𝗦𝗘𝗥𝗜𝗔𝗟 𝗞𝗜𝗟𝗟𝗘𝗥 ﹪𝗩𝗶𝗻𝗻𝗶𝗲 𝗛𝗮𝗰𝗸𝗲𝗿 𖠵

. . ꒷ four ⨾ 🎭

ꜥ ˖ ! ⌕ ( Becky Green ) 🎰

Senti a claridade entrar em contato com meu rosto ao abrir meus olhos e preferi fechá-los novamente. Das duas opções, uma delas tinha acontecido: ou eu tinha morrido, ou estava de manhã e tudo tinha sido um sonho.

ㅡ Você é realmente forte, né? ㅡ ouvi uma voz masculina dizer. Resolvi abrir oa olhos novamente, e me deparei com um moreno me encarando bem de perto. Percebi que a claridade que invadia meus olhos era da luz acesa em meu quarto. Ok, eu não tinha morrido e muito menos estava de manhã. As fuck. ㅡ Vinnie pensou que você só ia acordar daqui umas horas, mas, uau! ㅡ exclamou ele. ㅡ Você acordou em quinze minutos!

ㅡ Mas o que..?

ㅡ A, ela já acordou? ㅡ Um loiro entrou em meu campo de vista. ㅡ Acordou a Cinderela!

ㅡ Quem são vocês? ㅡ Sentei na cama e abracei meus joelhos. ㅡ Quantos de vocês tem aqui?

ㅡ Você faz muitas perguntas. ㅡ Reclamou o loiro. O moreno se afastou e saiu do meu quarto, enquanto o loiro sentava na ponta da minha cama.

ㅡ Por que vocês estão aqui? ㅡ perguntei.

ㅡ Será que dá para calar a boca, pelo menos um pouco? ㅡ Disse ele. ㅡ Estava bem melhor quando você estava dormindo.

ㅡ Vocês estão na minha casa, viu? ㅡ desafiei. ㅡ Minhas regras.

ㅡ Ah, são as suas regras? ㅡ Eu e o loiro olhamos para a porta no mesmo instante, onde Vinnie estava parado, com o moreno que antes me encarava. Observei os olhos escuros do loiro que sorriu, e senti uma pontada de medo invadir meu corpo.

ㅡ Ai, merda. ㅡ resmunguei.

ㅡ Vai ficar de cas-ti-go. ㅡ Disse ele, se aproximando. ㅡ Vai aprender a não desobedecer meus amigos.

ㅡ Castigo? ㅡ Franzi o cenho e me encolhi na cama.

ㅡ Aham. ㅡ ele sorriu ainda mais abertamente. Senti meu estômago revirar na mesma hora. ㅡ Vamos, levante. Seu castigo será na sala.

×××

Até agora eu não tinha entendido muita coisa. Tipo, Vinnie me fez pegar um pacote de milho para pipoca e chamou um terceiro garoto - um moreno que nitidamente não queria estar lá, muito menos invadindo uma casa - para arredar alguns móveis da sala de estar, inclusive o tapete. Eu observava a cena em silêncio.

Mais um calafrio percorreu meu corpo ao ouvir Vinnie sussurrar em meu ouvido:

ㅡ Você vai aprender a não desrespeitar nem a mim, como aos meus amigos.

Apenas assenti, e arregalei os olhos ao ver o moreno olhar para Vinnie, como se esperasse uma ordem.

ㅡ Pode despejar o milho, Jett.

Aparentemente emburrado, o moreno obedeceu, e abriu o pacote do milho, jogando tudo no chão da sala.

ㅡ Mas o quê... ㅡ Comecei.

ㅡ Calada. ㅡ Cortou Vinnie. ㅡ Apenas espere.

Mesmo contra minha vontade, obedeci e observei o moreno juntar os grãos todos num pequeno montinho.

ㅡ Prontinho. ㅡ disse  Vinnie, subitamente animado. ㅡ Seu castigo está pronto!

ㅡ Vai me fazer comer milho cru? ㅡ Perguntei.

ㅡ Não, bem melhor. ㅡ Ele sorriu abertamente. ㅡ Você vai se ajoelhar nele.

ㅡ Oi? ㅡ Arregalei os olhos.

ㅡ Aham. ㅡ disse ele, super feliz.

ㅡ Não, eu não vou fazer isso. ㅡ dei de ombros e me afastei, indo em direção das escadas. Não andei mais de três passos, e senti meu braço ser puxado com força. ㅡ Ai!

ㅡ Você não aprende, né? ㅡ Vinnie começou a me arrastar de volta para a sala, e tentei me soltar de seu puxão. ㅡ Você ia ficar quinze minutos, mas agora ficará trinta.

ㅡ Mas... ㅡ Comecei.

ㅡ E se continuar vai ficar uma hora. ㅡ cortou ele e realmente fiquei com medo de seu olhar.

ㅡ Por que você não acaba com isso logo? Por que não estoura meus miolos de uma vez?

ㅡ Porque não tem graça, bobinha. ㅡ Ele do nada ficou alegre. ㅡ Agora vai, para o seu castigo. ㅡ E mais uma vez a carranca séria.

ㅡ O que eu tenho que fazer? ㅡ Perguntei.

ㅡ Ajoelhar no milho. Vá.

Franzi o cenho e dei de ombros. Que castigo estranho. Entendi a crueldade que tinha nele no momento que me ajoelhei naquilo. Meu Deus, doía demais!

Senti lágrimas de dor brotarem em meus olhos em menos de um minuto do tal castigo. Qual a necessidade disso?

Os minutos se arrastaram. Pareciam horas, e o milho parecia perfurar a pele dos meus joelhos. Vinnie observava cada movimento meu deitado em um dos sofás da sala.

ㅡ Falta quanto tempo? ㅡ Perguntei, com a voz falhando.

ㅡ Hm... algum segundos. ㅡ Ele olhou para o seu relógio no pulso. ㅡ Mas porque você falou, vão ser mais cinco minutos!

Balancei a cabeça e olhei para baixo, tentando não chorar. Eu ia tentar ao máximo ser o mais forte possível para não mostrar que eu de fato estava com medo. Medo dele, medo de morrer.

ㅡ Prontinho. ㅡ Disse ele, levantando e puxando meu braço com força. Senti mais uma vez uma dor horrível.

ㅡ Eu posso ir no banheiro limpar isso?

Apontei para meus joelhos que tinham algumas gotas de sangue e ele assentiu. Com certa dificuldade, subi as escadas lentamente, e tomei rumo ao meu quarto. Eu já sabia o que iria fazer.