Até a minha adolescência, eu nunca acreditei no amor. Eu dizia que era besteira e que era algo vendido pelos filmes que faziam as pessoas se iludirem com algo que não existe. Eu achava declarações românticas algo bobo.
Isso tudo até conhecer ele…
Aos 17 anos, no último ano do ensino médio, conheci Noah Urrea. Eu era novo na escola e ele foi o único que me recebeu super bem. Sempre fui bem resolvido com a minha sexualidade, gosto de garotos e todos sabiam disso. Entretanto, eu nunca havia conhecido um garoto como ele.
Noah era a pessoa mais doce e gentil que eu tive o prazer de conhecer, não foi atoa que logo no início viramos amigos. Era ele que acalmava o meu jeito furacão de ser. Ao passar dos meses, algo além da amizade foi nascendo entre a gente e eu descobri outras faces de Urrea, como o lado quente dele.
O garoto era a mistura de um anjo com o próprio diabo. E eu amava isso nele.
Foi então que eu passei a acreditar no amor, já que eu estava completamente apaixonado e agia como nos filmes. Perto dos 18, começamos a namorar e foi o melhor momento da minha vida.
Sempre tivemos uma cumplicidade e fidelidade enorme, então mesmo depois de cinco anos juntos, era como se fosse o início de tudo. Éramos apaixonados e nos amávamos muito. O relacionamento perfeito.
Contudo, nem tudo são flores e eu estou relatando tudo isso a vocês enquanto espero os médicos virem me ver no hospital. Eu não tenho notícias de Noah e estou todo machucado, tudo porque sofremos um acidente de carro bem feio.
Eu preciso saber se o amor da minha vida está bem, mas minha mãe está me escondendo alguma coisa e os médicos não querem me dizer o que aconteceu com o meu namorado.
Eu planejava pedi-lo em casamento em alguns dias…
— Mãe… Por que vocês não me falam nada? O que vocês me escondem? Noah está bem, não é? — Pergunto desesperado, pela milionésima vez.
— Não escondemos nada, filho. Noah está bem sim — Ela está mentindo. Eu conheço a minha mãe, quando ela mente, ela olha para os lados e nunca para o meu rosto.
— O Noah… — As palavras travam. Eu não quero pensar nisso, mas seria a única justificativa. — E-ele… Mo-morreu? — Gaguejo, com medo da resposta.
Minha mãe finalmente olha nos meus olhos e eu sinto o mundo desabando nos meus ombros. Eu não posso ter perdido ele. Não mesmo! Eu não aceito!
— Ele não morreu, Josh! — Ela fala e pela primeira vez eu vejo a verdade, ela está olhando nos meus olhos. — Noah está no quarto ao lado com os pais dele.
— E por que eu não posso ir vê-lo? Por que você está escondendo algo de mim?
Dona Úrsula suspira e senta na beira da cama, segurando minha mão — Os médicos pediram para não contar por agora, mas eu não aguento mais mentir para você.
— O que foi, mãe? Ele ficou paraplégico, cego, sei lá? Eu não vou deixar de amar ele por isso.
— Eu sei que não, filho. Noah… Ele perdeu a memória.
— Perdeu a memória?! — Grito. Meu namorado perdeu a memória, mas por que isso seria um problema que eu não poderia saber? — E por que estavam me escondendo isso?
— Porque ele não lembra nem dos próprios pais. Noah não sabe nem seu próprio nome.
E então faz todo sentido. Se Noah não sabe quem ele é, ele não sabe quem eu sou. Noah me esqueceu e ele não lembra dos nossos melhores momentos. Ele não se lembra do nosso relacionamento e de como tudo começou.
Noah me esqueceu.
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Somewhere Only We Know - Nosh
FanfictionÉ possível se apaixonar duas vezes pela mesma pessoa? O amor suporta tudo mesmo? Josh e Noah tinham um relacionamento lindo, estavam juntos há cinco anos, mas um acidente mudou tudo.