Corações unidos

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Eles haviam percorrido grande parte do caminho em silêncio. Sasuke não tinha demorado muito para os alcançar depois que eles deixaram a fronteira da Vila Oculta do Som, que acabou servindo como cenário de batalha. E agora que se aproximavam dos portões de entrada de Konoha, o coração de Hinata batia mais forte, a expectativa elevada.

— Naruto — chamou ela timidamente, aproximando-se dele e da namorada. — Você disse que precisava confirmar algo sobre o meu clã?...

O Uzumaki pareceu confuso por um instante, mas logo ele diminuiu o ritmo de corrida quando a expressão clareou, sendo seguido por Sakura, Hinata e depois por Neji, que se aproximou também. O único que continuou um pouco mais rápido à frente foi Sasuke, mas Hinata imaginou que ele provavelmente conseguiria ouvir o que o amigo tinha a falar daquela distância, considerando o tom de voz dele.

— É sobre algo que Juno me falou — começou ele, mais sério do que o usual. — Ele me disse uma coisa um pouco estranha...

— O que ele poderia falar de estranho sobre o nosso clã? — questionou Neji, mas então fez uma careta, e Hinata imaginou que ele devesse estar pensando sobre a política das Casas.

— Bom, eu acho que ainda precisamos ter certeza. Particularmente, acredito no Juno, mas não temos prova alguma. — Naruto saltou da árvore onde estava e parou no meio do caminho. Sasuke fez o mesmo, parecendo contrariado, para que todos pudessem seguir juntos depois.

Parados no meio da estrada que levava à Konoha, Naruto pareceu se perder em pensamentos, e Hinata de repente entendeu que ele estava selecionando fatos. Ela participava de reuniões do conselho desde muito pequena e conhecia expressões como aquela na face de seu pai; sempre que ele precisava ser cauteloso com relação a algo que diria perante os conselheiros e ocultar algumas coisas para não gerar conflitos era aquela expressão vaga e apreensiva que ele fazia. Ela suspirou, esperando que Naruto ao menos falasse algo que os ajudasse de fato.

— O que foi? — perguntou Sakura, já impaciente.

— Bom, o que posso dizer é que tenho a suspeita de que um dos membros do clã Hyuuga possa ter envolvimento com as armas contrabandeadas de Konoha — começou Naruto, e entrelaçou os dedos aos de Sakura, ainda pensativo. — Como eu disse, não tenho nenhuma prova.

— E provavelmente não conseguiríamos nada mesmo se interrogássemos cada capanga com o qual lutamos hoje — disse Sasuke. — Eles não devem saber sobre nada. Os que podem saber são Kiichi e a esposa, mas duvido muito que abram o bico.

Neji concordou com um aceno e perguntou:

— Mas você tem ao menos o nome desse suspeito?

— Tenho, sim. Mas vocês acreditam na possibilidade de Hiashi permitir uma investigação pelo Hokage?

Hinata segurou o braço de Neji enquanto pensava sobre aquilo. Apesar de todos do seu clã estarem abaixo das leis de Konoha, os Hyuuga costumavam executar eles próprios a justiça em membros que desacatavam a ordem, a não ser em casos extremos. No entanto...

— Meu pai ultimamente tem feito de tudo o possível para quebrar a política das Casas — disse Hinata. — Se existe uma chance, mesmo que remota, disso ajudar em algo na causa, é bem capaz de ele entregar tudo nas mãos do Hokage.

— Ótimo! — exclamou Naruto, com a empolgação de sempre retornando à voz. — Bom, então acredito que esse seja o caso, porque o suspeito é um membro do conselho.

Hinata puxou o ar para os pulmões com tanta força, por causa da surpresa, que todos olharam para ela. Um membro do conselho cometendo um crime tão grave quanto traição?

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