Falsa Fama - TXT (YEONBIN)

Lúbrico

Não estava pensando corretamente quando tomou aquela atitude tão impulsiva, mas não se arrependia. Os lábios de Yeonjun eram açucarados e macios como um punhado de algodão doce e tão viciantes quanto uma pílula de ectsasy; embora nunca tivesse de fato feito o uso de quaisquer substâncias proibidas alguma vez na vida. Era bom rapaz demais para isso.

Bom o bastante para que fosse irreal que estivesse trocando carícias com outro homem daquela maneira bem onde qualquer um poderia vê-los.

Soobin estava fora de si e até mesmo tentou aprofundar o beijo, mas fora interrompido pelo estapear que lhe acometeu a bochecha e fizera que se afastasse instantaneamente, encarando com espanto o rosto do outro.

Yeonjun parecia estupefato, a pele ainda mais pálida e os olhos arregalados enquanto tão desesperadamente tentava assimilar tudo que havia acontecido. Fora tão rápido quanto numa fração de segundos dentre o selar terno ao tapa audaz, o segundo este cujo Yeonjun já havia se arrependido.

— M-me desculpe...— Sibilou o Choi mais velho, o olhar baixo e assustado tal qual os ombros encolhidos. O silêncio lhes pairou então, quando ainda desnorteado Soobin levou a destra ao local ardido. Queria ter podido sentir raiva do menor, mas por alguma razão não conseguiu. Talvez pela maneira como o mesmo aparentava estar tão fragilizado, encolhido como um cãozinho assustado e até mesmo tremendo um pouco. Quis abraçá-lo.

— Sinto muito, hyung, eu não queria ter sido tão invasivo. — A voz grave do mais alto fez-se presente, suas palavras acalentadoras sendo suficientes para que o baixinho finalmente erguesse seu olhar molhado, para o espanto do outro. Yeonjun estava chorando? Seus olhos estavam marejados, tal qual a pontinha de seu nariz tomara coloração rubra.

Soobin se sentiu mal. Não tinha como intenção chateá-lo ou fazê-lo chorar, para ser honesto. Nem mesmo podia explicar o que lhe motivou a agir tão impulsivamente, mas agora que podia raciocinar que pensou no quão arriscado havia sido. Por sorte não havia nada além das paredes quando o beijou.

— Hyung... Por que você está chorando? — Questionou após algum tempo, levando o polegar à pequena lágrima que resvalou a bochecha corada do menor e enxugando-a.

— E-eu só me sinto mal por ter... — Yeonjun começara, mas era como se não encontrasse as palavras corretas. O nó crescente em sua garganta apenas o provocava ainda mais vontade de chorar. Sentia-se um tolo. Como Soobin podia continuar ali, com um tom de voz tão macio e toques tão cuidadosos, mesmo depois de tê-lo agredido? Pensou Yeonjun.

— Por um momento eu achei que você fosse retribuir...— Continuou, referindo-se à bofetada. Nem mesmo podia olhar nos olhos do moreno, este que franziu o cenho de imediato ao ouvi-lo.

— Por que pensou isso? Eu jamais poderia machucar você, sunbae.— Imediatamente o olhar de Yeonjun se deparou ao seu. Ele parecia boquiaberto, quase surpreso, um meio sorriso sem dentes adornando os lábios róseos tempos depois.

— Certo. — disse, esfregando os próprios olhos em seguida. Para Soobin, assemelhava-se a uma criancinha chorosa.

— Desculpe ter beijado você. Eu não vou mais fazer isso. — Ainda estava se sentindo mal, afinal das contas. Não era de seu feitio agir como um cara que sai beijando pessoas por aí a força.

— Está tudo bem, hoobae. Eu apenas tive medo que alguém pudesse nos ver e agi por impulso. Eu não queria ter batido em você. — Se entreolharam mais uma vez, o silêncio se fazendo presente por alguns longos segundos até que Yeonjun ditou,

— Eu não sou sempre tão sentimental. Honestamente, não sei o que está acontecendo. Me sinto um bobo por chorar assi-

— Almoça comigo? — Soobin o questionou, tampouco se dando conta de tê-lo cortado. Estava nervoso demais para sequer ter ouvido qualquer palavra dita pelo rosado anteriormente.