Capítulo 17

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"Serkan diz-me a verdade" - Insistiu após verificar que ele permaneceu calado

"Quando eu tinha 13 anos eu fui sequestrado e torturado. Fiquei em tão mau estado que foi necessário colocar-me em coma induzido durante uma semana. 

Só uns anos mais tarde é que descobri que foi ela, quem estava por detrás disso. Ela queria fazer negócios com o meu pai e foi a maneira de o persuadir a aceitar. A minha mãe e Engin acreditam que estive raptado durante um mês, mas na realidade o sequestro durou apenas uns dias. 

Devido ao meu estado o meu pai colocou-me numa clínica e fez-me jurar que nunca contaria a verdade a ninguém. Quando regressei a casa tinha apenas uns arranhões e fingi que não me lembrava de nada que aconteceu"

A primeira reação de Eda foi abraça-lo enquanto lágrimas escorriam pelos seus olhos "Desculpa por teres passado por isso tudo, não consigo imaginar a dor que tens aí dentro" - Pousou a mão no coração de Serkan

Ela permaneceu abraçada a ele para o tentar reconfortar de alguma forma.

"Porque é que não a mataste quando descobriste que foi ela?"

"Isso era pouco para o que ela me fez passar. Eu quero que ela esteja viva quando eu lhe tirar tudo e a deixar a implorar pela vida, como ela fez comigo."

Agora Eda conseguiu entender melhor o porquê de ele ser assim distantes das pessoas e da dificuldade em confiar. 

Ele não precisou de pedir-lhe para manter aquela historia apenas entre eles, pois conhecia Eda o suficiente para saber que não contaria a ninguém. Por outro lado, havia tantas perguntas que ela lhe queria fazer no entanto, aquele não era o momento certo para isso. Eles voltariam a este assunto mais tarde.

Eda não o queria deixar sozinho, não esta noite depois de ele ter revivido toda a dor e sofrimento que viveu no passado. 

"Vamos dormir, precisas de descansar"

"Não precisas de ter pena de mim"

Ela levou as mãos à cara de Serkan "Não comeces novamente a tentar afastar-me, não depois de teres conseguido confiar em mim" - Pegou na mão dele e foram juntos para o quarto. Não havia intenções sexuais, apenas o queria reconfortar e mostrar que ele não estava sozinho. Ninguém merecia passar por situação dessas e estar sozinho.

Na manhã seguinte Eda foi a primeira a despertar e encontrou-o a dormir amarrado a ela  num sono tranquilo, parecia tão sereno. Não pode deixar de apreciar a beleza dele, Serkan era um homem atraente, mas mais do que a sua beleza física, poder conhecê-lo melhor era muito mais interessante para ela.

Ele acordou com um par de olhos castanhos a encarara-lo "Espero que a vista seja boa"

"Podia ser melhor, isso é verdade" - Provocou 

Serkan puxou-a para mais perto do seu corpo e começou a distribuir pequenos beijos no pescoço e face dela. 

Ela começou a mexer-se na cama e a rir-se com as cócegas  que ele lhe estava a fazer " Pára com isso" - Eles pareciam dois adolescentes apaixonados enquanto se provocavam

Já no andar de baixo e mais calmos ainda havia muito a ser falado sobre os recentes acontecimentos. Eda procurou por ele e encontrou-o no escritório

"Estás muito ocupado?"

Ele mudou toda a sua atenção do computador para Eda, fechando o ecrã do computador

"Sobre o que me contaste ontem"- ela começou timidamente, mas foi cortada por ele

"Não há necessidade de voltarmos a falar sobre isso, agora já sabes a verdade"

"Tens de contar a verdade à tua mãe e irmão, eles precisam de saber"

Tudo o que QueroOnde histórias criam vida. Descubra agora