todas as minhas partes - narusasu

tocar minha cintura

- Já se passaram 5 dias tem alguma ideia do que você vai fazer? - Shikamaru diz depois de soltar a fumaça do pulmões.

Fiquei receoso em responder. Apesar da clara preferência do Shikamaru pelo Hyuuga, sabia ele era imparcial e estava quase certo de que aquilo não era uma artimanha para tentar saber mais sobre meus planos e depois contar pro Neji.

- Para de ser neurado, cara. Tô perguntando numa boa. O fato de eu ser mais próximo do Neji não vai afetar minha decisão para presidente. - Diz antes de dar outra dragada.

- Não tava pensando nisso - Digo, mas pelo rosto corado, o outro moreno consegue notar a mentira - Mas de qualquer forma, até agora só decidi que quero algo mais privado.

- Ficou com domingo ou sábado?

- Domingo - Bufo lembrando que isso foi resultado da minha má sorte, já que no dia anterior eu e o Neji tínhamos decidido isso por um simples pedra papel e tesoura.

- Péssimo dia - Kiba grita por cima do ombro enquanto se concentrava em não deixar a carne queimar.

O grupo estava reunido para um churrasco na casa da família Nara. Durante os 3 anos de fraternidade a residência foi aos poucos se consolidando como um refúgio pra nós. Ficando há 40 minutos do campus, era o único lugar que tirava um pouco a pressão louca da faculdade e rotina corrida.

O casarão era só calma e aconchego.

- Você devia me apoiar cachorro e não tentar trazer o lado ruim da coisa. - Grito de volta subindo na borda da piscina deixando apenas meus pés reféns da água.

- A gente vai tá o pó no domingo. A festa do Uchiha podia ser feita no outro sábado. - Rock lee diz entrando na água.

- De novo essa porra? Sem mudanças. Será no sábado e no domingo. E além disso, é só não beber até cair no sábado. - Neji diz sentando ao meu lado.

- Me controlar no último sábado antes do início do semestre. - Choraminga Lee.

- É até bom você pegar leve mesmo Lee, você fica doido quando bebe, sabe. - Gaara diz abraçando as costas do outro.

- Não fico.

- Fica sim, simplesmente todas as suas características ficam mil vezes piores. - Falo sorrindo. A reputação da versão bêbada de Lee era conhecida por toda faculdade

- Só não supera o Naruto quando bebe. - Kiba diz de repetente se aproximando com Naruto. O dois colocam travessas com carnes picadas numa mesinha bem na beirada da piscina.

O resto do grupo rapidamente se aproxima da comida.

- Ah não! Eu tô quietinho aqui. - O loiro retruca dando um mergulho.

- E o Naruto nem bebe tanto assim - Intervenho rapidamente.

- Não bebe? Porra não bebe demais na frente de vocês. Lembra do final de semana antes do início segundo semestre? Pois é, o Narutinho queria se despedir do estágio em Los Angeles em grande estilo.

Franzi o cenho.

Aquilo tinha acontecido no ano passado. Naruto tinha conseguido um estágio de verão em Los Angeles e Kiba aproveitou que o loiro já tava lá para passar um final de semana na cidade. Na época pensei em fazer o mesmo tanto para visitar meu primo que comandava a sede Uchiha da cidade quanto o Naruto, mas tava tão ocupado com meus projetos de robótica que acabei desistindo.

- Cachorro desgraçado cala boca. - Naruto disse com a voz risonha, mas o olhar que destinava ao outro claramente mostrava que ele estava puto com a situação.

- Não! Conta, porque agora eu fiquei curioso. - Lee diz animadamente.

- Não, chega! Bebi pra caralho naquele dia e fiquei muito louco. Foi uma besteira do cacete, só isso. - Responde tentando encerrar o assunto.

- É gente foi besteira...- Kiba forçando um tom alegre conhecendo o loiro bem demais para entender que não devia continuar aquele assunto- Mas sabe o que não foi besteira? A vez que o Rock Lee ficou tão bêbado que...

- Ficou totalmente pelado correndo pelo campus fazendo o jogo Edwards mãos de garrafa. - Gaara complementa e todo mundo ri ao mesmo tempo

- A culpa foi sua Gaara, eu vi uma cena assim naquela série que você me obrigou a assistir e minha versão bêbada quis fazer igual. - Cruza os braços forçando um beicinho nos lábios, porém logo em seguida os 4 começam a relembrar das situações constrangedoras pelas quais a versão bêbada do Lee já passou.

O fato do Naruto nadar tranquilamente na piscina totalmente alheio a conversa e provavelmente aliviado por ele não ser o foco na discussão não passou despercebido por mim.

Por isso, peguei umas dos espetos com carne e caminhei rapidamente para o lado oposto da piscina, que era a direção em que ele nadava.

Sentei novamente na borda da piscina e esperei ele emergir das águas.

O loiro sorriu quando me viu.

- Falso.

- O que? - O sorriso do desgraçado fica ainda maior.

- Você falou que não bebia.

- Isso é mesmo relevante?

Vacilei com a pergunta. Obviamente não era relevante, mas o Naruto era um cara difícil de ler verdadeiramente e para compensar isso era comum ele fingir ser um livro aberto e descontraído. Então, ele evitar se esquivar das coisas que alguém perguntava da sua vida era algo muito fora do comum.

- Obviamente. - Respondi. - Se você sente necessidade de mentir por coisas pequenas, pode facilmente mentir por coisas grandes.

Ele me encara tentando fingir um semblante sério.

- E o ponto é? - Diz enquanto coloca as duas mãos na minha cintura e se encaixando entre minhas pernas.

- Bom, se você for um mentiroso patológico poderia facilmente ser um psicopata. De um para um outro é um passo e isso é bem assustador.

Dessa vez o outro nem se dá o trabalho de manter a face séria e simplesmente cai na gargalhada.

- Realmente todos os Uchiha são dramáticos, né? - Ele sorri apertando despreocupadamente minha cintura.

Olho bravo para ele. O maldito estava tentando mudar de assunto.

Ele balança a cabeça ainda sorrindo antes de, por meio de um forte puxão nas minhas pernas, colocar meu corpo junto ao dele.

- Eu bebi demais, dancei que nem um puto e passei o rodo na balada. Apenas isso.

Pouco convincente, mas decido não insistir mais.

- Sei... - Resmungo levando o espeto de carne até minha boca, porém Naruto é mais rápido e se aproxima do meu rosto para roubar uns dos pedacinhos de carnes antes que eu tenha a chande de comer-los.

- Meu.- Fala simplesmente.

E enquanto eu observava ele comer os pedaços roubados e sentia suas mãos apertando possessivamente minha cintura fiquei com uma grande dúvida sobre o que, nesse momento, ele afirmava que era dele.