Depois de um tempo, sinto o colchão ao meu lado se afundar.
- Hã, boa noite - ele fala e não respondo.
Passamos lá um bom tempo mas eu simplesmente não conseguia cair no sono.
O que os meus pais estão pensando? Eles já devem ter chamando a polícia.
E minha irmã? Ela só tem cinco anos, o que ela deve estar pensando?
Sem eu perceber, um soluço me escapa e sinto uma lágrima escorrer pela minha bochecha.
- Ei - Vinicius sussurra - está tudo bem?
- Oi? - murmuro me virando para ele.
Levo um susto quando percebo o quanto ele está perto e sinto sua respiração tocar na minha boca.
- Você estava chorando. - ele fala e nossos narizes se tocam
- Não, não estava não.
- Sim estava. Saudade de casa? - ele sussurra.
- Sim... o que eles devem estar pensando agora?
- Eu também me pergunto isso... Vem - ele passa o braço por cima de mim e me abraça - Está frio.
- É esta - murmuro com o rosto escondido no seu peitoral.
Antes que eu possa perceber, caio no sono.
Quando acordo, Vinicius ainda esta abraçado a mim dormindo.
Me levanto com cuidado para não acorda-lo e vou até a cozinha. As luzes já estão acessas e fico impressionada com o jeito que elas fazem parecer uma luz natural e não de lâmpadas.
- Oi - levo um susto com Vinicius saindo do quarto que até derrubo no chão o cereal que estava colocando em uma tigela com leite. - desculpa não queria te acordar.
- Tudo bem eu... quer cereal? - pergunto
- Quero obrigado. Dormiu bem? - ele pergunta se aproximando da bancada
- Sim, e... obrigada por... me acalmar ontem. Não estava conseguindo dormir.
- Eu também não estava - ele ri - então eu acho que ainda temos 12 horas até aquele moça dar instruções para a gente.
............
O resto do dia passou sem muita coisa acontecer. Eu e Vinicius conversamos e descobri várias coisas sobre ele. Ele parece ser bem legal e já descartei a possibilidade de ele ser um serial-killer.
As luzes já se apagaram e estamos deitados na cama. As instruções vão ser daqui algumas horas e eu não faço a menor ideia de como ou o que vão ser. Eu só espero que eles não peçam que matemos um ao outro.
- Eu nunca fugi de casa para encontrar um ficante - ele fala
- Nunca - falamos na mesma hora
Decidimos brincar de eu nunca para passar o tempo como nós não conseguimos dormir.
- Eu nunca fui sequestrado - falo e nos dois rimos
- Já
- Eu também - falo e faço cara de incrédula - você já foi sequestrado mesmo? - falo sarcasticamente.
Um sorriso no seu rosto mostra que ele também está achando graça de tudo isso assim como eu. Nosso humor deve mesmo ser horrível.
- E a sua família? - eu pergunto depois de um tempo
- Eu gostaria de não falar sobre isso por favor - ele fala sério encarando o teto
- Claro, desculpe
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Jogo (em pausa)
Ficción GeneralCarolina, uma adolescente de 16 anos acorda em um lugar estranho junto com mais outros 49 adolescentes, alguns conhecidos, alguns estranhos. Eles serão instruídos à fazer certas coisas para que assim, eles possam finalmente sair de lá. Carol será ob...