Maya
Minha cabeça latejava, naquela noite eu não tinha largado os livros e o computador tentando estudar.
Sempre ouvi que não tinha capacidade de cuidar dos negócios do meu pai, por isso quero provar que ele está errado. Eu me esforço para ser a melhor da turma, e agora no começo da faculdade eu quero mostrar para ele que sim sou capaz de cuidar de todos os negócios.
***
Estava descendo para pegar um copo de água e um comprimido para minha dor, quando vi meu pai e minha mãe recebendo alguém na sala. Curiosa eu olhei pela fresta da coluna e vi um homem na casa dos 50 e poucos com roupas típicas árabes e junto dele outros três que pareciam ser seguranças.
Meu pai sorria animado, já minha mãe parecia nervosa.Curiosidade bateu forte eu não consegui me controlar para saber quem seria esse senhor então me esgueirei para ouvir a conversa.
— Seja bem vindo a minha casa senhor Mohammed.
— Na minha cultura nós homens fazemos negócios frente a frente, ainda mais um negócio tão importante quanto o casamento.
Confusa tentei me aproximar mais da sala para ouvir quem iria se casar.— Rose ficou encantada com sua filha e a escolheu para ser zawja de Mohammed.
— O senhor vai compreender que para nós espanhóis não é comum o casamento arranjado. Não compreendo o que iríamos ganhar com esse casamento — falou minha mãe.
Um nó se formou na minha garganta.— O valor do dote já seria o suficiente para convencê-los, mas se isso não for o bastante sei do projeto do duto de petróleo que levaria o nosso petróleo direto para a Espanha beneficiando grandemente a empresa Repsol Oil.
— Esse acordo salvaria minha empresa, senhor Mohammed, não pense que estou desrespeitando sua proposta, mas por que Maya?!
— Alah escreve certo por caminhos tumultuosos, Rose viu na borra de café, que o sol poente seria a felicidade do meu warith. Ela não entendia o significado até conhecer sua filha na nossa vinda à Espanha. — O senhor fala me fazendo tremer em puro pavor.
— Está disposto a gastar uma verdadeira fortuna apenas porque sua esposa viu em uma borra de café?! — Mamãe questiona.
— Está questionando minhas tradições e minha cultura?! — O senhor parece extremamente ofendido com a pergunta da minha mãe.
— Ela não quis dizer isso, de toda forma, saiba que aceitamos esse acordo vantajoso.
— Maya ainda tem dezessete anos, não tem idade para se casar.
— Na minha cultura as mulheres se casam muito antes disso, entretanto eu respeito o fato que a minha aibnat almustaqbal, não fazer parte da nossa cultura. E aceito esperar que ela faça dezoito anos para que se case, neste tempo ela pode ir aprendendo como uma boa esposa muçulmana deve se comportar. Os deveres para com seu marido e um pouco sobre a cultura do meu país, ela deve estudar nossa língua e cultura.
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A paixão do Sheik - Em andamento
RomanceEu fui o objeto da sua barganha. Eu fui uma vitima, usada para alcançarem seus objetivos. Fui um prêmio, a substituta. Por ele foi eu fui machucada, derrotada e humilhada. Carreguei um fardo maior do que poderia suportar, fui a lugares que nunca i...