UM BARZINHO VINTAGE

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( Na mídia a canção Mutante - Rita Lee)

Conseguir sair de uma crise de ansiedade não é nada fácil, a falta de ar repentina e o aperto no peito te assusta, a sensação de estar a beira da morte te desespera.

Não era a primeira vez que eu passava por isso, mas nas outras vezes eu sempre tinha alguém por perto, e agora terei que sair desse buraco sozinha, mesmo com os meus pensamentos confusos e a respiração falha eu busco encontrar um ponto de apoio e me concentro no que aprendi para melhorar essa crise.

Vou diminuindo o ritmo da minha respiração e aos poucos sinto meu corpo relaxar me possibilitando de ligar para minha mãe, e ouvir a voz dela uma calma me preenche e eu automaticamente me distraio com a conversa dela.

(...)

Já faz algumas semanas que eu tive aquela conversa com Pedro, nós não voltamos a conversar ainda, eu estou evitando ao máximo me encontrar com ele, inclusive aos domingos, na faculdade eu raramente o vejo, e isso talvez seja o certo a se fazer.

Não irei mentir dizendo que não sinto saudades dele, mas também não irei ficar relembrando o que tivemos, mesmo sentindo que tudo que aconteceu entre nós foi único e surreal, nem sei se conseguiríamos de fato ser amigos.

Vaquinha vamos sair hoje?

Tati me envia sua vigésima mensagem do dia para mim.

Tá ok

Respondo e aguardo o que ela vai dizer já querendo rir pois presumo o que ela pode digitar.

Ok? Só isso? Garota se arruma logo, passo ai em 30

Ok.

Melody fdp daki a pouco vou mandar vc enfiar esse ok lá naquele lugar!

Vou contar p mha mãe, deixa de ser chata, tá implicando com meu ok iiii fui!

Deixo o aparelho no sofá e começo a me arrumar sem me importar com o sinal de aviso de mensagem chegando no meu celular e eu não sei explicar o que de fato me fez aceitar ir para balada com essa minha amiga que todos sabem que não bate bem da cabeça.

O local que fomos não era uma balada e sim um barzinho com karaokê, me surpreendi com a escolha da minha amiga, a vibe de Tati é mais agitada e esse lugar parece mais com um ambiente vintage dos anos 90 e eu amo. Confesso que ver um karaokê me surpreendeu mais ainda pois fazia um tempo que eu não via em nenhum lugar.

- o que achou do lugar amiga? - Tati me pergunta com um sorriso no rosto.

- eu amei! Muito legal esse lugar, estou até curiosa pra saber como você encontrou esse barzinho. - pergunto e olho em nossa volta e comtemplo a decoração do lugar.

- ah me indicaram, fico feliz que tenha gostado. - ela desvia seu olhar e nos direcionamos para uma mesa.

- nossa eu quero muito cantar hoje, estou animadíssima para cantar! - falo empolgada, e minha amiga sorrir enquanto o garçom se aproxima.

Escolhemos o nosso drink e ficamos assistindo uma mulher cantando lindamente a canção Mutante de Rita lee, nossa a muito tempo eu não escutava essa música, gosto muito e sei tocar ela no violão.

Ao mesmo tempo que estou ansiosa para cantar eu sinto uma vergonha, não sou tímida mas em algumas situações fico um pouco sem jeito. Tomo coragem depois de uns 3 drinks, me levanto decidida e começo a escolher que música irei cantar.

Começo a cantar a música escolhida e olho para a mesa onde Tati está mas ela não está sozinha como segundos atrás, Pedro e o amigo dele me observam e essa visão faz minha voz falhar, me perco na música e só me encontro quando o gato da tatuagem de fenix se aproxima e começamos a cantar juntos.

TODA CANÇÃO FALA DE AMOROnde histórias criam vida. Descubra agora