Dusk | George Weasley - Português

cɑpítulo 1

Nestes dezenove anos de minha vida, eu aprendi duas coisas:

A primeira é que as coisas mudam quando menos se espera, a maré pode levá-lo a qualquer lugar.

A segunda é, não importa o quanto você tente, algo sempre vai o empurrar para baixo. Você só precisa ser forte e inteligente o suficiente para lutar contra isso.

Eu não era nenhuma dessas coisas, e é por isso que eu me deixei cair no poço profundo e escuro após a guerra. Eu não queria nada mais do que me trancar no meu espaço e nunca sair. Mas você não pode simplesmente perder o funeral de sua mãe e de seu irmão, você pode?

Apertei bem minha bolsa nas mãos, piscando quando a brisa me atingiu diretamente nos olhos. Meu vestido tremulava contra meus tornozelos, fazendo cócegas na minha pele. Eu olhei sem emoção para os dois caixões na frente de mim.

Caroline e James Hyde. Duas almas corajosas, morreram lutando na guerra, deixando-me para trás.

Tinha esgotado todas as minhas lágrimas, não me restava mais chorar. A verdade é que eu não queria chorar na frente de todas essas pessoas.

Não era como se eu não tivesse ninguém, ainda tinha alguns de meus amigos, meu namorado e meu avô.

"Você está bem?", disse uma voz que vinha de trás de mim.

Eu me virei para encontrar seus olhos frios, cinzentos, mechas de cabelo louro platinado caindo sobre eles.

"Não estou", eu disse honestamente. Ele acenou com a cabeça e envolveu seus braços ao meu redor, abraçando-me com um abraço.

Draco não era o tipo de cara que gostava de abraços, ou demonstração pública de afeto, ele preferia manter sua vida privada privada. Quando começamos a namorar dois anos atrás, éramos apenas dois Sonserinos, tentando encontrar nosso lugar em Hogwarts.

Encontrei-o quando ele se tinha perdido completamente, eu o tomei sob minha asa e as coisas começaram a crescer entre nós. Não demorou muito para que uma noite no espaço de exigência, enquanto eu esperava que ele terminasse o que quer que ele estivesse fazendo, eu o vi olhando para mim pelo canto do olho. Eu sorri para ele e ele caminhou na minha direção, finalmente fechando a distância entre nós.

Pensei, de volta à memória, há quanto tempo parecia.

Eu amava Draco, eu amava. Mas desde a guerra, as coisas com ele tinham sido diferentes.

Uma vez terminado o serviço, eu bati no ombro do meu avô.

"Pronto para ir, avô?"

"Não sei", disse ele suavemente, não afastando os olhos dos caixões que já haviam sido enterrados há apenas quinze minutos. Meu avô, Gerald Hyde, era um feiticeiro célebre. Ele era um dos mais realizados de seu tempo e um amigo íntimo de Dumbledore, cuja morte tinha sido um choque para ele.

"Vamos Sr. Hyde, está ficando escuro agora", disse Draco, olhando à sua volta enquanto todos se dispersavam.

Meu avô relutantemente se levantou de seu assento e se virou para nós. Seus olhos brilharam, como se ele estivesse à beira das lágrimas.

"Ainda não sei se estou pronto para deixá-los", disse ele, sua voz rachando.

Meu coração se amoleceu com suas palavras.

"Não estou pronto para deixar minha filha e meu neto", disse ele com firmeza.

Mas Draco agarrou seu braço, depois o meu, e desapareceu do cemitério de volta para minha casa.

Quando chegamos lá, eu destranquei a porta e entrei, acendendo todas as velas com um toque da minha varinha. Draco guiou meu avô até sua poltrona onde ele o sentou.

Então, ele se aproximou de mim.

"O que você acha de sairmos daqui por um pouco?", ele sussurrou.

"Não posso simplesmente deixar meu avô sozinho, especialmente enquanto ele estiver neste estado", respondi.

Draco rolou os olhos, "Ele vai ficar bem Eva, você precisa de uma pausa de tudo isso".

"Não vou deixá-lo e ir a qualquer lugar." Cruzei meus braços, "Mas você é mais do que bem-vindo a ir", cuspi, estreitando meus olhos.

Ele respirou fundo.

"Está bem, desculpe. Eu fico de volta com você."

"Obrigada", eu acenei com a cabeça.

Era isto que eu queria dizer quando disse que ele tinha se tornam diferentes da guerra. Era uma vez ele costumava ser gentil e atencioso. Mas desde que perdeu sua amada prima Alice Malvolio, as coisas para ele haviam se tornado diferentes. Ele havia se tornado diferente.

Mas eu ainda o amava.

Eu ajudei o vovô a se levantar da poltrona e conduzi-lo ao seu quarto. Ele deitou-se em sua cama e eu puxei os cobertores até o queixo.

"Vai ficar tudo bem, você sabe disto, vô?", eu disse, sentado ao lado dele em uma cadeira.

Ele apenas acenou com a cabeça, fechando os olhos. Meu vô lembrou-me de uma criança pequena, sem pistas, inconsciente, mas inteligente.

"Eu te amo", eu sussurrei antes de me aposentar no meu quarto.

Draco já estava lá, deitado na minha cama, olhando fixamente para o teto acima de nós. Deitei-me ao seu lado, fazendo o mesmo. Ficamos em silêncio, sem dizer nada um ao outro. Eu senti o Draco deslizar sua mão sobre a minha e apertá-la, mas não respondi. Havia algo mais em minha mente.

"O que há de errado?", ele perguntou.

"Nada", eu suspirei.

"Você está mentindo."

Eu não tinha certeza de que se eu lhe contasse a verdade, ele me apóie. Ele pode me deter imediatamente. Eu decidi que era melhor perguntar-lhe agora, eu não querem retardá-lo ainda mais.

"Eu quero conseguir um emprego", disse eu.

"Para quê?", perguntou ele.

"Para ganhar algum dinheiro, manter-me ocupada."

"Por que você precisa de um emprego quando você tem seu cofre da mãe e do irmão na Gringotts? E você me têm", disse ele calmamente. Na realidade, nós dois sabia que ele tinha medo de me deixar ser independente. Era exatamente assim que sua prima havia morrido.

"Porque, eu quero poder pagar por minhas próprias coisas usando meu dinheiro. Eu não posso ficar dependente de outras pessoas", eu raciocinei.

"É muito mais fácil não trabalhar, você pode ficar em casa e relaxar."

"Eu não quero fazer isso Draco! Eu quero manter meu mente fora das coisas, eu preciso conseguir um emprego!", eu levantei minha voz, lamentando imediatamente.

"Pare de levantar sua voz para mim. Vá fazer o que quer que você quer, é inútil eu te digo", ele zombou, tirando a mão da minha e virando-se para ficar de frente para mim. Eu levantei minha varinha da minha cama e apaguei todas as velas, a escuridão me tomou imediatamente.

Eu ia encontrar um emprego, quer o Draco gostasse ou não. Eu não podia me deixar ficar de luto pela casa. Eu não ia permitir isso.

Mas onde eu alguma vez encontraria um? Eu não passei exatamente com distinção nos meus N.I.E.M.s. Eu tinha feito para ser honesta, um tanto quanto terrível.

Teria apenas que começar pequeno.