" Bom dia, Stella! Como estamos hoje?" A rapariga ruiva de olhos castanhos lança-me um olhar nada amigável.
" KRYS! JÁ CÁ DEVIAS DE ESTAR Á MEIA HORA!" Embora seja verdade, a minha cama estava muito quentinha hoje de manhã, e honestamente não me apetecia sair para enfrentar o frio de Nova Iorque. Se estivesse só frio ainda vá que não vá, mas o vento frio cortava sem piedade e eu odeio usar casacos gigantes que me façam sentir uma baleia, quanto menos roupa melhor.
" Sim, pois, eu sei.... ah havia muito trânsito hoje... e be-" Eu sou uma merdinhas a inventar mentiras e desculpas.
" Krys, tu não tens carro." Ela coloca impacientemente o seu polegar e indicador na cana do nariz. " Tu capotaste-o. No Natal. Enquanto estavas bêbada."
" Okay, como queiras. Estava-se bem na cama, não me despeças, por favor..." Se eu ficar sem este emprego, não sei o que irei fazer.
" O que vale é que somos farinha dos mesmo saco. E que és minha melhor amiga. E porque somos vizinhas. Caso contrário estavas fora. Vá, agora despacha-te lá a vestir o avental e a começar a atender os clientes." - Rapidamente corro até ela, dou-lhe um beijo na bochecha e salto o balcão recebendo um aviso por parte de Stella.
Após ter atado o avental retiro uma caneta que se encontrava no meu cabelo, soltando-o, e vou-me dirigindo até aos clientes habituais.
" Então muito bom dia, Sr. Zenpaki, vai ser o mesmo de sempre?" Embora seja japonês, o pequeno homem de família tem um inglês bastante bom. É uma ótima pessoa, uma das pessoas mais honestas que eu alguma vez conheci, e é dos poucos que não é um pedófilo de meia tigela que vem para aqui para procurar um pequeno serviço para sua própria satisfação. Não. Ele é uma boa pessoa.
" Por acaso, hoje quero algo diferente. Escolhes tu, quero ser surpreendido." Bem esta é nova. Acabo por escrever algo que normalmente é apreciado por mim, já que a uma grande parte dos clientes apenas param para um café matinal, ou um almoço que seja rápido e económico, para poderem rapidamente voltar ás suas tarefas exaustivas. Arranco a folha e prendo-o na mola junto á cozinha, e enquanto espero vou atendendo outras pessoas com outros pedidos.
* * *
"Já são oito horas?! Damn, nem almocei nem nada, isto esteve cheio todo dia...Stellaaaa!! Hoje va- "
" Credo Vi, não precisas de gritar, eu seriamente acho que devias para de usar cotonetes e de por a música tão alta. Estás a lixar essa porra toda. Olha que as consultas num otorrinolaringologista são caras e eu prefiro que fiques surda a pagar... Mas bem, o que é que ias a dizer?" Embora seja verdade, o facto de eu usar cotonetes, eu não o vou admitir, não perante dela, apenas para não lhe dar razões de estar certa.
" Estava a dizer que hoje podíamos ir jantar fora, tu sabes, para sair da rotina... Existe aquele novo restaurante na esquin- "
" Desculpa, mas hoje não vai dar. Tenho um encontro com o Rob, e bem... não vai dar." - Traços de desilusão percorrem todo o meu corpo deixando-me mole e instável. A rejeição no que quer que seja é complicada de aceitar. - " Talvez amanhã eu consiga arranjar uma folga, e vamos almoçar ou assim..." - Ela notou e rapidamente tentou remediar.
" Não, deixa estar eu cá me hei-de arranjar.... Já agora, o Robert está lá fora é tua espera..." - O carro desportivo de Robert Lewis encontrava-se estacionado á beira do pequeno café. Stella acenava enquanto entrava no carro que a iria levar para mais uma dose de ilusões, pois é exatamente isso que ele faz.
***
Fiquei até ás onze horas da noite a limpar o café acabando por fechar tudo e preparo-me para enfrentar o frio, especialmente para a longa caminhada até ao apartamento. Uma música proveniente do fundo da minha mala alerta-me e interrompe a Heaven Knows dos The Pretty Reckless. Um número privado aparece na tela, criando dúvida e incerteza se deveria atender mas acabo por ceder.
" Sim? Quem é? " - Uma forte respiração soa do outro lado, e assim que começa a falar reconheço imediatamente quem é.
" Sim, sou eu Krystal, John Crave, o detetive privado. É sobre a tua irmã..." Assim que ouço isto, paro. Simplesmente paro, congelo. O ar decide sair dos meus pulmões e o resto do meu corpo impede-me de voltar agarrá-lo.
"O que tens para mim?"
" Desculpa, mas não há nada, absolutamente nada, procurei nos arquivos da policia, interroguei todos os policias e puxei o máximo de cordelinhos que conseguia, mas nada. Não vale a pena, passado tanto tempo, nem sequer sei onde vais buscar todo esse empenho. Vais ter apenas que deixar ir. Só estás a prejudicar a tua sanidade mental, e a gas-" A raiva que sinto está a tomar conta de mim.
"Obrigada pelos teus serviços, John, eu realmente aprecio tudo que fizeste até agora. Tenho que ir. Adeus." Assim que ele tenta responder, desligo o telemóvel. As emoções atingem-me como um relâmpago, não dando tempo a que me acalmasse.
Corro o mais rápido que consigo, sem reparar no panorama que me rodeia. Assim que chego ao apartamento deixo todas as emoções abandonar o meu corpo em forma de lágrimas, suspiros tremidos e gritos de frustração.
Agarro na medicação do SPT
[stress pós-traumático] e da asma agarro no copo de água ingerindo tudo. O meu corpo cede ás drogas e acalma-se, começo por tentar organizar os meus pensamentos. Volto agarrar na minha mochila e saio de casa, em direção ao restaurante chinês, pertencente ao Sr. Zenpaki, uns quarteirões mais abaixo. Assim que entro sou cumprimentada pelos olhares desconfiados e de superioridade por parte dos que se encontram a comer mas honestamente não quero saber. Agarro no meu pedido assim que se encontra pronto e volto ao velho apartamento. Retiro uns pauzinhos para comer. E preparo-me para a longa noite que me irá aguardar.Um novo toque emerge do meu telemóvel, mas desta vez é uma mensagem na qual constava a informação mais inesperada:
From: Private Number
Text: Sei do assassinato da tua irmã. Tenho informações importantes.
És a única que nos podes ajudar aos dois.
Irei contactar-te eventualmente, por isso presta atenção e tem cuidado.
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annyeonghaseyo, desde já peço vos que me desculpem pelo facto de eu demorar a publicar capítulos. Digamos que eu demoro a escrever os meus capítulos pois tenho que verificar se tudo bate certo. Sejam pacientes se faz favor. Obrigada :D
kurosaki xx
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Cracker Game
Teen FictionE quando eu achei que tudo estava oculto, codificado e seguro ele foi capaz de passar por tudo, como um malware, e invadir o que não devia.