Capítulo 19 : Alcatrão, doce enjoativo

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Por um segundo, foi como se o mundo tivesse apenas... parado.

Tom não conseguia respirar naquele momento. Seus ouvidos zumbiam, e tudo o que ele podia ver era o líquido carmesim saindo dos lábios de Harry e caindo no carpete.

No segundo seguinte, ele estava de pé, desaparecendo todos os vestígios do - sem dúvida envenenado - ponche na área. Um bezoar apareceu na mão de Tom, e ele não perdeu tempo em abrir a boca de Harry e enfiá-lo na garganta.

Harry parou de apreender imediatamente, seu corpo caindo inerte e seus olhos revirando-se enquanto ele perdia a consciência.

"Deus do céu!" Martha Farthly chorou, segurando o peito, os olhos redondos e o rosto pálido.

Tom pegou Harry gentilmente em seus braços, como uma noiva, um braço sob seus joelhos, outro em volta de seu peito, o medo o apunhalando novamente quando viu como Harry parecia morto. "Você... você tem um quarto que pudesse dispensar?" Tom perguntou com alguma dificuldade, o medo obstruindo sua garganta.

"Pegue o que está atrás à esquerda." John Farthly disse, trocando um olhar com Martha.

Tom acenou com a cabeça e subiu, embalando a cabeça de Harry cuidadosamente contra seu peito. Ele não percebeu o que estava ao seu redor, caminhando mecanicamente para o quarto livre, com duas camas de solteiro.

Puxando as cobertas da cama, Tom colocou Harry gentilmente no chão e puxou o edredom sobre ele.

Assim, Tom poderia fingir que Harry estava apenas dormindo. Mas mesmo assim essa ilusão foi destruída. Harry não pareceria tão pálido durante o sono, ou ficaria tão quieto. Mesmo durante o sono, a conexão estaria viva com alguma emoção. Agora, parecia ... quase morto. Era praticamente unilateral, embora houvesse um lampejo de algo lá de Harry, que Tom agarrou, na esperança de fazê-lo crescer, fazê-lo ficar.

~Cabeça de pena!~ Artemis quase gritou, deslizando para fora da cama e se enrolando no peito de Harry - mal subindo e descendo. ~O que há de errado com ele?!~

"Qual é o cheiro dele?" Tom disse, a voz baixa, enquanto pegava uma das mãos frágeis e pálidas de Harry, tremendo levemente. Ele se sentou, a cama afundando um pouco embaixo dele.

~Ruim~ Artemis sibilou, mais angustiado do que Tom jamais o vira. ~Como alcatrão! Doente, doce... doente.~

Embora a notícia não fosse reconfortante, pelo menos Harry não cheirava a morte. Tom desejou um pouco de sua magia e lançou um teste de diagnóstico, observando enquanto as runas brilhantes apareciam ao redor de Harry.

A porta se abriu naquele momento, e Artemis se escondeu sob os lençóis, enquanto Tom permanecia de pé, com os pêlos eriçados.

Para sua surpresa, o fazendeiro e sua esposa entraram sem armas, parecendo abalados, mas não apavorados.

"Tom." John Farthly disse pesadamente, encostado na parede próxima. Ele deu uma olhada nas runas brilhantes e flutuantes e seu queixo caiu. "Eu não estava imaginando isso afinal! Isso é... mágia, não é? "

Tom gostaria de ter sua varinha com ele. Apontar uma vara para o rosto de alguém faz a magia parecer mais ameaçadora.

Martha, por sua vez, parecia surpresa, antes que seu olhar caísse sobre Harry e ela empalidecesse. "O pobre rapaz - como ele está?" Ela perguntou a Tom.

Tom vacilou. "Você - você não quer nos matar?" Ele perguntou incrédulo. Nada em sua linguagem corporal indicava desejo de assassinato.

"Por que iríamos, filho?" John Farthly perguntou, rindo um pouco.

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