Capítulo 3

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Orange; Califórnia; 6:50; AM;

No dia seguinte eu acordei pior que no dia anterior. Tinha sonhado com o Urrea.

Que ódio, porque não consigo tirar seus olhos e seu cheiro da minha cabeça?

Por quê ele tinha que ser tão lindo daquele jeito?

Eu o odiava com todas minhas forças. Eu o odiava por gostar dele. Parece tolice mas é a verdade.

Eu não queria ir à escola hoje para não vê-lo de novo. Mas não podia faltar logo na primeira semana de aula.

Hoje acordei mais cedo para não me atrasar. E mesmo assim me atrasei. Eu demorava de mais para me arrumar.

Sai de casa comendo uma maçã, e fui direto para o ponto de ônibus.

Enquanto esperava meu ônibus passar, vi um carro se aproximar.

Mas não era um carro qualquer. Era o Audi preto do Urrea. O vi assim que parou no ponto de ônibus e abaixou o vidro.

- Oi Elly - fala acenando pra mim.

Eu não aceno de volta e nem o respondo, apenas o encaro.

- Entra aí - ele fala apontando com a cabeça para o banco do passageiro.

- Ah não Noah de novo não… - falo mas sou interrompida por ele.

- De novo não digo eu. Estamos indo para o mesmo lugar, o que custa te levar.

- Eu não quero. - falo cruzando os braços parecendo uma criança mimada e me virando pra frente.

Logo volto a observar Noah, quando vejo ele descendo do seu carro e vindo até mim.

- O que está fazendo? - pergunto confusa vendo ele parar ao meu lado.

- Vou esperar seu ônibus passar já que não quer ir comigo.

- Você não vai se atrasar porque está de implicância comigo não né?

- De verdade? Eu não ligo, por mim faltava aula hoje. - Noah diz dando de ombros.

- Eu também - digo quase para mim mesma, mas Noah escuta.

- Achava que você era exemplar Gabrielly - fala me provocando.

- Ser exemplar não significa que as vezes eu esteja de saco cheio da escola.

Eu percebo que Noah não responde nada, então resolvo o olhar.

Ele fitava meu corpo de cima a baixo.

Sabia que a droga daquela saia era muito curta e apertada. Meu corpo ficava horrível nela.

- O que está olhando? Perdeu algo?

- Do que está falando? - fala desviando o olhar do meu corpo para meu rosto rapidamente.

De novo me perdi em seus olhos verdes, eles eram meu ponto fraco.

Era praticamente impossível não reparar e se distrair em olhos como os dele.

Seu olhar era tão intenso.

Quando me dei conta que nos olhávamos fixamente já era tarde.

Vi meu ônibus passando.

- Urrea! A culpa é sua! Perdi o ônibus! - digo correndo para ver se ainda consigo pegar o ônibus, mas realmente já era tarde.

- Ei Elly calma o ônibus já foi.

- Ah não me diga que o ônibus já foi Urrea! - falo ironicamente, eu já estava bem estressada com ele.

- Agora aceita minha carona? - fala sorrindo e apontando para seu carro.

- Você fez de propósito não foi? Fez eu perder o ônibus para eu ir com você.

- Mas é claro que não. A culpa não é minha que você ficou me olhando e perdeu seu ônibus.

Com certeza meu rosto estava vermelho agora. Ele estava certo e mais uma vez eu não admitiria.

Sentei no banco furiosa.

- E aí vai aceitar ou não a carona?

- Não. - respondo grossa

- Desse jeito vamos perder o primeiro horário.

- Pode ir Urrea, eu não vou mais hoje, não quero. Vai embora. - digo quase gritando.

- Any é sério, entra no carro.

- Não eu não vou, qual seu problema?

- Eu só não queria que perdesse a aula, mas agora já era - fala mostrando a tela de seu celular, já havíamos perdido a primeira aula e agora não podíamos mais entrar na escola.

- Isso é culpa sua. - falo

- Minha? Eu não fiz nada a não ser querer te ajudar, mas se você quer pensar assim. - fala se sentando ao meu lado no banco.

- Eu não queria sua ajuda.

- É agora eu entendi isso. Mas foda-se eu não estava afim de ir à escola hoje mesmo.

- E algum dia você está afim? - falo debochando.

- Ei eu posso ser bem mais inteligente do que pensa sabia. Não sei se você se lembra mas no trabalho de literatura você duvidou de mim e eu sabia várias frases de Shakespeare. - fala com orgulho

- É realmente - falo e dou um sorriso

- Olha ela sabe sorrir - foi a vez dele de debochar

Dessa vez não respondi, apenas me levantei.

- Aonde vai? - Noah pergunta curioso

- Sei lá, pra casa talvez.

- Eu te levo.

- Urrea para… - ele me interrompe

- Noah Any, apenas Noah.

- Tá que seja. Eu já vou indo já que perdemos a aula. - falo me virando de costas pra ele e andando.

Quando sinto ele puxar meu braço me virando pra ele.

Ficamos bem próximos, um tanto que consegui sentir sua respiração em meu rosto.

- Vem comigo Elly.

Ele fala com a voz rouca. Puta que pariu, seu hálito em meu rosto, seu cheiro.

- Eu já disse que vou pra casa Noah.

- Por favor. - fala e da um sorriso bem convincente eu diria.

- Você não vai desistir né?

- Pode apostar que não. - fala ainda sorrindo.

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O Namorado da Minha Amiga ;Noany; Onde histórias criam vida. Descubra agora