Holy Shit

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-O que aconteceu com Fay Wray? Aquele corpo delicado coberto de cetim -a luz azul iluminava seu rosto. -Como ele se pousava em sua coxa, como eu comecei a chorar … -fechou os olhos e se entregou a canção. -Porque eu queria estar vestido da mesma forma!

Era uma voz balada lenta, sofrida, adequada ao seu tipo de voz, profundo e rouco. As letras eram do musical, escritas muito tempo antes mesmo de nascer. Só havia música em sua cabeça agora, um arranjo de notas.

-Entregue-se ao prazer absoluto! Nade nas águas mornas dos pecados da carne -seu corpo se movia juntamente com os outros atores do musical. -Pesadelos eróticos além de qualquer medida e devaneios sensuais a serem apreciados para sempre… Você não consegue ver?

A voz flutuando com ele.

Uma dor profunda o atravessou, a sombra de um sofrimento enterrado durante anos. Cantou como se as palavras lhe proporcionasse alívio.

-Não sonhe que é - seja! Ach ! Temos que sair dessa armadilha antes que esta decadência roube nossa força de vontade. Eu tenho que ser muito forte e tentar me segurar ou a minha mente pode muito bem surtar… -ele abriu os olhos e contemplou a visão perfeita da plateia. -Onde minha vida será vivida para excitações, isto é mais forte que eu, me ajude mamãe…

Os olhos dele reagiram e as lágrimas que ameaçavam cair foram suprimidas.

-Deus abençoe, Lily St. Cyr...

Ele se manteve fora do campo de visão enquanto o observava. Seu primeiro pensamento foi que ele havia mudado muito naqueles cinco anos. O tempo nem parecia ter passado;parecia ter voado. Ele já não era aquela pessoa que se lembrava, nem mesmo o nome era parecido.

Eren Jaeger, ou "Velvet" era um homem alto, esbelto, ágil, um pouco nervoso, o que, inexplicavelmente, o tornava atraente. Estava bastante bronzeado pelo sol da Califórnia, mas, aos 25 anos, sua pele era lisa e possuía o frescor suave semelhante ao de um bebê.

O cabelo mediano era vasto e castanho rubro. Usava-o simplesmente dividido ao meio. As pontas chegavam à altura dos ombros e flutuavam quando ele caminhava.

O rosto era místico, bem definido. A boca sorria com facilidade, mas eram os olhos definidos, de tom esmeralda, esfumaçado, que revelavam suas emoções. Tudo que Eren sentia, refletia neles. Tinha uma necessidade opressiva de amar e ser amado. Essa necessidade era uma das razões para seu tremendo sucesso. A outra era a voz rica, rouca e aveludada, que o projetara ao mundo da fama. Veludo, sua principal característica, tanto sua voz quanto sua pele.

-Tudo bem? -Gabriel entrou em seu camarim e passou o braço ao redor dele, sentindo-o tremer levemente.

-Sim. -pressionando as têmporas por um momento, ele deu uma risada nervosa. -Sim, claro. Acabei me desligando um pouco nessa última.

Gabriel inclinou-lhe a face e, beijou-o.

-Estava fantástico.

Os olhos dele reagiram e as lágrimas que ameaçavam cair foram suprimidas.

-Eu precisava disso.

-Do beijo ou do elogio?

-Ambos. -ele riu e jogou o cabelo para trás. -Também preciso de um descanso.

-Vou providenciar, mas você tem um novo projeto em andamento, então, suas férias estão bem meu amor.

Ele se afastou, e acendeu um cigarro.

-O que quer dizer?

-Temos um novo companheiro de trabalho, espero que ainda consigam separar o profissional do pessoal.

Velvet (2 temporada de Hurt) Onde histórias criam vida. Descubra agora