9

279 40 6
                                    

A pequena A-Liàn andava apressada até o quarto de seu pai, mas ela acaba esbarrando em alguém no meio do caminha, ambos caem no chão com o impacto.

- Cuidado! - fala a outra pessoa.

- Desculpa, eu tava com pressa - se explica A-Liàn, esfregando seu traseiro.

 . A outra criança a olha e se levanta a ajudando.

- Perdão jovem mestre - pede se curvando.

- Não tem problema, também é minha culpa, desculpa - pede também se curvando - e é jovem mestra, não mestre - ela corrige.

- Ãhm? Mas você não é um garoto? - questiona franzindo as sobrancelhas.

- Não, eu sou uma garota - responde com um bico.

- Mas você não parece uma garota, parece um garoto - diz a criança.

A jovem Jiang se sente chateada, ela realmente parece um garoto? Ela parece tão pouco uma menina? Seus olhinhos violetas marejam.

- Eu sou uma garota! - brada e sai correndo sem se importar em quebrar as regras, ela ignora os chamados do garotinho que queria se desculpar, ela segura suas lágrimas, que escapam de pouquinho em pouquinho de seus olhos, ela finalmente chaga em frente aos aposentos que dividia com o pai, ela enxuga suas lágrimas, não queria preocupar seu papai, aquilo conseguiu acabar com sua animação de antes, ela entra no quarto e vê seu pai de costas para a porta, lendo alguns documentos, ela entra no quarto e se dirige para a cama, ela sobe com alguma dificuldade e se enrola no cobertor, ela fica lá durante algum tempo.

 . Obviamente Jiang Cheng havia percebido que sua filha havia entrado nos aposentos, então ele esperou calmamente que ela viesse e o desse um beijo na bochecha e anunciasse sua chegada como sempre, ele esperou e esperou, mas nada do beijo na bochecha ou da voz fofa infantil, ele pousa os documentos na mesa e se levanta olhando ao redor, seus olhos pousam em uma irregularidade no meio dos cobertores na cama, ele suspira.

- Onde será que A-Liàn esta? - ele pergunta para ninguém e se aproxima silenciosamente da cama - será que ela ainda esta lá fora? Bem, eu ia comprar alguns pães de lótus para ela, mas já que ela não voltou...vou comer todos sozinho!

- Não, papai! - ela sai de baixo dos cobertores e o olha - divide comigo, por favor! - pede.

- Te peguei, mocinha! - ele a ergue no colo, ela grita com o susto, ele a rodopia no ar até ela rir - não faça tanto barulho, é proibido esqueceu? - repreende sem estar realmente a repreendendo.

- Desculpa papai! - ela pede sorrindo travessa para ele, que a direciona um sorriso contido.

- Agora vai me contar porque estava escondida? - questiona arqueando uma sobrancelha, ele vê a criança se encolher um pouco e diminuir o sorriso, ela esconde sua cabeça na curva do pescoço do pai, ele franze a testa, A-Liàn não é uma criança que se abala facilmente - o que houve? - pergunta.

- Papai, eu sou feia? - indaga deixando o mais velho surpreso.

- Porque esta me perguntando isso?

- Papai, me responde - pede, agora olhando para ele com um bico tristonho.

- É claro que não! Quem teve a ousadia de chama-la de feia? - questiona já imaginando uma punição para o responsável por tal expressão em sua filha.

- Ninguém papai...é que falaram que eu não pareço uma menina - ela explica - isso quer dizer que eu sou feia? - pergunta, o mais velho suspira.

- Falaram que você não parece uma menina? - ela assente - veja querida, normalmente meninas costumam usar vestidos sabe? - ela faz uma careta, ele solta ar pelo nariz, uma espécie de risada - mas não é porque você não usa, que você é menos menina - ele diz.

- Falaram que eu pareço um menino... - ela resmunga.

- Então o papai é feio porque o papai é menino? - ele pergunta fingindo uma expressão descontente.

- Não! O papai é bonito! O mais bonito de todos! - ela diz abrindo os braços - é que eu sou menina e eu quero que me vejam como uma menina - ela explica.

- Eu entendo querida, sabe o que você faz quanto falarem que você parece um menino? - ela nega - diga: " Eu sou uma menina! E se você não gosta se resolva com o meu papai! " entendeu?

- Sim! - ela afirma contente.

- Ótimo, vamos até Cayi comprar os pães de lótus - ele diz se dirigindo para a porta.

- Eba! Pãezinhos de lótus! - comemora.

~~~~//~~~~

760 palavras

~Oque a correnteza trouxe~Onde histórias criam vida. Descubra agora