Nesta vida...

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Num almoço de domingo o Zé Roberto veio para ficar conosco. Ele e eu contamos as meus pais que estamos namorando, no início eles não aceitaram tão bem pois eles ainda me vêem como um bebê mas logo entenderam e agora se dão super bem com o Zé Roberto. O meu pai e ele tem uma disputa pra ver quem faz as melhores piadas. Os meu sobrinhos gostam muito de jogar video game com ele. As outras pessoas na família não ligam muito eu acho, exceto a tia Zaíra que assim como a mãe da Marcela acha que namorar com 14 anos é precoce.

Acho que agora estou realmente pronta para terminar de escrever o meu romance. Abri o caderno da minha vida 2.0 e reli toda a história antes de continuar.

E então ele me beijou. Foi...mágico. Eu comecei a beijá-lo de volta. Eu sentia várias borboletas em minha barriga e meu coração batia rápido. Já imaginei antes várias vezes essa cena mas nunca pensei que seria assim. Aqui no bosque, deitados a luz da lua, só nós dois... não tinha como ser melhor. Fomos afastando nossos rostos lentamente mas ainda estávamos próximos, eu comecei a observar o seu rosto e tentar gravar para sempre este momento na minha memória. Pensando sobre o que tínhamos acabado de fazer senti minhas bochechas corarem.

-Não precisa ter vergonha. Foi bom! - Disse o príncipe e em seguida ele se virou e olhou para as estrelas novamente e eu fiz o mesmo.

-Bom? - perguntei e não pude evitar espacar um sorriso bobo.

-É! - agora é ele quem está sorrindo - não acha?

-Foi muito, muito bom João. - disse e ele deu risada.

-Olha! - ele apontou para o céu - faz um pedido!

-O quê? - perguntei confusa.

-Uma estrela cadente Sara. Vai logo fecha os olhos e faz um desejo.

Me sentei e fiz o que ele disse. Desejei me casar com ele, me casar por amor. Quando abri os olhos ele estava sentado ao meu lado.

-Fez?

-Fiz. - respondi - Não quer saber o que eu desejei?

-Se você me contar não vai se realizar.

-Tá mas e você João, fez um pedido?

-Segredo. - ele falou em um tom de mistério, concerteza ele fez.

-Sara. - ele chegou mais perto de mim e me deu um beijo - Eu te amo!

-Eu também te amo! - falei - Queria que esse momento fosse pra sempre. - disse meio tristonha.

-Eu também - ele fez um carinho no meu rosto - mas se a gente não durar pra sempre; ainda estaremos juntos em nossas memórias, nossos corações... e se nessa vida não der certo, na próxima dará.

Ele me abraçou e depois montamos em seu cavalo e fomos em direção ao castelo.

Parei de escrever um pouco, ainda tenho que pensar um pouco mais no final então resolvi ir lá embaixo pegar algo para comer. A cremilda estava lá limpando a cozinha e cantarolando. Deve estar feliz com algo, soube que o encontro dela com o pintor do braço esticadinho foi um sucesso. Peguei sorvete no congelador e coloquei calda de chocolate em cima depois de comer voltei para o meu quarto com um pedaço de bolo. Comecei a reler a história e acho que agora tenho um final perfeito.

Hoje é o dia do meu baile de noivado. Não estou tão animada quanto deveria, na verdade acho que estou assustada. Me casar com alguém que nunca vi na vida seria menos tenso se eu não amasse outra pessoa. E por falar nele, acho que nem vem. Desde aquela última visita que ele nunca mais veio para passar dias aqui e nessa última semana não me escreveu nenhuma carta. Comecei a chorar sentada em minha cama me olhando no espelho. Eu não posso fazer isso, não posso.

-Oh minha filha o que faz ao chorando? - perguntou minha mãe entrando no quarto.

-É assustador minha mãe. - disse em lágrimas.

-O quê Sara? Conte-me!

-Me casar com alguém que nunca vi ou que nem sei o nome.

-Levanta daí menina. Lave seu rosto e se acalme. Não irás se casar hoje, só vamos anunciar o seu noivado. Quando encontrar com seu pretendente verás que já o conhece muito bem e ainda teram muito tempo até o casamento e nesse tempo tudo pode acontecer, você pode até se apaixonar por ele.

-Não tenho como me apaixonar minha mãe, meu coração já pertence a outro.

-Filha. - ela enxugou minhas lágrimas - Da uma chance vai.

A festa começou mas eu ainda não desci. Os convidados ainda estão chegando e quando todos estiverem no salão de festa eu irei descer as escadas do lado direito e o meu noivo pelo lado esquerdo e dançaremos juntos.

-Filha! - meu pai bateu na porta - está na hora.

Engoli em seco e fui em sua direção. Peguei no braço de meu pai e ele me acompanhou descer as escadas. Não tive coragem de olhar para o lado, prefiro não ver o rosto do homem com quem me casarei até que seja realmente necessário. Quando terminei de descer as escadas fui em sua direção sendo guiada pelo rei, meu pai, olhando para baixo.

-Me concede esse dança? -disse o príncipe João. Espera aí, Príncipe João?! Como assim?

-Você? - disse próximo a seu ouvido quando começamos a dançar.

-Sim eu. - ele sorriu.

-A quanto tempo sabe disso? -perguntei.

-A uns quatro dias. Não podia dizer nada mas não sabe como estou feliz, espero que sinta o mesmo princesa.

-É óbvio que eu sinto o mesmo! - disse radiante.

-Sim! - ele falou no meu ouvido.

-Sim o quê? -perguntei sem entender.

-Eu fiz um pedido. E ele já se realizou.

-E qual foi o seu desejo João?

-Desejei poder dançar com você está noite. - nós dois sorrimos apaixonados - E você Sara?

-Desejei me casar com você. - disse e ele me beijou.

-Acho que conseguimos ficar juntos nessa vida. - ele disse depois de um tempo

-Não poderia estar mais feliz.

E então ele me beijou apaixonadamente passamos tanto tempo ali que começamos a ouvir palmas e gritos dos outros presentes no salão que nesse momento não faziam a mínima importância. Tinha até me esquecido que eles estavam ali, para mim era só eu e João. O dia que eu tanto temi se tornou um dos melhores dias da minha vida. Obrigada universo por terem feito eu e João ficarmos juntos nessa vida. Não poderia estar mais grata.

Reli a história toda sorrindo, finalmente tinha completado o meu primeiro romance. Amei o final e como essa história só foi crescendo junto comigo, com o que eu sentia. Acho que devo fazer como a Sara e agradecer ao universo por ter o Zé Roberto na minha vida, nesta vida. A campanhia tocou, após um tempo ouvi a Cremilda falando com alguém lá embaixo e percebi que era o Zé Roberto. Esse com ceerteza não morre mais.

Guardei o caderno da minha vida 2.0 e desci para falar com ele. Ele trouxe tinta então fomos lá pra fora pintar alguma coisa, ou pelo menos era essa a expectativa porque na realidade fizemos a maior bagunça. Fizemos uma guerra e rimos e pintamos um ao outro entre muitos risos resolvi agradecer a ele. Obrigada. Pelo quê? Por entrar na minha vida. Eu que te agradeço. Demos um sorrisinho bobo e depois eu olhei para o céu e "falei" comigo mesma e com o universo. Valeu mesmo universo, não sei nem como te agradecer mas obrigada por colocar o Zé Roberto na minha vida...nesta vida.

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⏰ Última atualização: Sep 24, 2021 ⏰

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