Apenas Um Sonho

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- Eu... eu vejo coisas quando fico sozinha - Natalie gaguejou - São como sombras saindo da escuridão para me assombrar.

As janelas se abriram subitamente fazendo as cortinas balançarem loucamente. Apesar do medo que aquilo lhe causou, Natalie continuou sentada, imóvel, olhando para a parede banhada com a luz do luar que entrava pela janela.

- Continue - uma voz áspera falou atrás dela; aquilo soou não como um pedido, mas sim como uma ordem.

Natalie estremeceu ao ouvir aquela voz, ela havia esquecido completamente de sua presença.

- Eu quero saber o que são essas coisas. Diga! - Exigiu o homem, o ruído do vento fazendo sua voz parecer ainda mais assustadora.

- Aquelas coisas se intitularam como as 'Ensamhet'... o que isso quer dizer? - Perguntou com a voz trêmula. - O que são essas coisas e o que elas querem comigo?

O dono da voz saiu das sombras e caminhou rapidamente até a garota. Ele a pegou pelos ombros e, inesperadamente, ela viu medo em seus olhos.

- O que essas coisas querem comigo? - Natalie perguntou dessa vez com a voz firme, o que surpreendeu ela mesma.

- Por que elas estão seguindo você? - O homem mantinha os olhos arregalados enquanto olhava fixamente para a garota. - O que você fez? - Ele dizia cada palavra num susurro assustado, apertando, cada vez mais forte, os ombros de Natalie.

Ela começou a se sentir mais assustada que nunca. Aquele homem não sabia nada sobre aquilo? O que ele estava fazendo ali? Ele não poderia ajudá-la?

Natalie queria chorar, mas decidiu usar todas as suas forças para se livrar daquele homem e de suas mãos, que a apertavam cada vez mais forte.

Ela se debateu até que o homem perdeu o equilíbrio e cambaleou para trás. Depois disso, ela saiu correndo em direção à porta, mas algo pegou o seu pulso e a puxou de volta.

- Você não pode fugir - O homem dizia com sua retomada voz de autoridade.

- Ai cala a boca - Natalie pisou no pé dele, fazendo-o a soltar.

A garota correu desesperada, novamente, para a porta que ficava na extremidade do quarto e a abriu. Uma luz cegante a atingiu, forçando-a a fechar os olhos e se virar. Pontos vermelhos, roxos e verde brilharam na sua visão, e Natalie, subitamente, se perguntou se tinha ficado cega.

Sua pergunta foi respondida quando ela viu, perfeitamente, o homem misterioso vindo em sua direção. Ele agarrou seus ombros como da primeira vez, mas agora era diferente, ele não iria deixa-la escapar.

                                   *

Natalie acordou com um sobressalto sentido uma dor de cabeça insuportável. Ela olhou ao seu redor e soltou um suspiro de alívio. Ela estava em seu quarto. Aquilo tudo não havia passado de um sonho. Pelo menos era assim que ela pensava.

Ela pulou da cama e sentiu as pernas fracas, como se tivesse corrido uma maratona. Ignorou isso e saiu do quarto o mais rápido possível, indo procurar sua mãe que já deveria estar acordada.

Descendo as escadas, Natalie percebeu marcas em seus pulsos, como se alguém a tivesse amarrado.

- Se eu não me conhecesse, diria que bebi e fiz um BDSM dos bons ontem.

A garota chegou na cozinha e se deparou com sua mãe fazendo café, que Natalie tinha certeza de que estava péssimo. Sua mãe era ótima em tudo que fazia, principalmente na arte de queimar a comida.

- Bom dia - Sua mãe cantarolou assim que a viu.

- Bom dia - Natalie respondeu enquanto escolhia a torrada menos queimada para comer.

- Bom dia!! - Uma terceira voz falou alegremente.

Uma garota pequena de cabelos compridos cor de carvão, os mesmos de Natalie e de sua mãe, entrou correndo na cozinha.

A garotinha estacou ao ver as torradas e abriu um sorriso.

- Você queimou as torradas de novo mamãe? Não acredito - Ela colocou as mãos na cintura e balançou a cabeça, fingindo desaprovação.

A mãe das garotas riu e pegou a mais nova no colo. - A gente pode ir na padaria comprar um sonho, o que acha? - Ela perguntou, recebendo, imediatamente, a aprovação da filha.

- Eu estou aqui comendo torradas queimadas! por que você não me disse que poderíamos ir à padaria? - Natalie se levantou e imitou a pose que sua irmã estava fazendo a segundos atrás.

- Por que você, mocinha, vai encontrar seus amigos hoje, não é? - A mulher olhou no relógio antes de completar. - Aliás, você está atrasada.

Natalie olhou para o relógio pendurado na parede e, rapidamente, saiu correndo da cozinha. Ela escorregou no tapete da sala e quase caiu no chão, o que fez todas elas rirem.

- Não corra na escada - Sua mãe alertou, antes de ver a filha sumindo no andar de cima.

X-X-X-X

Peço desculpas pela capa que ficou uma bosta. Eu nunca tinha feito uma capa na vida e acabei fazendo essa ontem às pressas, pq eu queria postar essa história logo.

Não é a primeira história que eu escrevo e tbm não é a primeira que eu posto, mas vai ser a primeira que eu não vou excluir e vou tentar ao máximo não abandona-la ( foco no 'tentar') 

Enfim... obg por lerem ♡

Natalie, Where Are You?Onde histórias criam vida. Descubra agora