto, já são 8 horas da manhã e ela entra com a cara mais sem vergonha possível, ao perceber que estou acordada ela solta um sorriso e vai direto para o banheiro.

- isso são horas vaquinha? - falo irônica enquanto caminho em direção ao banheiro.

- ah tá! Não sabia que tinha horário para voltar, aliás eu já sou bem grandinha para a senhorita vim falar de horário comigo. - seu tom debochado me faz rir.

- vaca! Agora me conta como foi o remember, já que sempre me disse que figurinha repetida não completa álbum. - falo debochando dela.

- continuo com o mesmo pensamento, mas eu esqueci de te informar que eu possuo vários álbuns. - começamos a rir e ela para do nada e me olha cerrando os olhos.

- e a senhorita hein? Teve uma ótima noite com o boy gato de olhos azuis? Ou deixou aquele deus só na vontade? - seu olhar desconfiado me fita séria.

- nós ficamos... nada além de beijos. - digo sem pretensão e começo a escovar meus dentes.

- aleluia!!!! - ela grita dentro do box me dando um baita susto.

- sua maluca! Já disse que sou cardíaca porra! - finjo está irritada enquanto ela se acaba de rir.

- e ai me conta tudo, o beijo dele é bom? Me conta tudo, tô curiosa garota. - Tati começa a fazer pergunta sem parar e conto tudo que aconteceu para ela.

Depois do banho fomos tomar o café da manhã, e não demoramos muito pois tinhamos marcado uma praia com os garotos, e enquanto eu lutava com meus pensamentos em não querer prosseguir ficando com Pedro ao ver eles chegando no hotel para nos buscar minha vontade em provar seus beijos mais uma vez falou mais alto.

- oi gata! - sua voz chega aos meus ouvidos enquanto seu perfume amadeirado me envolve.

- oi! - respondo timidamente.

- gente a química de vocês pode ser sentida de longe hein! Nossa senhora quê que isso! - Tati diz em alto e bom som me fazendo da uma olhada mortal pra ela enquanto Levi não controla a gargalhada.

- não liga para as coisas que essa maluquinha diz, você já deve ter percebido o quanto ela é espontânea não é mesmo? - falo sem jeito e ele apenas lança um sorriso daqueles que eu viajo admirando.

- eu não estou errada ou estou Pedro? - Tati diz passando em nosso frente de mãos dadas com Levi.

- tenho certeza que não... mas talvez seja mais que isso. - ele diz timidamente, e eu acho tão fofo.

- sério? - pergunto brincando mas ele apenas me olha e pega na minha mão para seguirmos caminhando.

A praia é linda com o mar na tonalidade verde esmeraldas e a areia branquinha, tem vários quiosques e aparenta ser um ambiente bem aconchegante, ficamos conversando sobre tudo, soube um pouco da vida dos garotos e eu e Tati contamos um pouco da nossa vida, nada além do necessário.

Pedro não para de me fazer carinhos e aposto quem vê de longe pode até acreditar que somos um casal de namorados, gosto dos carinhos dele e adoro os seus beijos mas sei que se ele estiver realmente gostando de mim não vai rolar pois um sentimento unilateral será ruim para ambos.

Decidimos mergulhar um pouco, na verdade eu queria me afastar um pouco de Tati e Levi que estão se pegando na nossa mesa.

- eles são intensos né? Acho que isso ai vai virar namoro. - digo sorrindo para Pedro enquanto nos afastamos da mesa e entramos no mar.

- e a gente? Não somos intensos? Porque sinto meu corpo pegar fogo quando estou assim pertinho de você. - seu braço envolve minha cintura e me puxa para ficar grudada ao seu corpo.

- e-e... nossa isso é intenso tanto quanto... - gaguejo um pouco e nem termino meu raciocínio pois ele me beija.

O beijo dele é tão perfeito que meu corpo amolece, e enquanto ele vai intensificando eu só desejo me aprofundar ainda mais, tipo um caminho sem volta, um sonho doce e gostoso, algo surreal.

- Não me deixe mais viver sem esses beijos gata, pois eu acabei de comprovar que não consigo mais ficar longe de você. - sua voz soa tão sexy que fico sem ar.

- nossaaa! Eu nem sei o que dizer... - realmente minha mente parece ter bugado, e começo a processar tudo lentamente.

- não precisa me dizer nada, apenas sinta, eu quero ser mais que um amigo, pois você é como uma luz que chegou para iluminar a minha vida fudida. - ele diz enquanto faz carinho nos meus cabelos me olhando nos olhos tentando enchergar minha alma.

Vários beijos rolaram dentro da água morna, as ondas vinham fraquinhas e nem nos incomodavam, suas mãos me acariciavam em pontos estratégicos respeitando limites mais mesmo assim dispertando sensações alucinantes.

Voltando para o quiosque eu só conseguia pensar nas palavras que ele me disse, "eu quero ser mais que um amigo" martelava em minha cabeça sem cessar, mas eu vivia num mundo obscuro, e no meu coração não havia espaço para mais ninguém ocupar, eu não poderia levar luz sendo que eu estava nas trevas e talvez eu não estivesse pronta para sair desse lugar.