Capítulo 6

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Asher

- Pode deixa-lo entrar. - autorizei e desliguei o interfone.

Eu moro em uma espécie de área privativa, em uma floresta. Não é longe da cidade, então eu posso chegar no trabalho em vinte minutos, mas posso ficar em paz longe de todo o barulho agonizante de buzinas e transportes. Existem outras casas, mas são bem longe. Essa é uma área ambiental muito vasta e temos limites das nossas propriedades, quem mora aqui gosta de paz e privacidade.

- Uau. - Escutei Carter exclamar enquanto olhava minha sala de estar. Ele ainda não me viu no sofá.

- Gostou? - Ele se assustou e eu sorri minimamente.

Carter está, como sempre, lindo. Usa um conjunto casual de moletom, o que me faz pensar que talvez esteja mais relaxado com a ideia de vir aqui, já que até hoje só o vi em trajes formais ou...Bem, uma fantasia bem sexy no clube. Ele me analisa e fica um pouco corado. Eu estou usando um conjunto de calça cargo preta e blusa social, já que tive uma reunião online hoje com alguns fornecedores.

- É diferente do que eu esperava.- Ele confessou, se aproximando lentamente.

- Diferente ? - Questionei.

- Eu esperava uma mansão...Quer dizer, sua casa é muito bonita e é grande, mas não é nada exagerado. Parece aconchegante. - Ele explicou e eu assenti, o analisando.

- Fico feliz que pense assim, vamos passar um bom tempo aqui. - Ele me encarou e eu indiquei que ele se sentasse no meu sofá, mas a uma certa distância de mim. - Eu cresci em meio ao luxo, mas não preciso de muito para ser feliz. Não preciso de uma mansão ou de milhares de empregados para impor status. Nunca precisei agradar ninguém além de mim.

"Pelo menos fora da cama é assim" pensei, mas deixei o comentário de cunho sexual guardado. Carter ainda não tem intimidade comigo ou confiança, então pode se sentir desconfortável e eu não quero isso.

- Gosto da sua forma de pensar. - ele confessou. - Eu trouxe o contrato...Nunca tive que pesquisar tanto na vida.

- Espero que tenha conseguido achar o que estava procurando. - respondi. - Mas se ainda tiver perguntas, então posso responde-las.

- Os livros que você me deu foram bem úteis, na verdade. Aqui, se quiser ler...- Ele hesitou antes de se esticar e me entregar a pasta.

Foi o mais perto que ele já chegou de mim e recuou rapidamente, mas não parecia desconfortável. Isso é algo que me agrada, eu nunca iria ultrapassar seus limites.

Peguei meu óculos que estava no bolso da camisa e o coloquei, me ajeitando no sofá. Escutei um suspiro baixo, mas não me virei para ele. Eu sei bem o que uma visão minha dessa forma pode causar. Fiquei surpreso ao ver que ele tinha uma mente mais aberta do que eu esperava. Muitas coisas ele não tirou e isso me surpreendeu. Cheguei em seus limites.

- Todas as coisas que você colocou como limites rígidos eu também não gosto...Contusões ou formas extremas de humilhação não são coisas que me afetem de forma positiva, fezes e urina também não. Nem nada envolvendo sangue...- Então algo chamou minha atenção. - Você colocou o bondage como limite rígido.

- Sim...- Ele me encarou e exitou. - Senhor.

- Não precisa me chamar assim fora de um ambiente propricio ou uma cena, Carter. - Informei e ele deu de ombros. - Pode fazer isso se quiser, mas não é uma exigência minha. Tudo bem ?

Ele assentiu e eu voltei a analisar a folha.

- Quero entender melhor, você tem problemas em ser contido de forma geral ? O bondage pode ser muito mais amplo do que você imagina.

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