Deixe o amor entrar

Capítulo 1: O despertar

Kate Wistone

- Acorda logo Kate. Você tem que terminar de arrumar as suas coisas. Olha que bagunça - Minha mãe disse abrindo as cortinas do meu quarto e me acordando - Levanta logo Kate, não está me ouvindo? - Meu Deus, o que ela tinha? Ficar gritando assim, logo de manhã. E por que ela abriu essas cortinas? Com esse tempo ruim de Londres, não tinha necessidade de abrir as janelas.

- To levantando mãe, fica calma! - Abri meus olhos, que juro, não queriam ser abertos. - Você está assim por que eu estou indo embora?

- Não filha. - Ela suspirou sentando ao meu lado - Eu estou muito feliz por você estar seguindo o seu sonho. Gosto de ver a sua determinação. Sua dedicação e fico orgulhosa por estar tão decidida quanto a isso. Eu te apoio e apoiarei sempre. Você e seu irmão são as pessoas mais importantes de toda a minha vida . - Ela chorava. Chorava como se eu não voltasse mais. Como se a minha vida agora, fosse lá nos Estados Unidos. Eu a abracei e chorei junto. Queria que tudo fosse mais fácil e eu pudesse seguir com os meus objetivos aqui, em Londres.

- Mãe, não quero que fique triste assim! Eu voltarei no final do semestre. Não será tanto tempo assim. - Disse limpando o seu rosto, todo molhado. Sentiria falta dela.

- Ok filha. Se arrume logo para tomarmos o café. Você tem que despedir de muitas pessoas até pegar o seu avião. Tudo bem?

- Tudo mãe. Vou me arrumar e já desço logo - Dei um beijo em sua testa e fui ao banheiro.

Estava um horror. Meus cabelos ruivos estavam jogados no rosto me atrapalhando a ver o restante do meu rosto. Eu era tão branca que a cor do meu cabelo se destacava junto aos meus olhos azuis. Tinha 19 anos e estava feliz por meus pais me apoiarem na minha decisão. Eu me sentia honrada por ser filha de pessoas tão integras. Meu pai Jamie Wistone diz que se apaixonou por minha mãe Lily assim que a viu, em um restaurante. Na época, ele trabalhava meio período para ajudar nas contas de casa e para pagar os seus estudos. Ele me conta que, quando a minha mãe chegou ao restaurante acompanhada de seus pais, ele não conseguia mais esquecê-la. Era como um amor proibido. Lily, minha mãe, filha de importantes empresários do ramo comercial, não aceitavam sua filha com um simples "plebeu". Os dois depois de se apaixonarem perdidamente, não conseguiam mais viver separados. Então, minha mãe desobedeceu a todas as ordens impostas a ela e ficou com o meu pai, Jamie. Dois filhos nasceram do fruto desse amor: Eu, Kate e meu irmão mais velho Sam Wistone. Sam é meu anjo da guarda. Vejo nele a confiança de um jovem inglês que busca seus sonhos viajando e tentando fazer arte. Ele é músico. Só que desde a notícia que eu iria embora, Sam está bravo comigo, por eu ir para tão longe. Ele me culpa por todos os problemas que estamos tendo recentemente e eu não consigo me aproximar mais dele. Meu pai, disse que é necessário respeitar o seu tempo, pois somos realmente muito próximos, e ele deve estar sofrendo. Mas mesmo assim, sinto a falta do meu ídolo.

-Achei que você não ia descer mais para o café princesa. - Disse meu pai, com um beijo na testa. - Dormiu bem?

- Sim pai, dormi sim. Já está tudo pronto para hoje ?Você está pronto para me levar ao aeroporto? Organizou as coisas no trabalho? - Meu pai era dono de uma loja de peças para carros e derivados. Ele amava aquela loja.

- Sim filha, o bom de você ser dono da loja é que você pode sair a hora que quiser! - Soltou uma gargalhada. Sentiria falta daquele riso.

-Então Sam, ainda bravo comigo? - Sentei ao seu lado na cadeira, pegando o meu café.

-Olha Kate, eu não sei o que pensar mais sobre essa viagem, o quanto você está empolgada. Mas eu estou sofrendo com a sua partida. Não quero ficar bravo com você, mas é natural. Tudo que sempre fiz para minha vida, você me apoiou e me deu forças para continuar. - Ele respirou fundo. - Eu não posso fazer você ficar, mas posso ir te ver sempre. Quem sabe até morar com você?