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Hanma e eu nos conhecemos em uma festa no Brasil e começamos a conversar desde então, e quando eu me mudei para o Japão nós nos aproximamos mais. Ficamos umas duas ou três vezes, mas nunca houve sentimento de nenhuma das partes.

Tudo começou com uma festa qualquer, onde eu simplesmente parecia uma adolescente carente e quase pulei nos braços dele quando as minhas amigas "bem intencionadas" falaram que eu devia ficar com alguém para superar o Sam, como se ele fosse apenas um problema na minha vida.

Hanma sabe da minha história e principalmente o que me trouxe até aqui, então foi mais fácil do que eu pensava para deixar o nosso lance "sem compromisso".

— Então, o que tem feito? — ele me pergunta enquanto caminhamos até um restaurante. Ele me esperou até o meu horário de almoço e não pude dizer não quando ele me convidou para almoçarmos juntos.

— O mesmo de sempre: trabalho, desfiles e muitas sessões — ele solta uma risada e passa o braço pelo meu pescoço. — E sua namorada, como está?

— Ela não era minha namorada, e nós não ficamos mais. Depois que eu fui para a Itália ela ficava muito no meu pé. Era irritante! — eu solto um arzinho pelo nariz e ele me puxa para dentro do restaurante antes que apareça um fotógrafo maluco.

Eu me sento e olho o cardápio, pedindo o que mais me agrada entre todas as opções. Algum tempo depois os pratos chegam e nós começamos a comer. Hanma me conta que nessa última viagem ele conheceu uma italiana muito bonita e que eles começaram a sair. Ele viaja para diversos lugares e sempre me conta as suas diversões pelos lugares que já pisou, o que me tira boas risadas.

Ele havia me contado, meses atrás, de quando foi para Paris e teve um breve romance com uma garçonete que ele conheceu. Ela é bonita, sei disso porque ele me mostrou uma foto dela durante a conversa. Eles ainda mantêm contato, e eu arrisco dizer que ela é a única mulher que ele mais passou tempo em toda a sua vida.

— Mas e você? Como vai a vida amorosa? — eu o encaro, dando de ombros, e ele dá risada.

— A mesmice de sempre — ele sorri um pouco mais alto e eu olho séria para ele. — Qual a graça?

— Nenhuma. Só é bom saber disso, se ainda topar o nosso rolo, óbvio. Faz tempo que não fizemos algo divertido— eu solto uma risada anasalada e concordo. — Acho interessante a tão desejada Kate Lynx ainda estar solteira com tantos homens ao seu redor.

— Nenhum deles são interessantes. Todos me tratam do mesmo jeito, e você sabe o que eu acho de toda essa bajulação — ele concorda, como se já soubesse que eu falaria isso.

— Sei. Fico honrado em ter esse privilégio de poder conhecer esse seu lado um pouco mais... aberto. Literalmente — eu reviro os olhos após dar uma risada e mudo de assunto.

Nós passamos umas boas duas horas conversando até o meu horário de almoço acabar e eu falar que tinha que voltar para o trabalho. Hanma pagou a conta – mesmo eu insistindo para pagar – e me acompanhou até à porta da agência.

— Quando sair daí, me liga. Quero te apresentar o hotel que eu estou hospedado — eu solto uma risada enquanto me viro para ele.

— Quer me apresentar o hotel ou transar comigo? — ele me olha incrédulo e abre a boca umas duas vezes antes de falar.

— Não vou inventar desculpa, quero os dois, você sabe bem disso. Principalmente o último — eu sorrio e concordo.

— Tudo bem, Hanma. Eu te ligo assim que for liberada — ele concorda e deixa um beijo na minha bochecha, chamando um táxi em seguida.

— Kate, que bom que chegou! Você tem uma sessão que vai durar mais ou menos duas horas — Mia diz sorridente. — É para uma marca de maquiagem bem conhecida. Eles estavam querendo você como capa da revista desde o mês passado.

Minha luz {Takashi Mitsuya}Onde histórias criam vida. Descubra agora