11

269 39 22
                                    

 . A-Liàn estava de castigo, nada de doces, nada de sair sozinha pelo Recanto das Nuvens, a pequena já estava entediada, não tinha nada para fazer, estudou tanto que sua cabecinha doía, antes ela estava animada para aprender todas as regras da Seita Lan, mas ela percebeu que não era nada legal copiar "Retidão" cinco vezes, a criança estava sentada na cama dos aposentos que dividia com o pai olhando o próprio trabalhar, o jantar já havia sido servido, ela comeu a comida sem gosto dos Lan a muito custo, mas tentou disfarçar a vontade de cuspir.

 . Depois de amanhã eles voltariam ao Píer Lótus, ela tinha de arranjar uma maneira rápida de juntar seu papai e tio Xichen, mesmo de castigo. Ela se levanta da cama e anda até o pai, que lia alguns documentos, ela coloca as mãos atrás das costas, uma posição que seu pai costumava fazer, e olha com olhinhos pidões para o pai, o mesmo a ignorava, mas ele esqueceu que a filha era tão persistente quanto si, ela deu um passo a mais e continuou com os olhinhos pidões, ele suspira derrotado.

- Diga A-Liàn - ele manda, a garota abre um sorriso.

- Posso ficar no seu colo papai? - ela pede, Jiang Cheng abre um mínimo sorriso e dá espaço para a criança subir - Eba! - ela sobe no colo de seu papai e se faz confortável.

 . Pronto, agora sim ela poderia pensar, o colo de seu papai era onde ela tinha suas melhores ideias, ela se aconchega ali e começa a lembrar das histórias de amor que seu pai a contava para dormir, não lembrou de nada que pudesse ser feito sem ela ter que sair do quarto, ela bufou frustrada, de repente a pequena abriu um sorrisinho discreto, ela tinha tido a melhor ideia do mundo, a magia do colinho do papai sempre funciona! A garota esconde sua felicidade e faz uma carinha triste, as lágrimas de crocodilo estavam bem posicionadas e prontas para serem soltas como sua arma final, ela funga baixinho e se encolhe no colo do pai, o mais velho franze a testa e olha para baixo, vendo sua pequena flor de lótus encolhida no seu colo, aquilo quebrou seu coração, seu rosto assumiu um tom preocupado assim como sua voz, pobre coitado, já havia caído na armadilha.

- A-Liàn? Porque esta chorando? - ele pergunta.

- Nada... - ela responde com a voz chorosa e funga mais uma vez. Ele larga os documentos.

- Vamos, me conte por que esta chorando, é por causa do castigo? - ele abraça a criança que se encolhe ainda mais no abraço do pai, ela nega com a cabeça e enterra o rosto nas vestes de seu pai - então porque?

- Porque...e-eu queria o tio X-Xichen - ela olha para o pai, seus olhos vermelhos por conta das lágrimas, falsas. Ele se surpreende, sua filha não se apega tão rápido as pessoas - eu.... - ela funga - eu quero que o tio Xichen seja meu p-pai - as lágrimas de crocodilo rolam pelas bochechas redondinhas de A-Liàn, o mais velho entre em desespero - Pa-papai! Eu quero meu pai! Quero que papai e pai fiquem juntos! - a criança começa a chorar alto e o mais velho arregala os olhos.

- A-A-A-Liàn! Se acalme! Não chore, não chore - ele tenta acalma-la com um abraço, a garota vendo que seria mais difícil do que pensava, abre o berreiro completamente, quando era um bebê, costumavam dizer que ela possuía pulmões de aço, ela não os perdeu quando cresceu.

- PAPAI! EU QUERO MEU PAI! PAPAI EU QUERO O PAI! - Ela chora tão alto que podia se ouvir o choro do outro lado do Recanto das Nuvens, Jiang Cheng não tinha outra opção, ele estava desesperado e seu coração doía ao escutar o choro de sua filha, assim como seus ouvidos.

- Se acalme pequena flor - ele pede desesperadamente, mas ela continua, deveriam achar que ele a estava matando - esta bem! esta bem! eu a levo até Zewu-Jun! - ele se rende.

- V-Você prome-mete? - ela soluça, que atriz.

- Sim, sim, esta bem? Só não chore, me dói te ver chorar - ele diz.

- T-Ta bom - ela continua soluçando e fungando.

 . Ele se levanta com a pequena Jiang no colo, ela envolve as perninhas em seu pai e apoia a cabeça em seu ombro esquerdo, ela continua seu maravilhoso teatro, com um beicinho choroso e esfregando as lágrimas em seu rosto, com a mão esquerda ele apoiava a filha e com a direita ele acaricia os cabelos escuros. Ele abre a porta e assim que passa por ela ele se depara com alguns líderes de seita o olhando de cima a baixo, ele sentiu que iria corar, então logo tratou de se desculpar pela perturbação e sair dali, quem observasse de perto, perceberia que a jovem Jiang possuía um sorriso por seu plano estar funcionando.

 . Eram quase oito da noite e Jiang Cheng estava fora de seus aposentos, atravessando o Recanto das Nuvens, se dirigindo para a área privada da família Lan, quebrando cerca de seis a doze regras da seita, mas o que ele não fazia para ver sua filha feliz? 

 . Ele segue por um caminho de pedras que dá diretamente a uma casa com uma placa na frente escrito 'Hanshi', ele suspira, provavelmente o líder Lan já devia estar se preparando para dormir e o repreenderia por quebrar as regras, além de acha-lo um idiota por não conseguir lidar com uma criança chorando, mas porque diabos Jiang Cheng se importava com o que Lan Xichen iria pensar dele? Ele balança a cabeça para afastar esses pensamentos. A jovem A-Liàn ainda fungava e as vezes resmungava um: 'papai...pai' para continuar com sua farsa.

 . Jiang Cheng para na porta do Hanshi e respira fundo, arranjando coragem para bater, ele manda tudo pros infernos em sua mente e bate na porta de uma vez, e se arrepende logo depois, alguns segundos se passam até que a porta é aberta mostrando um Lan Xichen com vestes de dormir, ele lança um olhar interrogativo para Jiang Cheng, mas o cumprimenta adequadamente.

- Líder Jiang, o que faz aqui a essa hora? - indaga, A-Liàn vira a cabeça rapidamente olhando Xichen, ele percebe que seus olhinhos estavam vermelhos assim como seu pequeno nariz - A-Liàn? Estava chorando?

 . Era agora, sua parte final de seu plano, a cereja do bolo, a costela da sua sopa, o seu grande final, ou ela matava os dois de vergonha, ou levava uma baita bronca, ela torcia para que fosse o primeiro...mas no fundo ela sabia que aconteceria os dois. Ela faz seus melhores olhinhos de cachorro com novas lágrimas em seus cantos, ela olha no fundo dos olhos de Xichen e estende os bracinhos para ele, com a voz chorosa e um bico ela finalmente diz.

- P-Papai Lan... - ela o chama.

 . Os olhos do sempre calmo Lan Xichen triplicaram de tamanho, um rubor tomou conta de suas maças do rosto, já Jiang Cheng? Oh, pobre coitado, o ar lhe fugia dos pulmões, se os olhos de Xichen tinham triplicado de tamanho, os de Jiang Cheng quadruplicaram, ele passou por três impressionantes tons diferentes de vermelho. Lan Xichen temeu que ele desmaiasse ali mesmo.

~~~~//~~~~

1241 palavras

Globo tá perdendo essa atriz

~Oque a correnteza trouxe~Onde histórias criam vida. Descubra agora