Uma K/Jenner Diferente

#78

• Krystal Jenner •

Eu acabo de acordar e me lembro que ontem precisaram me dopar porque eu não parava de chorar. Ao olhar para o lado vi minha mãe e meu pai dormindo encima de camas diferentes, porém encostadas na parede.

Eu já acordei sentindo bastante dor, principalmente na costela, porém pelo menos não estou me sentindo tão grogue igual estava ontem.

—Mãe. -Eu chamo, mas ela não escuta. —Mãe. -Chamo novamente e vejo minha mãe abrir os olhos.

—Oi. Bom dia meu amor! -Ela diz se despreguiçando e em seguida boceja.

—Bom dia! -Eu digo a olhando.

—Como você acordou? Ainda está sentindo muita dor? -Minha mãe pergunta vindo em minha direção.

—Um pouco, mas eu estou com fome. -Eu digo e vejo ela dar um sorriso de lado.

—Eu vou ligar pra recepção do hospital pra trazerem o café da manhã. -Ela diz se aproximando do telefone que tinha dentro do quarto.

—Mas eu não quero a comida do hospital, a comida daqui é ruim. -Eu digo.

—Então eu posso pedir frutas de algum restaurante. -Ela sugere.

—Mas eu não quero frutas, eu quero panqueca com cobertura de chocolate. -Eu digo.

—Eu vou perguntar para o seu médico se pode. -Ela diz se sentando na beira da cama ao meu lado.

—Mas ninguém quer saber a opinião dele, eu quero saber da opinião do meu estômago. -Eu digo.

—Não Krystal, eu não vou te dar nada sem a autorização dele. -Ela diz passando a mão sobre o meu cabelo.

—Aquele médico deve ter ser formado pelo EAD, porque até eu sabia que se eu tomasse aquele remédio em jejum eu vomitaria. -Eu digo.

—Ai Krystal, você não existe. -Minha mãe diz sorrindo.

—Eu quero escovar os meus dentes, e também tomar banho. -Eu digo.

—Claro, eu vou perguntar para o médico se pode te levar até o banheiro. -Ela diz se levantando da cama.

—Daqui a pouco você pergunta pra ele se eu posso respirar. -Eu brinco e vejo ela sorri.

—Você é muito sem graça. -Ela diz ainda sorrindo.

—Mas pelo menos você sorriu. -Eu digo e vejo ela concordar com a cabeça.

—É tão bom te vê acordada, você não tem noção. -Ela diz me olhando nos olhos.

—Eu imagino. -Eu digo. —Desculpa por ter te feito sofrer. -Me desculpo.

—Ai Krystal não começa, você sabe que a culpa não é sua. -Ela diz.

—Eu acho ao contrário, me sinto extremamente culpada pelo que aconteceu. -Eu digo.

—Mas a culpa não foi sua meu amor, o que custa pra você entender isso? -Ela pergunta.

—Eu não sei. Mas eu estou prestes a ficar louca, mãe o que vai acontecer com os desfiles da Victoria's Secrets? -Eu pergunto.

—Eu não sei ainda minha bebê, mas relaxa tudo bem? A sua avó vai dá um jeito. -Ela diz acariciando minha bochecha.

—Tinha que ter quebrado exatamente o meu braço direito? Eu não sei escrever com o outro, eu tenho várias peças para desenhar porque estão atrasadas, e eu não tenho a mínima noção de como vou fazer. -Eu digo.

—Filha para de se cobrar tanto, nós vamos dar um jeito. -Ela diz.

—Tudo bem. Mas você pode pedir pro médico me dar remédio pra dor? A Minha costela está doendo bastante. -Eu peço.