24.Transformação

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Alice havia utilizando muito de sua força para destruir a criatura anterior, por esse motivo estava cansada e acabou adormecendo, enquanto isso Sebastian e Erick estavam próximos a ela, atentos em qualquer movimentação estranha que pudesse vir até eles.

— Erick, você sabe que Alice não poderá ser apenas sua, não sabe? — Sebastian perguntou, quebrando o silêncio entre eles.

Erick olhou para Alice, tão bela e frágil, tinha até receio de afastar-se dela.

— Sebastian, você sabe que Alice não poderá ser apenas sua, não sabe? — replicou.

Sebastian sorriu e disse.

— Não vou negar, Alice parece precisar de você.

— E os demônios parecem precisar de vocês unidos e eu não irei contra isso. Entendo a necessidade, mas deve entender que não a darei por completo.

— O que lhe fez se apaixonar por um demônio?

— O problema é esse, Alice não parece um demônio. Bela, frágil, apaixonante... Devo admitir que eu tentei muito odiá-la, apenas não a matei por Zoe.

— Fez bem não a matar, pois se o fizesse estaria entrando literalmente em conflito com nós demônios.

— Por que vocês nunca revidaram? — Erick perguntou curiosamente.

— Faltava Alice, assim que ela renasceu como demônio, nossa força aumentou, ela é o centro de tudo.

— Por isso Constantino a quer morta — Erick disse suspirando.

— Sim, a morta dela nos enfraquecerá, e assim um por um desaparecerá para sempre.

— Antes era tudo o que eu queria e agora estou aqui preso em um campo astral tentando manter os demônios a salvo.

— Como dizem, há momentos para tudo Erick.

Foi no meio dessa conversa que uma ventania forte os atingiu.

***

— Não! Não vamos gastar nossas forças para salvar aquele demônio! — um dos caçadores gritou em meio à multidão.

Zoe havia contato o que pretendia fazer, mas poucos concordaram.

— Eles precisam de nossa ajuda, Erick precisa — Zoe suplicou.

— Foi uma escolha de Erick se juntar a esses demônios! — outro gritou.

— Idiotas! — Katrina esbravejou. — Quem estava em perigo antes mesmo dos demônios entrarem naquele campo astral? — nenhum caçador respondeu, então Katrina prosseguiu. — Zoe estava, quem entrou para salvá-la? Erick e quem a tirou de lá? Alice. Agora pergunto vocês acham mesmo que eles não merecem nenhuma recompensa? — Katrina não estava defendendo os demônios, mas estava fazendo de tudo para salvar Erick.

— Quem for conosco, pegue as armas e nos encontre no pátio, partiremos assim que os demônios chegarem — Henry falou e saiu acompanhado de Zoe e Katrina.

— Não consigo acreditar que a maioria recusou — Zoe disse.

— Não podemos obriga-los a nada, ao menos podemos contar com a ajuda dos demônios — Henry falou deixando Zoe mais calma.

***

Abri meus olhos e a primeira coisa que fiz foi procurar por eles, mas não os encontrei.

— Erick! — gritei. — Sebastian!

Culpo-me por ter adormecido, eu havia dominado uma nova habilidade, e por isso minha energia havia sido consumida. Os dois haviam me sugerido que eu adormecesse, mas para onde eles foram sem mim?

Uma ventania me atingiu e de longe vi duas criaturas gigantescas aproximando-se.

Senti meu corpo todo aquecer-se como antes.

Respirei profundamente e então corri em direção a essas que ao me verem vieram de encontro a mim.

Desfiei do primeiro golpe e saltei em direção a essa com minhas mãos, acertei a barriga de uma que começou a pegar fogo, a outra criatura me pegou com suas enormes garras e apertou-me, ficou difícil para mim respirar. Meu corpo começou a tremer parecia que não estava mais o controlando, quando percebi já havia me libertado e estava dando sequencias de golpes na criatura que se viu perdida com minha agilidade.

Voltei para o chão e vi mais criaturas como elas.

Meus olhos começaram a arder, não entendi o motivo, mas quanto mais ardia mais forte me sentia.

Recuei um pouco a espera delas.

Senti minhas mãos doerem e quando as olhei, minhas unhas tinham crescido em formas de garras.

Senti também minha gengiva doer e sabia então que meus dentes estavam maiores e afiados.

Os deixei expostos e corri em direção as novas criaturas com minhas garras já preparadas para ataca-las.

Finquei as garras nas costas de uma, assim escalando nelas, quando cheguei à cabeça a mordi com meus enormes dentes, o gosto de sangue misturado com pele dominou minha boca, salivei querendo por mais.

Outra criatura me jogou para longe.

— Não deveria ter feito isso — falei.

Corri em direção a ela e antes mesmo de alcançar outra criatura me agarrou e pulou para o alto, conseguindo a maior distância do chão, ela me lançou em direção a terra, fazendo com que eu batesse com tudo.

***

— Sebastian — Erick chamou olhando para Alice que estava sangrando.

Assim que Sebastian viu, se ajoelhou ao lado dela.

— Acorde Alice! — Sebastian gritou a sacudindo.

— Por que ela está sangrando? — Erick quis saber.

— Não sei.

Erick olhou para as mãos delas que pareciam garras.

— Veja — Erick disse mostrando as mãos de Alice para Sebastian.

Sebastian franziu a testa e com suas mãos abriu os olhos de Alice que estavam ainda mais vermelhos.

— Alice está em transformação, mas não faz sentido. Alice tem que estar com muita raiva, algo que apenas uma luta por sobrevivência pode despertar.

A roupa de Alice estava ficando ainda mais manchada de sangue.

— Precisamos ajuda-la — Erick disse.

— Sei disso, mas não sei como — Sebastian falou acariciando o rosto de Alice.

Criatura da NoiteOnde histórias criam vida. Descubra agora