Esperei o anoitecer e fui para o quarto de Erick. O quarto estava aberto, porém ele não se encontrava.
Ao lado de sua cama havia uma mesa com armamentos.
Fui à frente de seu guarda-roupa e abri suas gavetas na esperança de encontrar a chave, procurei também no meio de suas roupas, mas não encontrei.
— Alice? — ouvi sua voz, fechei a porta do guarda-roupa e as gavetas e então me virei para ele. Sua testa estava franzida, e suas mãos estavam em cima do cabo da espada que descansava na bainha.
— Erick — falei sorrindo.
— O que faz aqui?
— Estava procurando um arco para manter comigo.
Erick encarou sua mesa e disse.
— As únicas armas que tenho estão na mesa.
Erick deus as costas para mim e então percebi que haviam chaves no bolso de sua calça, essa era minha chance.
— Certo, desculpe-me por entrar em seu quarto sem avisar.
— Tudo bem.
Ainda de costas Erick tirou sua camisa, mostrando seus ombros largos e braços fortes. Erick virou-se para mim sorrindo, engoli em seco, sabia que estava provocando-me.
— Deseja algo a mais? —perguntou.
— Sim — respondi sem pensar.
— O que seria? — Erick aproximou-se de mim, tão próximo que podia sentir o calor que emanava de seu corpo e seu hálito gelado. Fiquei na ponta dos pés, minha boca próxima a sua.
— Desejo seus lábios — falei por fim.
Erick sorriu e seus lábios encostaram-se aos meus, seu beijo doce e sedutor. Minhas mãos acariciaram suas costas e desceram para sua calça, alcancei sua chave, mas Erick empurrou-me para a parede, beijando meu pescoço e depois voltando para meus lábios. Suas mãos prendiam as minhas contra a parede enquanto seus lábios brincavam percorrendo pelo meu pescoço.
Apenas precisava pegar as chaves — pensei.
Forcei meus braços e ele me soltou, o empurrei e o deixei cair sobre sua cama, fiquei por cima dele, e percorri minha língua pelo seu abdômen até chegar em seus lábios. Deixei Erick ficar sobre mim e novamente consegui segurar suas chaves, ele puxou meus braços e os estendeu na cama. Erick encarou meus olhos e então perguntou.
— Por que está tentando pegar as chaves?
— Você sabe.
— O que eu sei?
— Há demônios naquela sala e vocês os torturam.
— Você está aqui apenas pelas chaves?
— Sim — falei. Depois balancei a cabeça em negativo e voltei a dizer. — Não, talvez eu esteja aqui por mim e por você.
Erick ainda estava sobre mim e apertava meus braços contra o colchão.
— Alice, não posso permitir que você os liberte.
— Eu sou um demônio, então me leve como os levou. Torture-me.
Erick soltou-me e eu me levantei. Ele permaneceu sentado na cama.
Fiquei de costas para ele encarando as armas em cima da mesa.
— Alice, eu jamais a machucaria.
Peguei uma arma, me virei em sua direção e apontei para seu ombro.
— Mas eu o machucaria — dei o disparo e ouvi seu grito de dor. Peguei suas chaves que estava no bolso de sua calça e corri em direção ao subsolo.
Quando estava prestes a descer as escadas para o subsolo, ouvi o grito de Zoe.
— Eu ordeno que pare!
Olhei em minha volta e havia muitos caçadores com arco apontados em minha direção, prontos para disparar a flecha. Erick logo chegou, e ficou ao lado de Zoe, usava uma jaqueta que cobria seu ombro ferido.
— Você está aqui como uma convidada, não tem direito de machucar qualquer caçador que vive nessa morada! — Zoe estava irritada.
— Você está protegendo os seus e eu devo proteger os meus!
— Largue a arma! — ouvi Sebastian gritar.
Ele se aproximou de mim e muitos caçadores o advertiram.
— Cuidado!
— Confia em mim princesa? — ele perguntou e eu assenti colocando a arma no chão.
Sebastian segurou sua pedra ônix e então a arrancou jogando-a no chão.
Os olhos se tornaram vermelhos, sua jaqueta fora arrancada e suas asas negras apareceram causando espanto para muitos caçadores.
Sebastian me puxou para seus braços.
— Vamos desaparecer, feche os olhos — fiz o que ele pediu. Apenas demorou um impulso, ainda de olhos fechados ouvi Sebastian dizer. — A rainha voltou! — abriu meus olhos e visualizei milhares de criatura como aquela que me transformou, estavam todas de joelhos em minha frente. Sebastian virou-se para mim sorrindo, ele pegou uma de minhas mãos e beijou as costas da mesma. — Vida longa à rainha — sussurrou.
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Criatura da Noite
FantasyAinda criança, Alice foi transformada em um demônio, tivera que se acostumar desde cedo com suas asas, os olhos de um vermelho intenso, e o longo rabo que flutuava no ar. Haviam caçadores que estavam atrás de demônios como Alice, e seu primeiro enco...