Waning Moon. - Crepúsculo.

03

O som foi alto. Mais alto que o clépito som da chuva.

– Porquê me seguiram? - Perguntou Edward com o olhar na estrada, sério.

A verdade é que estava com os nervos a flor da pele, se é que era possível. Estava com medo. Medo de perder Bella.

Porque algo no que Lauren disse o chamou atenção. Não fosse só a aparência ridiculamente parecida com a de Bella, sua fala ameaçadora colocava a sanidade de Edward em prova.

Afinal, estava explícito que Bella estava em perigo. E ele não podia deixar isso acontecer.

Emmett se acomodara no passageiro, segurando a alça do jipe, se atentando a iluminação da cidade com baixa intensidade pela chuva monstruosa.

– Você está fora de si. Viemos coloca-lo nos eixos. - Disse Jasper atrás do vampiro irado. – E se Lauren...

– Ou seja lá quem seja ela. - Acrescentou Emmett.

– Se Lauren fez algo contra Bella e Charlie, você não estará sozinho. - Terminou ele.

Brevemente Edward sorriu, como um agradecimento. Sentiu o ar ficar mais morno, ameno, mas não calmo. Ainda não.

O carro parou.

– Eu vou descer. Fiquem três passos atrás de mim. Se virem algo... - Ele lançou aquele olhar que automaticamente eles entenderam bem.

– Entendido. - Disse Emmett.

A passo de vampiro Edward correu até a porta. Checou a fechadura, a companhia, a janela.

As cortinas estavam fechadas, quase não se dava para ver nada. Apenas um brilho inconstante refletido na parede creme.

Edward entrou pela janela da cozinha. Estava praticamente tudo igual. Vazio, escuro e quieto.

A não ser pelo ronco de Charlie na sala. Estava dormindo. Vivo. Em frente a TV que reprisava um episódio de lay and order baixíssimo.

Bella estava ali. Ele sentiu seu cheiro a quilômetros. Ouviu seu ressonar de sono, sua respiração calma.

Ele entrou em seu quarto e se sentou na ponta de sua cama, com medo de acorda-la.

Ela estava ali e estava viva, dormindo.

Com os cabelos muito castanhos, a pele ruborizada e quente. Cheirando a irresistível Bella.

Ele se aproximou até ficar coladinho nela. Queria ficar assim para sempre. Ele poderia passar o resto de sua vida nessa proximidade com ela. Vendo-a dormir calmamente no quente de seu quarto meio abafado, longe da fugaz fina camada de vento frio.

Ela odeia o frio.

Ele pensou.

Sua mão subiu até encontrar a mecha de cabelo caída sobre a maçã do rosto de Bella. Edward a afastou com tamanha delicadeza, que Bella jamais diria que sentiu ser tocada naquele lugar por uma mão que mais parecia um monumento de arte frio.

– Isabella, você não sabe o quanto eu me preocupei. - Ele disse.

Ela não acordara, apenas havia mudado sua posição fugindo do toque frio do namorado.

Edward comprimiu seus lábios, apesar da reação que sim parecia dever ser depreciada, ela estava lá e sua Bella costumava fugir do frio durante o sono, esta era a sua Bella, ele não pode evitar o alívio de sua autenticidade.

Embora não pudesse acompanhar o sono de sua amada. Edward deitou-se ao lado de Bella, encarando-a. Procurando vestígios de algo que ele não sabia ao certo o que era. Alguma marca, ematomas, arranhões e nada. Bella na verdade, estava mais alva que nunca, serena e ruborizada. Linda, tanto que Edward precisava se decidir se não estava se apaixonando de novo pela humana.

Um raio rompeu lá fora mais uma vez, e Charlie acordou com ele. E acordou disposto a ver se Bella estava tranquila em sua cama, então o namorado deveria sair.

Escapulindo pela janela, Edward encontrou se com os irmãos em postos farejando o local,  ironicamente, não como cães, é claro.

- Ela está lá. - A informação em sussurro fez os homens se aproximarem e adentrarem a floresta atrás da casa de Bella.

- Vou ligar para Carlile. - Jasper sacou o celular e ligou para o pai. Estava com um moletom que cobria com o capuz o cabelo que pingava molhado e escorria pela rosto jovial.

No primeiro toque a chamada foi atendida.

– Estão bem.

- Que alívio. -  Carlile sorriu para Esme que cruzava os braços apreensiva. Ela sorriu de volta, mais como um sorriso encorajador. Pelo sinistrimo dos acontecimentos, que era medonho, até a presença e normalidade da vida de Bella era no momento era preocupante. Mas encorajar e não alarmar era um dos dons de Esme.

Edward, tomou rude o celular do irmão.

– Não tirem os olhos dessa coisa. Estou chegando.