1.7 Exhausting

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Nem mesmo havia percebido que estava dormindo até o toque do meu celular, que estava sobre a mesa de centro ao lado do controle da TV, me despertar em um pequeno salto.

Este leve susto vez com que a pouca quantidade de vinho ainda restante na taça que segurava de forma desajeitada contra meu peito, enquanto estava dormindo, virasse no roupão branco que vestia.

— Merda. — Murmuro pondo a taça sobre a mesa de vidro logo a minha frente e pego o celular onde o nome de Finneas brilhava em seu ecrã, logo aceitando sua ligação. — Oi Finn. — Falo de modo baixo pegando rapidamente o controle da TV desligando a mesma a qual já passava os créditos de um filme qualquer que havia escolhido mais cedo.

— Olívia oi, tudo bem? — Pergunta apreensivo. Franzo minhas sobrancelhas diante de seu nervosismo.

— Sim? — Afirmo em um tom claro de dúvida.

Era segunda-feira à noite, dois dias após deixar Emília de volta na casa da nossa mãe, ficar sem ela deixava meus dias tristes. Entretanto mesmo que eu não pudesse fugir da tristeza que discutir com Billie me causasse estar com Lia não me deixava ficar totalmente sozinha com os meus sentimentos e pensamentos.

Evitava pensar em Eilish e fugia de tudo o que me pudesse fazer dar de cara direta e indiretamente com ela. Porque doía e não me sentia forte o suficiente para lidar com essa dor, não agora, afinal, ela teria que vir buscar Shark e nós obviamente conversaríamos sobre o que estava acontecendo.

— Hm, olha Liv, eu soube das discussões entre você e a Bill... Eu... — Começa deixado claro que estava nervoso e não sabia como abordar o assunto.

— Finn eu tenho muito, muito respeito por você e você sabe disso mas Billie e eu não somos mais adolescentes totalmente inexperientes. Somos adultas e maduras o suficiente 'pra lidar com nossos próprios problemas, não precisamos de um... Intermediador. — Tento me expressar da forma mais sutil possível.

— Sim! Você está totalmente coberta de razão! Extremamente correta! — Concorda imediatamente. — Billie sabe disso, inclusive me proibiu de falar com você sobre o que anda acontecendo ultimamente, mas Olívia ela está muito mal. — Revela.

— Também estou mal, não sou um robô, me sinto triste, frustrada como qualquer outra pessoa. Dói Finn e acho que nenhuma dor pode superar essa no meu peito agora. — Desabafo.

— Tenho plena certeza que Billie se sente da mesma forma. Porém, não foi exatamente por isso que liguei... — Suspira. — Estar com você é o relacionamento mais saudável, amável e duradouro que minha irmã já esteve na vida inteira dela. A Bill está cansada dos shows, fazem meses que estamos de país em país, longe das nossas casas e das pessoas que amamos. Isso nos esgota psicologicamente, o cansaço acaba com a gente, às discussões que tiveram acabaram com ela. Faz três horas que ela está tento crises de Tourette que vem e vão cada vez mais intensas, eu sei que ela segurou o máximo que pôde nesses últimos dois dias mas ela está sofrendo. Não sei o que fazer, ela não quer que eu avise ninguém e nem que cancele o show de amanhã, Olívia por favor, vem 'pra cá. — Pede sério.

— Finneas eu... — Paro e encaro Shark deitado sobre uma das blusas de Billie. — Em que país estão? — Indago levantando a procura do Macbook em algum canto.

— Berlim. Já comprei sua passagem e seu voo saí em exatos trinta minutos. — Diz e paralizo.

— Finneas?! — Indago surpresa.

— Disse 'pra Claudia que sua chave vai ficar na portaria, ela vai buscar o Shark pela manhã. — Explica. — Rápido Olívia. — Apressa.

— Mando mensagem quando chegar no aeroporto. — Digo e encerro a chamada.

[...]

Quando sentei na poltrona do avião era como se a ansiedade me abraçasse ainda mais forte a medida que a adrenalina da correria ia caindo. Apesar do voo ser direto chegaria com o sol raiando, seriam algumas horas sem poder fazer absolutamente nada além de esperar.

Não conseguia ler, nem prestar atenção em filmes, não sentia fome e muito menos conseguiria pegar no sono. Me dei por vencida e coloquei os fones de ouvido em alguma playlist nada barulhenta onde fiquei pacientemente encarando as costas da poltrona em minha frente.

Havia saído de casa exatos doze minutos depois de encerrar a chamada com Finneas. Com um conjunto de moletom e tênis pelo aeroporto ser um lugar frio, cabelos bagunçados presos desajeitadamente. Nenhum bagagem além de um bolsa grande com algumas coisas extremamente necessárias, meu carro ficou largado no estacionamento do próprio aeroporto, torcia para que não roubassem mesmo o alarme estando acionado.

Nunca às horas demoraram tanto a passar e mesmo assim não superaram os longos minutos dentro do carro que veio me buscar para me deixar no hotel aonde Billie estava.

Adentro o hotel e sigo rumo ao elevador sem nem mesmo olhar para trás, corro pelo longo corredor parando rente a porta do quarto de Eilish.

Solto o ar preso em meus pulmões ouvindo seu choro do outro lado daquela porta, bato na mesma.

— Aí o meu pescoço. — Ouço Billie reclamar segurando seu soluço logo que a porta é aberta pelo ruivo alto. — Está doendo, me deixa. — Ouço ela de novo e adentro o quarto sem dar uma palavra.

Madelyn estava tentando por uma compressa de água quente no pescoço de Billie mas a mesma não queria ser nem mesmo tocada. Seus tics estavam realmente bem fortes e a mesma deixava lágrimas escaparem.

— Deixa, deixa a Billie comigo. — Deixo minha bolsa sobre a poltrona e ando rapidamente em direção a cama.

— Amor... — A mesma me chama estendendo os braços.

A abraço fortemente sentindo o seu cheiro.

— Eu juro que não fiz nada com ela, eu juro, eu nunca iria te trair, Olívia, eu te amo. Te amo, te amo, por favor. — Diz desesperada entre seu choro.

— Shii, Billie, tudo bem, estou aqui. — Sussurro calma a puxando para o meu colo.

— Diz que me ama, você me ama Olívia? — Pergunta se separando de mim o suficiente para me olhar.

— É claro que eu te amo Billie, é óbvio. — Beijo a testa da mesma e a abraço.

— Você é tudo 'pra mim. — Murmura e beijo seu pescoço.

— Você é a minha vida Bill. Seremos sempre uma da outra. — A aperto. — Finn, trás um óleo essencial e água por favor. — Peço e encaro Madelyn sorrindo em uma forma de a cumprimentar a qual foi prontamente retribuída.

— Aqui. — Finneas me entrega o que pedi.

— Água amor, bebe. — Entrego. — Me alcança esse canudo de inox Madelyn, por favor. — Peço.

Ponho o mesmo no copo e entrego à Billie, queria evitar que ela mordesse o copo de vidro em algum tic e se cortasse. Pego seu pulso livre e pingo algumas gotas de óleo essencial com o conta-gotas massageando o mesmo. Ficamos um longo tempo nesse processo até sua crise passar.

— Eu te amo. — Falo beijando sua testa.

Billie sorri minimamente e encosta os lábios nos meus.

— Amo você. — Fala e beijo sua boca suavemente.

{···}
Notas da autora:

Hey,
Como disse mais cedo, Pirata não vai ser atualizada todos os sábados como tento fazer com às outras fanfics mas assim que tiver capítulo concluído publicarei.

Gostaram?

Bom final de semana.

Cuidem-se.








Pirata [Season 2] • Billie EilishOnde histórias criam vida. Descubra agora