Capítulo 6

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Deixa a água fria deslizar pelo seu corpo, arrepiando a pele, enviando pequenos choques elétricos pela sua espinha.

Em tal altura do ano, banhar-se com água fria é pedir para ficar doente. Mas ela gosta. Adora. Dá-lhe... prazer.

Além disso, resistência a altas ou baixas temperaturas faz parte do treinamento.

Passa o polegar pelos mamilos endurecidos. Arrepia-se, mesmo já estando arrepiada. A quanto tempo não faz sexo? Semanas? Meses?
Muitas missões. Pouco tempo. Quem manda ser das melhores? Das mais requisitadas?

Pouco tempo. Somente algumas horas para descansar. Somente a sua própria companhia para se satisfazer.

Mas agora não.

Precisa despachar-se. Precisa pensar. Precisa de um plano B, no que caso de o plano A falhar.

Plano A? Um jantar. Plano B? Talvez a sobremesa. Cérebros com molho de morango e uma surpresa no interior. Uma bala cada um.

Confiou. Deixou-o ir. Um jantar para apresentar a namorada. O avô vai estar presente; tem de estar. Se não estiver, terá de ter um plano para substituir o de Kris.
Sim, os dois querem a mesma coisa. As informações contidas na pen. Mas os querem com motivos diferentes.

No que dará a breve parceria?

Sai do banho, indo até seu quarto com o corpo pingando água.  Veste a calcinha, vai até a cozinha. Esquece-se que não estará sozinha por muito tempo.

E o convidado indesejado entra em casa. Fecha a porta com muita força, demasiado empolgado. Acabou de conseguir a confirmação do jantar; dali a pouco tempo terá em mãos o que tanto desejou ter.

Jane nem se abala. Um cigarro em uma mão e copo de whiskey na outra. Encontra-se na varanda, com o sol incidindo diretamente em seu rosto.

Vira-se, dando de caras com uma boca boquiaberta e bochechas coradas. Encarava-lhe a bunda agora a pouco?

Também não é para menos. Somente de calcinha, o cabelo nem as mamas cobre direito, os mamilos curiosos espreitam por entre os fios negros. Sedutoramente rosados. Água pinga dos cabelos, escorrendo pelo corpo seminu e criando uma poça no chão.
Bebe o último gole de whiskey, afundando a ponta do cigarro no copo.

Kris pigarreia, desviando o olhar. Bochechas coradas, que fofura. Da vontade de puxá-las até arrancá-las.

_ As 20:00. Esteja pronta até lá_ atira-se para cima do sofá, tentando ignorar a bunda bronzeada que passa por si.

Nem uma palavra. Entra em seu quarto e fecha a porta. Será possível tanta educação em uma única pessoa? Sente vontade de lhe dar uns belos tapas naquela bunda. Coisa que com certeza os pais não fizeram.
Se é que tem pais.

Encara-se ao espelho, secador e escova na mão. Cabelo já seco e escovado. O que falta? Saber o que fazer com ele.
Queria cortar, mas não pode. Não se sabe as exigências da próxima missão.

Encara o corpo, como já fez tantas vezes. Até gosta do próprio corpo. Definido, com belas curvas e ótima pele.
Passa a mão na nuca, recordando-se da única coisa em seu corpo que não gosta.

Aquela maldita tatuagem.

Um código de barras; todo agente o tem, assim como toda mercadoria. Como um produto qualquer, um objeto marcado pelo dono.

Suspira, encarando o vestido em cima da cama. Rosa e simples.
Adora coisas simples.
E odeia rosa.

Infelizmente, a família de Kris tem um padrão para o tipo de raparigas que escolhem para o seu seio familiar.
Ignorantes, daquelas que não se metem onde não são chamadas, inocentes e estupidamente princesinhas.

E existe algo mais perfeito que rosa para demostrar isso? Não.

Nem suporte para armas poderá usar, já que o vestido não da liberdade para tal.

Mas sem arma nenhuma não fica.

O calçado, um salto plataforma, tem um suporte para facas de arremesso de pequeno porte.

O cabelo é preso em um rabo de cavalo simples, por um elástico que na verdade, é uma arma.

Pode ser esticado até quinze centímetros, e contém um mecanismo elétrico que o faz aquecer até a temperatura de 150 graus. Uma forma fácil de estrangular e decapitar alguém.
Nos pulsos, duas pulseiras com o mesmo mecanismo que o elástico, e nos olhos, umas lentes que permitirão a leitura da retina do senhor Riley.

" Inocente" e armada.

Killer Girl, Agent 007Onde histórias criam vida. Descubra agora