Aceita Um Café? - Xiumin Fanfic

Epílogo

Ficou longo, mas espero que aproveitem mesmo assim. Boa leitura, não esqueçam de votar e comentar!

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Era manhã de verão, Lia olhava orgulhosa para a sua nova aquisição, uma cafeteria, a aparência não era muito boa, mas nada que não pudesse dar um jeito. Estava tão feliz por finalmente realizar seu sonho que não ligava para todo o trabalho que teria para reformar.

Não era grande, mas já visualizava como ficaria. Na frente tinha duas portas de vidro, uma da entrada e outra que dava para uma pequena área fechada por uma cerca de madeira, que ficaria branca em breve, e com chão também de madeira, lá colocaria 4 mesas para duas pessoas e o coberto iria decorar com ramos de gerânios pendentes.

Suspirou ansiosa e entrou, logo levando os materiais de limpeza que precisaria, decidida a iniciar naquele momento. Enquanto limpava ia imaginando pequenos detalhes que dariam as sensações que adorava sentir quando estava em uma cafeteria. Calma, aconchego, paz e cura.

Para isso, colocaria várias decorações de flores nas paredes, pequenas caixas de som dispostas estrategicamente com algum som agradável para ler e beber um café, planejava exatamente onde colocar as mesas, além da decoração de cada uma, que de preferência seria alguma flor viva em um vasinho charmoso. Luzes suaves que fossem confortáveis. Enfim, queria que o ambiente exalasse sentimentos.

Tinha tanto serviço que mal percebera o dia passar, a noite começava a cair e sinceramente era o seu momento favorito de cada dia, ainda mais agora que seus sonhos estavam se realizando.

Se mudara para a Coréia do Sul fazia 5 anos.
Seu primeiro sonho: ok.

Trabalhou em uma agência de turismo, depois em uma empresa de entretenimento, e mais tarde em uma empresa de advocacia, onde era secretária, mas não conseguia se encontrar, até o dia que foi demitida do último emprego. Poderia ter sido o pior dia de sua vida, mas o destino as vezes é surpreendente.

Já faziam dois anos desde aquele dia, mas a memória era bem viva.

_____Flashback_____

Passava um pouco das 14:00 horas quando ela foi demitida, juntou suas coisas e saiu da empresa, o medo de ter que voltar para a casa de seus pais era avassalador. Sentou em um banco de uma praça, a qual nunca apreciara verdadeiramente por causa da correria, a mente não parava por um segundo sequer, sentia que iria ter uma crise de choro a qualquer momento. Não percebeu quando começou a chover, apenas se deu conta quando ficou mais forte e não havia mais como fugir para não se molhar. Bom, pelo menos agora poderia chorar.

De vagar se levantou e começou a andar na direção de sua casa, alugada, com uma colega do primeiro curso que começara logo que se mudou, as duas não eram exatamente amigas, mas morar junto diminuía as despesas e o aluguel. Estava encharcada quando chegou na porta da casa e não encontrou as chaves, céus, teria perdido ou deixado no escritório?

Ela se amaldiçoou, sua colega ainda levaria pelo menos uma hora para chegar, isso se ela fosse direto para casa depois do curso. Tinha duas escolhas, voltar para o escritório e procurar ou ficar ali esperando. Optou pela segunda opção, esperar, se sentia humilhada demais para voltar para o escritório.

Se encostou na porta abraçando o próprio corpo enquanto tremia de frio, ia escorregar para o chão e se sentar quando o aroma de café invadiu suas narinas, espichou o corpo olhando para a esquina da mesma quadra e as luzes encheram sua visão, parecia tão quente e aconchegante.

Era a nova cafeteria que tinha aberto fazia alguns dias, Lia ainda não havia tido tempo de ir ver, mas naquele momento, apesar de molhada, estava com tempo de sobra. Seus pés a levaram até lá tão depressa quanto era possível.

Assim que entrou foi tomada pelo cheiro mais doce e confortável possível, se sentiu aquecida e aquilo foi o bastante. Sentou-se em uma mesinha para duas pessoas que ficava mais no canto, não queria chamar atenção. Analisou o cardápio que estava lá, sem saber ao certo o que pedir. No fim optou pela primeira opção do cardápio, uma fatia de bolo de frutas vermelhas acompanhado de um café de caramelo.

Enquanto seu pedido não vinha ficou encarando a decoração da mesa, um pequeno vaso de flor, fino na parte de cima, com três rosas vermelhas já murchas, nunca gostara muito de rosas vermelhas, as achava clichê demais, preferia as amarelas, se fosse sua cafeteria com certeza usaria alguma flor amarela.

Seus pensamentos foram interrompidos pela garçonete que trouxera seu pedido. A primeira mordida na fatia de bolo a levou para outro lugar, doce e calmo, totalmente diferente de como sua vida estava naquele momento. Apreciou o bolo e depois se concentrou no café, era perfeito. Enquanto se deliciava com o café ficou observando as garçonetes trabalharem, algumas pareciam fazer o trabalho com prazer, enquanto outras só faziam por fazer. Será que odiavam aquele trabalho? Então por quê continuar? Não deveriam apenas irem atrás de fazer o que gostavam? A vida é curta demais para fazer algo de que não gosta.

Ao pensar nessa última frase se deu conta de que passara os últimos anos naquele escritório que odiava, riu consigo mesma, quanta hipocrisia. Estava na hora de trabalhar por seus sonhos, a sua própria cafeteria. Ao ir para o caixa viu que estavam contratando, o salário não deveria ser dos melhores mas poderia adquirir conhecimento ali para realizar seu sonho.

Adivinha só? Ela foi contratada, começou dias depois. E serviu muito aquele trabalho, ela se encontrou, conseguiu conhecimento e apoio, e com muito, muito esforço economizou o suficiente para dar entrada em sua própria cafeteria.

_____Presente_____

Com o cair da noite começou a sentir o cansaço, seu corpo doía junto de seu estômago, estava com fome, é claro. Lia levantou-se, apagou as luzes, trancou tudo e foi para a lateral, subindo as escadas de sua nova casa.

Sim, ela morava em cima da cafeteria agora. Comprara o pequeno prédio de dois pisos por um preço bom, já que o antigo dono queria se livrar logo. Não quis saber o motivo.

No primeiro piso era a cafeteria e em cima era um pequeno apartamento, composto por apenas um quarto, sala e cozinha separados apenas por uma bancada, banheiro e lavanderia, em compensação tinha uma sacada bem grande, coberta de um lado onde tinha um sofá e uma mesinha de centro, do coberto de madeira da sacada pendiam ramos de alguma flor, ela não sabia qual era ainda, não estavam florescidas.

Após a limpeza, e depois de mobiliar o apartamento ele ficou muito bonito e aconchegante, do jeito que desejava.

Segundo sonho: ok.

Tomou um banho, fez um miojo já que era mais rápido e se espichou no sofá da sacada enquanto bebia uma taça de vinho, outra paixão sua, além do café. Seu telefone tocou, ela deu uma olhada, era sua amiga de infância, Bianca.

_Oi. - Lia atendeu tentando não demonstrar a exaustão na voz.

_Parabéns. - Bianca cantarolou do outro lado da linha. - Hoje você começou a cuidar da sua cafeteria não é?

_Sim, comecei a limpar tudo. - Ela sorriu, orgulhosa e cansada. - Mas ainda tenho muito trabalho pela frente.

_Bom, tenho ótimas notícias. Chego aí em dois dias para te dar uma ajuda.

_É sério? - Lia se endireitou no sofá. Fazia muito tempo que não via Bianca e sinceramente estava com saudades da morena.

_Sim. Então já vai arrumando um cantinho pra mim ficar aí e te ajudar. - Bianca estava absurdamente animada.

_Seu lugar já está guardado então. - Lia sorriu. - Nos vemos em dois dias.

_Até mais. - Bianca mandou um beijo com um estalo e desligou.

Lia não costumava ser uma pessoa pessimista mas admitia que tudo estava indo bem demais ultimamente, ela se sentia feliz e leve como nunca antes, parecia calmaria antes da tempestade. Torcia para que aquilo fosse apenas coisa da sua cabeça.

...

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