XVIII

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16 de novembro de 2020 (6 meses que ela chegaram lá)

Bianca

Sim, três meses que eu espero ansiosamente a Rafaella parar de me ignorar, eu nem tenho mais esperanças de ela realmente gostar de mim.

Ela simplesmente começou a me ignorar desde o dia que eu falei aquilo e a minha situação só piorou, já que eu nem lembro o que é dormir mais. Durante a  noite quando eu consigo cochilar é vantagem.

Agora que a Rafaella não fala mais comigo eu tenho coragem para falar tudo para ela, se ela me desse só uma chance eu contaria tudo. Acreditem quando eu falo que nós só damos valor quando perdemos, é pura verdade. No meu caso eu só confiei nela quando a perdi.

Nós estamos aqui a 6 meses e nós vamos sair hoje para coletar o solo para estudar novamente. A Rafaella vive no laboratório, mas parou de me explicar o que ela faz. As vezes eu fico só na porta a observando e eu sei que ela sabe que eu estou lá, mas mesmo assim não faz nada.

Só pra constar o que eu sinto por ela só aumenta a cada vez que ela me rejeita e isso é totalmente idiota.

[...]

Passamos duas horas fora para conseguir o que precisávamos e só trocamos as palavras necessárias. Na volta eu já estava suspirando por não ter conseguido nada mais, só que quando nós voltamos pra dentro e eu estava indo pro meu quarto, eu escutei a voz que, ainda, acelera meu coração.

- Bia... A gente pode... é... conversar? - Ela diz e eu viro olhando pra ela que me olha com um olhar envergonhado.

- Claro

Rafaella

Eu pensei bastante, não que eu faça muito mais do que pensar nos últimos meses, mas voltando, eu preciso falar com a Bianca, eu meio que deixei ela no vácuo por 3 meses e isso não se faz.

Eu machuquei muito ela, e eu sei, eu só precisava de um tempo para assimilar tudo, espero que ela ainda goste de mim porque eu estou disposta a tentar.

Resolvi chamar ela para conversar e ela aceitou prontamente. Nos sentamos no sofá e eu fiquei parada olhando para ela por uns dois minutos até eu começar a falar.

- Eu nem sei por onde começar, literalmente, eu nem consigo imaginar o que você deve estar sentindo, então primeiro eu quero me desculpar. Eu nunca quis te machucar, de verdade essa nunca foi minha intenção, só que quando você me falou tudo aquilo eu não acreditei, eu ainda estava confusa por causa da briga e depois daquilo eu fiquei mais ainda. Bom, me desculpa por demorar tanto, eu só quero que você saiba que... eu também gosto de você e vou entender se você não gostar mais de mim. - Eu digo e ela arregala os olhos.

Boa Rafaella, ela ta arrumando uma desculpa para falar que não gosta mais de você.

- Posso te beijar?

Ótima hora pra travar.

- D...deve.

Ela segurou meu rosto com as duas mãos, e desceu o olhar para os meus lábios entreabertos. Minha ansiedade aumentou ao vê-la umedecer os lábios com a ponta da língua em um convite silencioso para que unissemos nossas bocas em um beijo profundo, e foi isso que eu fiz, nosso primeiro beijo.

Ela mordiscou meu lábio inferior e eu soltei um leve gemido, minha respiração estava descompassada, e nós ainda estávamos só em um selinho, ela pediu passagem com a língua e o beijo aconteceu lento e profundo. Quando o ar foi necessário nós nos separamos e ela colou nossas testas enquanto eu acariciava sua bochecha.

Bianca

É cedo pra dizer que eu amo Rafaella Kalimann? Bom, eu estava simplesmente em êxtase, nós nos beijamos, ela me pediu desculpas, ela gosta de mim. Pode ser que eu esteja sonhando, mas eu espero que não, porque isso é perfeito.

Nós ainda precisamos conversar, mas só de saber que eu vou escutar a voz dela todos os dias já me faz voltar a respirar aliviada.

- Você sabe que a gente tem que conversar, né? - Ela pergunta quando nós nos separamos. Peguei sua mão e entrelacei nossos dedos, ela sorriu com o gesto.

- Eu sei bebê, mas pode ser amanhã? Eu não quero que nada atrapalhe o nosso momento.

- Pode, mas só se você dormir comigo.

- Você realmente achou que eu não ia dormir com você? Me poupe Kalimann.

- Não me vem com piada, eu sei que a senhorita não dorme bem faz tempo, mas amanhã a gente conversa. - Ela fala e se levanta indo para a cozinha enquanto eu fico com um sorriso bobo de saber que ela repara em mim.

Fico um tempo na sala refletindo sobre o que acabou de acontecer e depois resolvo ir até a cozinha, encontro Rafaella cozinhando macarrão que é o que ela sempre faz quando ta com preguiça.

Chego por trás dela e a abraço, inalando o perfume que nos últimos meses eu só sentia quando passava por lugares que ela já tinha passado.

Ela se assusta e me da um tapa.

- Bianca Andrade, vai lavar a mão pra ir comer e para de me assustar.

- Mas...

- Sem mas, não se come sem lavar as mãos. Vai.

Resolvo não contestar muito e vou lavar minhas mãos. Quando eu volto o jantar já está pronto e colocado na mesa, nós jantamos e eu aproveitei para matar a saudade desses momentos.

Depois fomos até o quarto dela e eu dormi a melhor noite da minha vida, abraçada a minha nova pessoa preferida no mundo.

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To the moon and backOnde histórias criam vida. Descubra agora