ℯ𝓃𝒸ℴ𝓃𝓉𝓇ℴ - 𝒸𝒶𝓅 3

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— Aqui está. Me deve um almoço. — coloco o celular em sua mesa e pisco para ele. — Ah! Olha só o que desenharam para mim. — digo ao lembrar do desenho em minha bolsa.

Luca pega o papel com cuidado enquanto abre um perfeito círculo em seus lábios.

— Exatamente. Minha exata reação.

— Esse cara é muito talentoso. — Luca ainda analisava todos os traços. — Olha isso, Vinnie. — Luca compartilhou o papel erguendo-se um pouco da cadeira.

Quase havia me esquecido da companhia  agradável que estava encostado na porta como se fosse um convidado na conversa, fico me perguntando se ele era contra a privacidade no trabalho. Vinnie aproximou-se com curiosidade parando bem próximo a mim e pegou o papel com sua mão forte e tinha veias saltadas. Dio. Ainda tinha o seu perfume que certamente ele deve ter mandado ser feito apenas para ele. Enquanto ele observava o desenho eu o imitei analisando-o. Suas roupas, assim como no dia que nos conhecemos, também eram pretas. Suas sobrancelhas delineavam os seus olhos que tinham uma belíssima cor castanha, mas que vendo-o a poucos centímetros de mim, e agora pela manhã, fora possível ver alguns fios esverdeados.

Pigarrei sentindo-me agora desconfortável por estar tão perto dele. Fingi que estava bem e olhei ao redor da sala.

— Está realmente perfeita. — isso seria um elogio? Ele era capaz disso? — Tão perfeito que nem parece você . — olhei-o incrédula e com a boca aberta. Eu estava bem furiosa e senti meu ego sendo magoado. Que grande filho da puta.

— Dê-me isso! — tomei o meu desenho com força de suas mãos e coloquei-o em minha bolsa novamente. — Como se você fosse o cara mais bonito do mundo! — alfinetei. Mas o pior é que eu tinha dito isso sobre ele para mim mesma.

— Não era o que parecia alguns segundos atrás quando você me...— gabou-se e eu nem poderia contestar isso, pois era verdade.

— Eu estou indo embora, Luca. Seu amigo está tomando todo o espaço desse prédio com esse ego inflado dele. — disse beijando o rosto do meu primo e fuzilando Vicent com os olhos.

— E o nosso almoço?

— Luca também me convidou para um almoço. — o diabo colocou um sorriso de ladino na maior cara de pau, como se tivesse prazer em trocar tiros comigo.

— Nem meu prazer por comida de graça me deixaria aceitar ficar na sua companhia. — sorri com veneno enquanto semicerrava meus olhos. Luca só fazia sorrir tentando inutilmente escondê-lo com as mãos cruzadas e apoiadas na mesa. — É ótimo contar com você, primo. Obrigada por me defender.

— Vinnie só faz isso porque está gostando de implicar com você, Laura. — contradisse soltando um risada pelo nariz e se encostando na cadeira preguiçosamente, como se essa troca de tiros fosse um filme de ação.

— Foda-se o que ele gosta. — saí da sala espaçosa e elegante fazendo questão de bater o ombro contra o do Vicent. — Ele pensa que eu sou o que? Seu saco de pancadas? Seu entretenimento pra gostar de atazanar meu juízo? — eu caminhava como alguém que estava fugindo do demônio. Batuquei meus dedos no elevador esperando-o abrir, mas fui muito rápida e acabei, como sempre, esbarrando em um homem de meia idade. Muito bonito, por sinal.

Dois seguranças estavam ao lado dele e olharam para mim como se eu fosse um carrapato prestes a ser exilado do cão.

— Perdoe-me, espero que não tenha o machucado com minha falta de atenção.

— Não se preocupe, foi apenas um esbarrão de leve. Você parece estar correndo do diabo.— ele soltou uma risada pelo nariz. Realmente está tão nítido assim? Sorri.

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⏰ Última atualização: Sep 19, 2022 ⏰

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