𝗺𝗲𝘂 𝗺𝗲𝗶𝗼 𝗶𝗿𝗺𝗮̃𝗼, 𝗇𝗈𝖺𝗋𝗍 𝖺𝖽𝖺𝗉𝗍𝖺𝗍𝗂𝗈𝗇

03

Sina Deinert

Faço um coque frouxo em meu cabelo e flexiono meu pescoço, ajeitando meus ombros antes de pegar a buchinha e o sabão para começar a lavar a louça. Eram onze horas da noite e eu finalmente tomei coragem para limpar a pia.

Coloco meus fones de ouvido e selecionar uma playlist aleatória do celular, começando a fazer meu trabalho.

Um prato vazio é colocado na pia a minha frente e eu levantei meu olhar dando de cara com meu meio irmão de costas para mim, saindo da cozinha.

- Ei, quem você pensa que é?-desliguei minha música e sequei minhas mãos no pano de prato.

- Como? Está falando comigo? -se virou para mim encarar e eu cruzei os braços, irritada na sua frente.

- Você que sujou seu prato. Portanto, você que limpe -peguei seu prato sujo e lhe entreguei.

- Meu pai e sua querida mamãe sujaram o deles também? - me encara.

- Sim, mas eles ... -começo a falar mas ele me interrompe.

- Então não vejo problema em lavar mais um -disse e colocar o prato de volta na pia, passando por mim.

Meu Deus, me dá paciência.

- Você é tão infantil -falei antes que ele pudesse subir como escadas.

-E você é tão chata -disse me olhando sério e eu Ihe encarei brava.

- Você é tão ridículo, tanto que saiu de uma penitenciária -falei irritada.

- E você é uma intrometida.

- Sou uma intrometida por saber da sua vida de merda? - perguntei debochada e ele andou até mim.

- O que disse? -me segura pelos braços e eu fico com receio.

Afinal, ele é um criminoso.

- Que sua vida é uma merda? Por isso que passou três anos obtendo tratamento em uma penitenciária? -falei com medo, mas mesmo assim não contive as palavras em minha boca.

- Não pedi em momento algum para tomar conta da minha vida, então fica na sua e cuida da sua vidinha perfeita que é a melhor coisa que você faz - disse me soltando com brutalidade e virou as costas para mim.

- O que te faz pensar que minha vida é perfeita? - perguntei e ele se virou me encarando confuso.

- Não é? E por que não seria?

-Esquece, você mesmo disse para que eu cuidasse da minha vida -falei mudando de assunto.

- Ótimo, espero que não se intromete em minha vida novamente. Por que juro pequena miniatura, do mesmo jeito que eu fui para uma penitenciária por cometer vandalismo. Eu posso voltar para lá por ter cometido um assassinato, então não se atreva a dirigir alguma palavra comigo sobre meu passado -diz sério e apontou um dedo em meu rosto, se virando logo em seguida. Subindo as escadas e me deixando sozinha na cozinha.

- Ah vai se foder -falei para mim e cruzei os braços.

- Eu escutei isso -fala do andar de cima e eu revirei os olhos.

- Dane-se -dei de ombros e olhei para a escada mesmo não podendo vê-lo.

-Eu lhe avisei. - aparece somente com o rosto na escadaria, me olhando ameaçador e sumiu novamente do meu campo de vista.

Até parece que ele seria capaz de matar e cometer um assassinato.

Pera aí? Ele seria?