Correu em direção ao portão, saindo da propriedade pelo próprio pé. Não sabia o que sentia mais, se raiva ou deceção pelas acusações que acabou de ouvir. Continuou distraída o seu percurso, ainda sem pensar. Ferit seguiu-a de imediato parando o carro para a convencer a entrar. Depois de muita relutância Eda acabou por aceitar.
Não podia correr o risco de ser vista no hotel porque iria alimentar os media, a casa da tia também estava fora de questão, gostava muito dela, mas não estava com disposição para conversar, apenas queria ficar sozinha. Ferit pareceu ler-lhe o pensamento.
"Eu vou levá-la para o antigo apartamento de Serkan, não mora ninguém lá"
Estava magoada com tudo, mas sobretudo porque Serkan não acreditava nela. Sabia que tinham estado demasiados próximos nas últimas semanas o que lhe fez conhecer um Serkan totalmente diferente daquele inicial. Não tinha esquecido como o relacionamento deles começou, nem o pretendia fazer.
Havia qualquer coisa no olhar dele que a fazia acreditar que era uma pessoa totalmente diferente daquilo que demonstrava a todos. Talvez a vida tivesse sido madrasta com ele.
Estava perdida nos seus pensamentos que nem reparou quando chegaram. Ferit ajudou-a a acomodar-se.
" Acho que não tem comida aqui no apartamento, mas já pedi para trazerem. Também pedi para lhe arranjares roupas"
"Obrigada, Ferit, só preciso de estar sozinha. Não o deixes entrar"
Ferit concordou. Quando saiu enviou uma mensagem a Serkan " Ela está no seu antigo apartamento. Pediu para ficar sozinha e não quer ser incomodada"
**
Serkan passou a noite sem dormir, ainda sem conseguir entender o efeito que Eda tinha nele e a reviravolta que tinha dado a sua vida. Ela era diferente, tinha uma aura pura e era destemida. Desafiava-o constantemente sem pensar nas consequências e ele agora não se via a viver sem isso.
Pegou na segunda garrafa de wshiky, beber era a sua única escapatória para fugir de todos os problemas, para ser menos doloroso pensar em tudo. Perdeu um filho. Nunca quis ser pai pois nunca teve o apoio paternal.
O seu pai sempre foi frio e distante com ele, até o desprezava. Para Apetekin Bolat só os negócios eram importantes e foi com essa dor que Serkan cresceu. Não queria ser igual a ele e por isso tinha fechado essa porta há muito, seria incapaz de trazer um filho ao mundo para o tratar da forma como cresceu. Essa barreira foi aberta com o anúncio de Selin e por mais distante que estivesse em aceitar começou a gostar da ideia e talvez com as pessoas certas junto a ele pudesse dar ao filho aquilo que nunca teve do seu pai, amor e conforto.
Quanto a Eda ela era diferente, desafiava-o e conhecia-o, mais do que ele queria. Ela era como uma droga, e era incapaz de estar longe dela, como se precisasse dela para respirar, para viver. Questionava-se do porquê disso. Sempre viveu sem amarras, livre para fazer o que sempre quis, para foder com quem quisesse. Mas depois de ela ter entrado na sua vida só havia uma enorme vontade de a proteger, de estar com ela. Sabia que não a merecia, era demasiado cruel e incapaz de a amar e ela merecia o mundo. O melhor que tinha a fazer era manter-se afastado dela, para a proteger dele.
Quando é interrompido das suas reflexões soube que já era de manhã, e a casa já estava a receber visitas, mais propriamente Ayfer e Melo que conversavam com a sua mãe.
"Queremos falar com Eda, ela não atende as chamadas" - Pediu Ayfer
Serkan aparece na sala com mau aspeto, despenteado, camisa aberta e extremamente cansado. "Ela saiu de casa ontem à noite" - Lançou indiferente
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Tudo o que Quero
Fiksi PenggemarEda Yildiz é uma organizadora de eventos que vive com a sua tia e melhor amiga. Serkan Bolat, um empresário de sucesso com negócios duvidosos. A vida dos dois cruzasse quando Serkan sequestra Eda e a obriga a casar com ele para vingar a morte do pai...